┃➲ 𝐐𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐞 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐬𝐨𝐫𝐭𝐞?

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Quando desaparatou da casa de Harry e Gina de volta a Londres trouxa — decidiu dormir na casa dos pais, pelo menos seria um local que seus amigos a deixariam em paz. Ela não queria ser uma má amiga, só não desejava mais sermões que ela não solicitou. Entretanto, sabia que eventualmente eles teriam aquela conversa de novo, mas não naquele dia.

E como prova de que o discurso da amiga não ia estragar seu dia, Hermione não saiu do lugar quando aparatou no coração da cidade, em uma chuvosa Westminter, pelo contrário, ela abriu os braços e levantou a cabeça, recebendo a chuva como se varresse cada preocupação que não pôde evitar absorver das palavras de Gina.

Então ela sorriu, tirou os saltos plataforma e fez o que há anos — desde muito pequena especificamente — não fazia mais; pulou numa poça d'água, sem se importar com os respingos em sua saia, (ou os milhares de germes), e correu, sem direção particular, embaixo da chuva. Seus olhos mal enxergavam a vista com clareza, a chuva era forte e as gotículas grossas e pesadas. Talvez tenha sido por isso - e por estar descalça, - que escorregou em frente a uma fonte no centro da praça e para tentar não perder o equilíbrio, puxou a primeira coisa que percebeu por perto.

Uma pessoa.

E ele caiu com ela, espalhando água e moedas para fora do tanque.

— Santo Salazar! - o cara resmungou batendo os braços para sacudir a manga da camisa. — Espero que essas moedas não me castiguem com azar por conta de uma desastrada.

Hermione gelou ao reconhecer a expressão, que só podia ser de um bruxo, um de Hogwarts para ser mais específica.

— Ah, não. - murmurinha quase em uma prece silenciosa.

— Granger?

Ela vira o rosto de forma inútil antes de enfrentar a figura, também ensopada, ao seu lado.

— Olá, Malfoy.

Ele estava diferente — é claro.

Desde a formatura eles não se viam e mesmo com o rosto do herdeiro sonserino estampado em várias capas do Profeta Diário, ela nunca se interessou o bastante para vê-lo. Permanecia pálido, alto e com cabelos platinados quase luminosos, mas agora tinha músculos nos braços que ela podia visualizar com nitidez sob a camisa molhada, e seus traços faciais não eram franzinos e reto como quando criança. Se fosse para ser justa, ela admitiria que ele está muito bonito.

— Eu devia imaginar que só você seria tão desastrada assim para derrubar nós dois numa fonte. - fez uma careta e saiu dali com dificuldade, juntando as moedas que escaparam ao chão nas mãos para devolvê-las à fonte, largando-a lá. Lindo sim, cavalheiro não mesmo.

— Eu estava correndo e acabei escorregando. - se justifica, porque é mais forte que ela não permitir que ele fique com a última sentença.

— O que também não me admira. Pelo visto os anos passaram, mas a sua personalidade estagnou naquela do período escolar, não é mesmo?

Ele não estava sendo rude, como antigamente, parecia apenas estar com saudades de provocar uma reação nela, mas, foi o suficiente para ela notar que a aparência dele evoluiu mais que a pessoa.

— Por que você está aqui, Malfoy? - Espreme o vestido com as mãos ao ficar de pé, e agradece a Merlin pela chuva ter diminuído a somente chuviscos.

— Sabe, Granger. O mundo trouxa não pertence a você só porque nasceu nele, sabia?

— Vou fingir que não ouvi isso porque estou muito bem-humorada hoje, e mesmo com esse banho gelado inesperado, nada mudará meu humor, nem você.

— Banho inesperado causado por você, se me permite lembrar. - alfinetou. — Mas e aí? Será que depois de ser sua vítima eu ao menos posso me tornar digno de saber o motivo de tamanha satisfação?

Ora, ora.

Ele continuava enxerido como em Hogwarts.

Algumas coisas nunca mudam.

— Na verdade, não é da sua conta. - sorriu afetadamente e tirou uma moeda da mão dele, alargando ainda mais o sorriso ao perceber que era um galeão. — Olha, um galeão!

— Parece que a sorte está do seu lado hoje. - zombou.

— Toma, usa você. - ela devolve a moeda para ele e o encara, esperando por algo que ele franze a testa por não entender o que é. — Jogue o galeão e faça um pedido. É o que os trouxas fazem quando-...

— Eu sei como funciona uma fonte dos desejos, Granger - a interrompe revirando os olhos. — Só não tenho o que pedir.

— Ah, fala sério! Pode ser algo positivo só para simbolizar. Vamos lá, Malfoy não se esforce para estragar meu dia.

— Ta, eu desejo que...

— Não! Não é em voz alta! Eu não posso saber, se for assim não funciona. - ele revira os olhos com o surto dela — E não vale ser algo malvado dirigido a mim. Eu sei que é nisso que tá pensando.

Malfoy manuseia o galeão como se fosse um objeto nunca visto antes e Hermione perde a paciência.

— Quer saber? Me devolve isso aqui. - toma de volta e lança a moeda na água. — Pronto, pedido feito. Agora tchau, preciso fechar a galeria antes de ir para meus pais e...Por que eu tô me explicando para você?

Ele dá de ombros.

Como se conseguisse pará-la depois que ela desata a falar, sempre foi assim.

— Fechar a galeria? - uma rusga se forma em sua testa ao questionar a dúvida.

— É, eu trabalho numa galeria em Londres.

— Você não estava estudando para concorrer a posição de Ministra?

— Nossa! Pelo visto as notícias correm rápido entre a realeza Malfoy também. - ironiza, escondendo a surpresa por ele ter essa informação. — E sim, é verdade, mas também não é. Só que esse não é um assunto para hoje. Nos vemos por aí, Malfoy.

Sem mais despedidas, afastou-se dele com os calçados em mãos e precaução nas próximas pisadas, deixando um Draco Malfoy confuso, divertido e muito molhado para trás.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐎𝐔𝐍𝐓𝐀𝐈𝐍 𝐎𝐅 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄𝐒 | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora