turno da noite

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-  Capítulo 02 -


A noite caiu depressa.

Na verdade, já era madrugada.

Mas nem todos podem se dar ao luxo de ter uma rotina de sono regrada, ainda mais quando se é chefe de uma organização transnacional.

Cherry se jogou na cama, soltando um suspiro de exaustão. Já havia se recuperado da noite de negócios após um bom banho, e agora estava perfeitamente limpo, vestindo um dos caros kimonos que adorava colecionar. Esticou as costas e colocou um enorme sorriso no rosto antes de deitar de lado e mirar o grande guarda-costas que permanecia de pé, imóvel, ao lado de sua cama.

Esticando seu corpo, o rosado se sentou na cama e, em seguida, desceu da mesma, tocando o piso gelado do quarto com a ponta de seus dedos. Kojiro o olhava de relance, com um leve sorriso no rosto, já imaginando o que viria a seguir.

O Yakuza ficou diante dele, ergueu sua destra e passou a dedilhar a costura do terno que o outro vestia.

- Hora de dormir... - Cherry disse, tocando todo o comprimento dos largos ombros de Kojiro.

- Presumo que seja. - o guarda-costas acrescentou, segurando o sorriso.

- Não vai me deixar dormir sozinho, vai? - fez beicinho enquanto tirava a gravata do mais alto com um simples puxão certeiro.

- Acredito que não seja adequado recusar seu pedido, senhor.

- Ah, deixa disso... - o rosado desligou o ponto no ouvido alheio, o qual todos os guarda-costas eram instruídos a usar, e o jogou longe, bem como fizera com a gravata. Desceu as mãos e passou a desabotoar a camisa branca que Kojiro vestia. - Não há necessidade de ser tão formal... - disse, tratando de chegar mais perto, se esfregando suavemente no esverdeado - ...até porque acho que já passamos dessa... Ei, ei! Meus olhos estão aqui em cima. - o Yakuza repreendeu quando percebeu que o esverdeado estava dando uma "conferida no material" através da abertura de seu roupão.

Kojiro imediatamente se corrigiu.

- M-Mil perdões, eu...

- Estou apenas brincando, querido. - Cherry confessou após se divertir com o constrangimento alheio. Terminando de desabotoar a blusa, colocou suas mãos dentro dela e a tirou junto com o paletó, passando as mãos pelas tatuagens que decoravam os ombros e pescoço de seu guarda-costas favorito. - Eu gosto quando você me olha... - concluiu em um sussurro provocativo.

Em seguida se afastou, virando de costas e deixando o roupão cair até a altura dos cotovelos, exibindo boa parte de suas costas nuas. Olhou para o esverdeado por cima do ombro.

- Vai tirar essa calça ou vai me deixar fazer todo o trabalho? - perguntou irônico.

Era essa deixa que Kojiro queria. Arrancou a calça e os sapatos fora, ficando apenas de cueca. Andou rapidamente em direção ao Yakuza mas, apesar de tudo o que já haviam feito, ainda não se permitia dar o primeiro passo. Então ficou ali, com os olhos cheios de desejo, diante do rosado, tomado pela vontade de tocá-lo, mas não o fez. Não tocaria em um único fio daquele cabelo se não fosse da vontade de Cherry.

Sakurayashiki o observou durante alguns poucos segundos e fez beicinho, como quem faz birra. Se virou de frente para o mais alto e tocou seu rosto com delicadeza.

- Por que você não me toca? Não gostou de mim??

Kojiro perdeu o ar. Estava apenas tentando fazer tudo direito, mas aparentemente estava fazendo tudo errado.

- C-Claro que não, meu senhor, eu-

Ele se calou quando Sakurayashiki fez cara séria e tapou sua boca.

Bodyguard (MatchaBlossom)Onde histórias criam vida. Descubra agora