Capítulo 11 - Juguetito nuevo

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Almoçamos juntas vendo um programa local de TV, eu ainda não tinha me recuperado muito bem da nossa brincadeira de mais cedo. Ohana estava elétrica, não conseguia ficar parada no mesmo lugar por mais de cinco minutos. Depois do almoço, me sentei na poltrona ao lado da parede de vidro para ler um pouco, distrair a cabeça e pensar nas perguntas que faria à ela mais tarde.

Ergui a sobrancelha quando vi Ohana do outro lado do quarto se alongando. Se ela iria dançar, eu iria parar e assistir ao show. Ela pegou o seu celular e conectou o mesmo na caixinha. Ela parecia não me notar, estava perdida na própria bolha e eu amava demais quando aquilo acontecia. Vez ou outra nos ensaios ela se encontrava assim, e eu como sempre perdida nela. A música começou a tocar e logo Ohana iniciou os primeiros movimentos. Ela vestia apenas um top preto e um mini short da mesma cor, que mais parecia uma calcinha. Sorri quando ela completou um giro e pude perceber que seus olhos estavam fechados, sentindo a música.

Não era querendo puxar saco e nem nada, mas Ohana é uma das dançarinas mais completas que já tive o prazer de assistir na vida. A minha preferida, é claro. Parecia estar longe do mundo. Fiquei a admirando calada, não queria atrapalhá-la.

Eu fui me dando conta o quanto minha paixão por Ohana já estava clichê. Acho que o termo paixão já era fraco para o que eu sentia. O que eu sentia me sufocava, me dava vontade de gritar e de segurar o meu coração para que ele parasse de querer sair do meu corpo toda vez que ela sorria. O que eu sentia fazia de mim escrava da minha própria incoerência. Passei tanto tempo tentando fugir que não percebi que o que eu sentia  de verdade era amor, muito amor. Meu corpo todo tremeu com tal informação, o meu coração estava informando a minha razão que eu a amava, que ela era exclusivamente o que eu mais queria ter. Era amor e  eu senti meus olhos molhados. De todos os relacionamentos que passei, eu nunca jamais tinha sentido aquilo por um outro alguém.

A música terminou e com isso veio os últimos movimentos, tudo o que eu fiz foi coçar os olhos para evitar que alguma lágrima caísse. Ela se virou encontrando meu olhar. Sorriu pra mim de forma meiga, desligando a caixinha.

: - Ei, você estava me observando.

Concordei com a cabeça, fechando o livro que e o colocando na mesinha ao meu lado.

: - Estava e estou quase levantando para bater palmas. - Sorri para ela. - Foi lindo.

Ohana abaixou a cabeça corando violentamente, minha vontade de abraçá-la cresceu tanto que bati com as mãos nas minhas coxas para que ela fosse sentar em meu colo.

: - Vem cá.

Ela andou sem pressa em minha direção, sentando-se em meu colo e rodeando seus braços em meu pescoço. Abracei sua cintura.

: - Eu gosto quando você me olha desse jeito.

Sua voz era mais manhosa do que o normal, derreti com aquilo.

: - De que jeito? - Perguntei.

: - Desse jeito, como se eu fosse a única coisa que você quer no mundo.

Seus olhos me encaravam iluminados e tudo o que senti vontade de falar foi: "Eu te amo" mas não queria assustá-la. E se ela não sentisse com tanta intensidade? E se pra ela fosse só paixão? Então apenas guardei pra mim.

: - Você é a única coisa que eu quero.

Foi tudo que me permiti dizer. Ela sorriu de canto depois de selar meus lábios, curvando a cabeça para deitá-la em meu ombro.

: - Eu também só quero você. Jamais tire isso da sua cabeça.

Apenas a abracei, existem momentos em que palavras são desnecessárias.

Falling in love for the last time - Versão Ohanitta Onde histórias criam vida. Descubra agora