┃➲ 𝐍ã𝐨 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐨 𝐭𝐞 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐞𝐫 𝐚𝐠𝐨𝐫𝐚

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Os cinco meses que viveu com Draco na vida dela passaram tão rápido que ela mal sentiu. Mas, os quatro meses que continuou sem ele e isolada, propositalmente, de seus amigos, foram lentos e quase acabaram com ela. Hermione ainda lembra da ligação que fez para Gina assim que chegou em casa após a briga com Draco - a amiga tinha um telefone, presente ensinado a usar pelo seu pai, curiosíssimo com objetos trouxas - e como esperava ouviu o que sabia que ela diria. Que aquela relação estava fadada a dar errado desde que começou, pelo histórico deles e porque ela não confiava em ninguém. Exatamente o que Draco havia a acusado.

" Você vai ficar sozinha para sempre se continuar achando que todos vão embora só porque pensam diferente de você. E eu estou te avisando isso porque sou sua amiga, Hermione."

Elas passaram horas no telefone, onde uma só chorava e a outra discursava um monólogo que precisava ser ouvido por Hermione.

" O que eu quis dizer sobre saber que vocês não dariam certo, não é por causa do Malfoy. Dessa vez é por sua causa. Eu vi vocês juntos no dia que fomos comprar as coisas do bebê, lembra? Hermione, se você me dissesse um dia que Draco Malfoy aceitaria um filho que não era dele e ainda arcaria tudo que a criança precisasse não porque queria fazer uma boa ação ou pagar penitência, mas porque estava envolvido o suficiente, apaixonado o suficiente, pela mãe dessa criança, eu não acreditaria. Aquele homem está apaixonado por você, amiga. E você vai deixar ele embora porque está com medo. Essa é a verdade."

Ela desligou na cara de Gina naquele dia, sabia que ela estava certa, mas estava magoada demais para admitir e aceitar o sermão ou menos para perdoar o Draco. Ela sabia que faria isso em algum momento. Só que se passaram quatro meses e ela não fez. Nunca o procurou, tampouco ele. Seus bebês podem nascer a qualquer momento e ela estaria sozinha com uma casa toda decorada à espera do barulho e da alegria, só que a mãe em questão estaria vazia. Se seus filhos não a preenchessem com a felicidade que ela esperava sentir...Ela nem queria pensar, afinal será mãe de dois sozinha, e seus pequenos só terão ela.

Em uma tarde, na qual se escondia no quarto que fez de estúdio em sua casa e terminava o projeto que nunca entregaria ao dono, a campainha tocou. Não estava esperando ninguém, nem reconheceu a moça com um sorriso profissional que a entregou um grande envelope e se retirou sem se demorar. Como não sabia do que se tratava, Hermione achou melhor se sentar, no estado dela qualquer surpresa era motivo para uma crise de ansiedade. Ao romper o lacre do papel um documento datado há seis meses atrás redigia a assinatura - uma bem familiar - de autorização a passagem de sobrenome para indivíduo não-nascido assim como a abertura de conta em Gringotes para um futuro Granger-Malfoy.

Hermione não conseguiu segurar as lágrimas e o remorso. Ele não estava planejando ir embora.

Gina estava certa mais uma vez? Ela arruinara o que tinha com o Draco por deixar o medo falar mais alto só porque ele também ousou demonstrar o dele.

"Aquele homem está apaixonado por você."

Lembrou das palavras da amiga, meses atrás.

Draco nunca havia dito as três palavrinhas, nem ela para ele, não precisavam disso, assim como não se intitulavam como namorados para as pessoas. Eles só eram. Mas existia amor, é claro que existia, amor era a única coisa que o faria ficar mesmo depois de tantas vezes em que ela o dava motivo para desistir. Até não poder mais. Talvez tivesse perdido ele para sempre.

Repetiu essa pergunta ao ligar para Gina e contar o que acabara de receber e a resposta dela foi: " O que você está esperando? Vai atrás dele!"

E é isso, só precisava de um empurrãozinho.

Seu pai buzina na porta dela minutos depois, ligara para os pais pois não dirigia e eles eram a carona mais rápida e confiável que ela podia pegar naquele estado.

— Me leva para o parque central, o ateliê de Draco trabalhará em um festival de doces por lá.

— Não pense que por estar grávida, fará de mim seu taxista particular mocinha. - o pai semicerrou o olhar para ela.

— Anda logo, Michael! - a mãe o bateu no ombro e se virou para Hermione. — Vocês vão fazer as pazes?

A mãe dela tinha sido a segunda pessoa - depois de Gina - a dizer que ela sempre esteve procurando uma desculpa para desistir e foi isso que fez quando obrigou Draco a ir embora. Reclamou com ela por um mês inteiro por ter jogado o que tinha com ele fora por causa de uma colocação de palavras infeliz e depois manifestou sua preocupação genuína com a filha,

"Hermione, pare de afastar as pessoas. Nunca vai ter uma relação saudável com o Draco ou qualquer outra pessoa se não se não tiver confiança. Precisa aprender a confiar nas pessoas, minha querida." - Esse era o discurso frequente de sua mãe.

Ela olha pela janela e enxuga uma última lágrima. — Espero que sim.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐎𝐔𝐍𝐓𝐀𝐈𝐍 𝐎𝐅 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄𝐒 | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora