Chapter Ten

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—Eu

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—Eu... - minha voz saiu falhada e baixa.

—Fala logo.- exigiu Talios.

O medo corria em minhas veias, junto da insegurança e ódio. Tudo misturado, no momento, não tenho a menor ideia de quem se sobre sai.

Fecho os olhos com força e tomo um longo fôlego, minhas mãos desceram para meu ventre e finalmente ergo minhas palpebras. A janela do quarto estava aberta, o que permitiu uma lufada de ar entrar e beijar meu rosto mais pálido do que o normal.

Talios estava sentado na cama, pronto para dormir... Ou fazer o que fazia quase todas as noites comigo. O fogo das velas apenas tremeluzia, mas não se apagava e iluminava o quarto bem o suficiente para permitir com que eu pudesse ver as expressões do homem.

—Eu to grávida... - disse ao erguer o queixo para meu marido.

Ele parou e me olhou.

Os olhos verdes cristal brilharam pelas chama das velas, mas não pela notícia.

—Você não estava tomando o tônico? - voz baixa, mas carregada de ódio.

—Não, você sabe que a gravidez feérica é rara. Então não achei que isso iria acontecer. - me expliquei, e me odiei por isso.

—Achou errado. - o homem se levantou da cama e veio em passos largos e pesados até mim. - Você vai tirar essa criança.- dor irradiou na minha bochecha esquerda.

Em um minuto, eu vía o rosto de Talios contorcido de raiva, no outro, minha visão mudou para minha penteadeira bagunçada com joias e cosméticos para beleza logo abaixo da janela.

Mate-o, mate-o... Ensine a ele qual é o lugar dele... Mostre quem você é... Não negue suas origens... Você pode ser pior do que o Deus do Submundo... Basta querer...

A mesma voz de sempre sussurrava no meu ouvido... A voz da minha magia, minha verdadeira essência...

—Eu amo você, não quero dividi-la com uma criança. - sua mão passou por minha bochecha vermelha.

—Eu também amo você. - abracei o homem e me permiti esquecer o tapa, mas o ser dentro de mim... Não esqueceu nenhuma vez.

O cenário muda de uma hora para outra. Era como se estivesse em uma viagem astral, só que podia ver e sentir tudo igual aconteceu na época.

Pisco diante da claridade que invade meus olhos causada pelo novo cenário em que eu me encontrava.

—Até quando? - Ruth grita comigo.

—Eu... - as palavras me fugiram.

Não fazia a menor ideia do que estava acontecer. Como eu tinha voltado aquela época... Essas lembranças... Sonho.

—Hilda, você é uma Deusa! Vai deixar ele fazer isso com você?- ela questionava irritada. - E não me venha com esse negócio de não saber o que ele faz, porque você e o que tem dentro de você sabe muito bem o que aquele canalha faz.

Uma Corte há Muito Tempo EsquecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora