0.6

652 38 5
                                    

                                  06
                           "Gentileza"

Sem muito o que fazer, eu tive que aceitar a carona do pastor, se eu fosse de baixo daquela chuva, com toda a certeza eu pegaria um resfriado violento que não me permitiria trabalhar, e se eu não trabalhasse, eu perderia o emprego, e se eu perdesse o emprego eu passaria fome e viraria um mendigo, pois eu não iria voltar para a casa da minha mãe de jeito nenhum.

Como havia alguns outros irmãos a pé, alguns idosos e que moravam longe, o pastor os levou de carro primeiro, então eu e minha vó ficamos na igreja esperando o pastor voltar, minha vó ficou conversando com uma missionária que ficava com a chave da igreja, só depois que eu fui descobrir que ela era a irmã do pastor e filha da pastora, ou seja, a pastora era mãe do Hebert, enquanto minha vó conversava com a irmã do pastor, eu estava apenas sentado, pensando na vida, até que de repente, Ana, a mulher de Hebert colocou uma cadeira perto da minha.

-Ana coloca uma cadeira próxima a Luca e se senta, colocando sua bolsa sobre seu colo

— paz do senhor irmão Luca - estende sua mão e sorri - tudo bem?

— paz do senhor irmã ‐ o garoto aperta a mão da mulher - estou bem, e a senhora, como está?

— eu estou muito bem também, graças a Deus! - solta uma risada alegre no final da frase

— que bom irmã, fico feliz
-O garoto que estava atrás da bateria se aproxima de Ana

— mãe, a senhora pode me dar meu celular? - o garoto pergunta e a mulher abre a bolsa, entregando o aparelho ao garoto que após pegar, se afasta

— então ele é seu filho? - Luca pergunta surpreso

— sim, o nome dele é André, tem 11 anos
-Luca olha para o garoto que usava seu aparelho e percebe algumas semelhanças com Hebert

— ele lembra muito o Hebert, também se assemelha com a senhora, porém com todo o respeito, ele se parece muito com o Hebert
-Ana ri

— não se preocupe Luca, todos dizem a mesma coisa, as vezes chamam o André de Hebert Jr

— se me permite perguntar, a senhora e o Hebert são casados a quantos anos? - pergunta curioso

— bom, eu acho que são uns 5, 6 anos, por aí, menos que isso eu sei que não é

— caramba, são muitos anos juntos! - diz surpreso

— é verdade, o Hebert é um homem muito bom, gentil e amoroso, eu amo ele demais, é um ótimo marido - diz com paixão

— tenho certeza de que é sim! Eu vim aqui poucas vezes, porém dá pra perceber o quanto vocês se amam
-Ana sorri

— obrigada pelas palavras Luca
-Ao ouvir um barulho de carro, Luca percebe que Hebert já havia retornado, e esperava na porta da igreja

Hebert buzinou, então chamei minha vó e nos despedimos da esposa e irmã do pastor, Ana não viria conosco pois disse que esperaria Hebert levar todos primeiro para já ir embora de uma vez,  ainda chovia muito, eu e minha vó então, entramos no carro, ela foi no banco da frente e eu no de trás, aquele carro tinha o cheiro dele, seu perfume maravilhoso estava empregnado por todo o veículo, enquanto minha vó ainda estava no carro, a conversa fluia, ela e o pastor conversavam sobre vários assuntos, trabalho, família entre outros, o caminho até a casa da minha vó era rápido, não entendia como a conversa poderia ter durado tanto, quando chegamos na casa da minha vó, ela convidou o pastor para entrar, ele recusou educadamente, após isso se despediu de mim e dele, em seguida saiu do carro, abriu o portão e entrou para dentro de casa.

Anjo de Terno (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora