Capítulo 23 - Legal

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Kara Zor-El  |  Point of View





No aeroporto, Lena estava grudada em minha cintura, eu acariciava seu braço enquanto esperávamos a chamada do nosso vôo.

— Será que isso nos dá um gás por mais três meses? – Perguntei e ela assentiu freneticamente, virando para me encarar.

— Era exatamente disso que eu precisava. Foi o melhor fim de semana em três meses.

— Suas festas com italianas sexys não devem ser tão ruins assim.

— Está com ciúmes? – Ela perguntou e parecia confusa.

— É natural, né? Você maravilhosa assim, cercada de gente bonita e fica carente.

— Fico carente mesmo, mas é de você. E não é assim também, eu deixo bem claro que namoro e a maioria do povo já entendeu. Agora você com aquelas vadiazinhas da escola é mais explícito.

— Como se eu não tivesse um Lena tatuado na testa. Todos sabem que namoramos, amor. Ninguém tentou nada comigo e se tentasse levaria um não enorme.

— Claro que tentaram, só que você não entende muito de sinais. – Dei de ombros e o nosso vôo foi anunciado.

— Se cuida, tá? Eu não consigo falar muitas coisas por chamada, mas não é porque não sinto, eu só não quero chorar e parecer dramática. Só que eu amo você, Lena, e todos os dias são horríveis sem você, mas eu entendo que é para seu melhor e não posso te atrapalhar nisso. Quero te dar força.

— E você me dá, Kah. Você é uma namorada foda pra caralho e não tem que se preocupar com nada. É uma garota linda e não deve se sentir ameaçada por suas paranóias, ninguém é mais interessante que você para mim.

— Eu amo você pra caralho. – Falei segurando seu rosto e selando nossos lábios.

— Eu amo você pra caralho também. Se cuida e eu quero um troféu das Olimpíadas.

— Vou ganhar um, amor. Pode deixar. – Olhei para nossas mães que estavam encantadas com nossa interação e me
aproximei do ouvido dela. — Aprende umas sacanagens em italiano para falar enquanto transamos. – Ela gargalhou.

— Kah! – Ela me repreendeu e nos beijamos mais uma vez.

Me despedi da mãe dela e fomos para o avião, confesso que mesmo sabendo que seriam três meses longe, esses dias me deram uma energia extra.



[•••]



Na terça eu estava destruída, a viagem e a aula pela manhã me deixaram por terra. Agora estou lavando a louça enquanto Gina e Emma estão na minha volta, acho que elas querem me falar algo.

— Filha...

— Finalmente, estava ficando tonta com tantas voltas.

— Sua mama e eu conversamos muito nesse final de semana, precisamos conversar sobre seus avós.

— Vai ter festa?

— Não! Seus avós de sangue. – Derrubei o prato na pia.

— Filha? – Mama disse preocupada revisando minhas mãos.

— Estou bem, só nunca falamos... eles já devem ter desistido.

— Não, filha. Eles ligam todos os dias. – Me virei.

— O que eu devo fazer? Eu quero ser filha de vocês, e se eles meterem o dedo nisso?

— Você é nossa filha e sua decisão no tribunal fará toda a diferença.

Lonely Girl - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora