Capitulo 5

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   Leônidas estava empenhado em cumprir a promessa que fez, procurou pistas, questionou a todos que poderiam saber de algo mas não encontrou nada além do que já sabia. Procurou também saber quem era o pai da criança mas Heloísa se recusou a dizer, perguntou a Manuela e Augusta, mas aparentemente ninguém sabia quem era o tal homem.
Alguns dias depois resolveu questionar a Matias, o modo como ele se referiu a menina no dia em que Leônidas descobriu veio a mente do quase médico e o deixou intrigado.

‐Doutor, eu quero te fazer uma pergunta.

- Que pergunta?

- O senhor sabe que é o pai da filha da dona Heloísa?

‐ E...eu não sei. Não me fala dessa criança, eu não quero saber, não quero. 

Matias começou a se agitar, iniciando uma crise. Leônidas fez o que sempre fazia na tentativa de acalmar o juiz, que se debatia e andava de um lado para o outro. A gritaria despertou a curiosidade de Heloísa, que saiu de seu quarto em disparada, seguindo para os aposentos do cunhado, quando a viu Matias avançou na direção dela como um raio, e a segurou pelos braços com toda a força que possuía, desesperado Leônidas tentava conter o louco, não queria que ele machucasse Heloísa, ele não se perdoaria se algo acontecesse com ela. Matias falava com raiva e indignação, a mais nova das Camargo não poderia estar mais confusa, tudo bem ela e Matias se odiavam, porém aquele momento não tinha explicação.

- Desgraçada, vagabunda!

-  para Matias me larga! Eu não te fiz nada. por favor, me solta!

‐ Solta ela Doutor, solta.

‐ Sua cobra, você quer que todo mundo descubra, você co...contou pra essa toupeira

- contei o que Matias? me larga

‐ Contou que eu sou o pai dela.

Leônidas que finalmente havia tido êxito em separar Matias de Heloísa os encarou em choque, Matias se encolheu em um canto qualquer do quarto, enquanto uma Heloísa branca feito vela, estava estatística na porta. Quando Leônidas ousou cortar o silêncio, Heloísa correu porta a fora o mais rápido que pode. Não seria capaz de ver Leônidas olhar para ela de outra forma, aguentaria os julgamentos de qualquer pessoa mas dele não. Leônidas foi atrás dela e quando a encontrou na sala a primeira coisa que saiu de sua boca foi uma pergunta.

- O Matias é o pai da sua filha?

- Não acredito que o Matias teve coragem de inventar uma calúnia como essa. Não é verdade Leônidas o Matias...o Matias não é o pai da minha filha, o Matias não é o pai da minha filha. Você, você não pode acreditar nele, você não pode se enfiar nas coisas que  diz um doido. Você tem que acreditar em mim Leônidas por favor.

- Minha rosa eu acredito em você, se acalma

- Leônidas, Leônidas me escuta. Você não pode repetir essa história pra ninguém, cê tá me ouvindo? Não pode repetir essa história.  Promete? Jura pra mim? Jura, JURA!

- Juro! Essa história morre aqui. Essa história morre aqui comigo. Confia em mim.

[...]

A cabeça de Heloísa pesava e todo seu corpo doía, ela sentia como se tivesse enfrentado um batalhão. Como ela não saiu do quarto para jantar Violeta e Isadora foram até ela tentar fazer com que Heloísa comesse algo mas seria impossível seu estômago já embrulhado, revirou ao ver a irmã. O que Violeta pensaria dela se descobrisse? Ela não podia perder a irmã e se dependesse dela aquele segredo iria com ela para o túmulo.

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