Capítulo 3 - Proposta Indecente Parte 1

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Às vezes me pego pensando no que vou deixar de legado na terra depois que eu morrer. Sei lá, quero deixar algo bom por aqui quando partir dessa pra melhor — ou pior. A questão é: vou viver muito tempo pra deixar meu legado para a posteridade? Ou apenas vou morrer como um gay super gostoso que é dotado mais sem ser reconhecido pelas massas?

Eu sei, que papo de merda esse logo no início do capítulo?, a questão surge por aí, te fazendo me odiar mais ainda por não continuar de onde parei anteriormente. Apenas foda-se com um pau de 30 centímetros porquê, cu de jumento, não tenho culpa se acordei pensativo em relação as coisas e se quero escrever essas merdas por aqui. Apenas aguente ou passe reto, se quiser. Ou morra apenas!

Fora meu excesso de pica e gostosura, será que deixarei alguns amores sinceros por aí? Uma boa impressão para com os outros? Ou apenas cus e rolas fodidas que eu tive a sorte de foder durante o tempo em que eu conseguir (sobre)viver? Ou quem sabe essa história de merda vai ser meu único legado? Se for, vai ser uma merda, hein?! Só que espero que a Netflix compre os direitos e faça uma série algum dia! E que seja boa pra cacete, claro.

Cara, talvez esse bosta de história seja a única coisa boa que vou deixar mesmo. Por que falo eu falo isso?Provavelmente, eu nunca vou sair do fim de mundo que é a minha cidade. Então, com isso, não poderei fazer algo extraordinário. No máximo, a única coisa que eu vou fazer de absurdo e que me dê certo reconhecimento por cinco segundos é dá meu cu no meio da rua (pretendo fazer isso em breve). Aí, caso alguém filme e eu apareça levando rola no jornal na noite.

Não, desgarrados, não quero ser famoso ou algo do tipo. Sei lá, só quero fazer algo bom pra ser lembrado numa roda de conversa entre amigos de vez em quando — de preferência algo bom. Sei que pode parecer algo besta de se pensar, mas não quero ser apenas um bostinha numa estatística que ninguém vai ser importar realmente, manja? 

Argh, sinceramente, odeio quando acordo dessa forma. É como ser fodido por alguém sem ao menos ter percebido ou sentido prazer. O ruim é que fica só a sensação e você tem que lidar com porra até ela evaporar. Tem duas formas que me deixam melhor: escrever e escutar música. Por isso tô aqui escrevendo essa porra — pior que é numa das melhores partes da história! Sorte ou azar de vocês?

E você? Qual vai ser a merda do teu legado? O que tu vai deixar para a sociedade? Talvez nada, eu aposto, rá!

Certo, ordinário, vou continuar de onde eu parei no capítulo anterior agora, tá legal? Seu cu é nosso e o meu é seu, lembra não?

— O Tiago te disse isso? — eu indaguei após alguns instantes, estreitando os olhos na direção no meu vizinho.

Porra, sempre me pergunto porque a bosta do ser humano tem essa mania cretina de sempre perguntar o óbvio, mesmo já sabendo a resposta! Isso é tão idiota num nível! Ria de mim, seu otário, pode rir! Vá se lascar em seguida, tá bão?

— Sim. Ele me disse isso — Pedro concordou, esborçando um sorriso simples. — Percebi que achou estranho o que falei pela a tua expressão — emendou, parecendo constrangido com algo.

— Não diria estranho. É que meu irmão não é muito de falar coisas de casa com os outros... — falei fazendo uma careta. Mesmo não sendo gay, Tiago era um cara super discreto. Gostava desse ponto nele. — Digamos que ele seja bem reservado em relação as suas coisas.

Olhei para o braço torneado de Pedro, procurando algo que chamasse a minha atenção por ali. Vi um pequeno relógio digital branco que combinava com os fones que ele guardou poucos instantes antes.

— Ah, entendi. Bom, teu ele é bem liberal comigo, digamos assim — Pedro falou, pondo uma mão nos cabelos e massageando-os. Em seguida falou, com uma certa insinuação na voz:— Talvez por que sejamos vizinhos? Ou eu sou uma pessoa que transmite muita confiança para os outros?

Mordi a parte interna da bochecha com força, guardando uma gargalhada forte que ameaçou irromper pela minha garganta. Quis rir não só por está nervoso, mas por imaginar por um segundo que meu vizinho queria dizer algo mais quando falou aquilo. O que seria? Também não sei até hoje, cretinos curiosos.

Pra quem sentiu saudades, meu pau ainda estava duro em baixo na minha mão, mas a ameaça de gozar já tinha cessado. Passei o pulso em cima dele, dizendo mentalmente para ele me obedecer e amolecer logo, pois eu iria terminar aquela conversa há qualquer momento. Por azar, caso ainda estivesse excitado quando levantasse e Pedro me visse de rola dura seria constrangedor pra cacete.

— Pode ser isso — concordei, limpando a garganta. Peguei (não foi no pau dele, seus fuleragens) o celular e pus no bolso da frente. — Você quer falar com Tiago? Se sim, ele não tá aqui agora...

— Não, não. Eu tenho que ir… — Pedro sussurrou. Ele olhou para os lados, como se verificando se havia alguém no meio da rua — Mas, antes disso, tenho uma proposta para te fazer Cássio!

Arregalei os olhos e engoli em seco. Cássio? Como ele sabia disso?, pensei, sentindo o medo brotar nas pontas dos dedos. Esse era o apelido que eu dizia para os caras do Grindr quando eles perguntavam qual era o meu nome. Nunca disse o real. E ninguém sabia do Cássio além desses caras. Bom, eu estava claramente enganado.

Resolvi me fazer de desentendido —tinha uma leve chance de ser apenas uma confidência. Então apenas disse, na voz mais firme que consegui.

— Pode falar.

Meu vizinho chegou mais perto de mim, se encostando inteiramente na cerca — sorte que nao era de arame farpado. Como ele estava mais perto, senti o seu cheiro de suor misturado com desodorante (putz). Por alguma razão, essa aproximação me deixou mais nervoso ainda.

— Você quer a senha lá de casa? — a voz dele saiu baixa. Senti um alívio momentâneo percorrer minha espinha aos escutar as suas palavras, pois pensei que ele iria mencionar algo mais sobre o meu apelido.

Eu lembro que o sol já tava dando os últimos sinais de vida lá no céu. Havia uma linha alaranjada bem bonita atrás da cabeça de Pedro. A rua estava deserta — todos os vizinhos agora que estavam vindo do seus respectivos trabalhos mais chatos que você que eu está lendo. Sabia que há qualquer minuto ela ficaria escura. Naquela época os postes estavam com defeito. Na realidade, ainda estão. Sempre demorava um tempinho para as luzes se acenderem.

Com o cu disponível para levar bombadas, encarei Pedro, tentando descobrir o que o cara de saco estava querendo ao me fazer aquela proposta. Os seus olhos brilhavam por conta da curiosidade de saber a minha resposta.

— Não, não sei… digo, acho que sim — falei, pensando em algo na hora. — Quero dizer, não…

— Você tem que dizer que sim! Tenho algo há mais para você…

Pedro se afastou um pouco da cerca, olhando para os lados outra vez com certa cautela. Eu não estava entendendo o que ele queria dizer com aquilo nem muito menos fazendo. Apenas acompanhei a cena mais perdido que cego em tiroteio. Porém, o que o desgraçado fez logo em seguida me deixou desnorteado e explicou tudo.

E aí, condenado, consegue adivinhar o que meu vizinho fez pra me deixar da forma que eu mencionei? Vou te dá três chances antes de você continuar e descobrir! Caso você erre, teu cu vai ser meu. Caso acerte, meu pau vai tá no teu cu! Então, diz aí no comentário! Até o final do capítulo você sentirá um coisinha forçando a entradinha do seu rego!

Pedro indicou com o dedo para eu olhar para baixo. Fiz o que o viado me pediu, e olhei para onde ele apontou, achando que veria algo nada desinteressante ou algo assim. Mas não! Meu palpite passou foi longe disso! Na realidade, bem que eu queria que fosse o que tinha pensado. O que vi foi a mão esquerda dele. E daí? E daí que esta apertava gentilmente o seu pau que já estava no ápice duma ereção.

— Isso — Movimentando as duas mãos de um jeito anormal e habilidoso, Pedro esticou o tecido da calção para cima, deixando que eu visse cada centímetro do seu monstruoso pau. — vem junto com o pacote, caso você aceite, é claro! O que me diz?

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