You must like me for me...

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Kyungsoo estava bem nervoso por incontáveis motivos. Era dia de entrevista na rádio e o seu convidado não era bem o tipo de pessoa que um dia já pensou em entrevistar. Não que tivesse algum preconceito contra o assunto — longe disso — mas, ainda assim, não sabia porque tinha que ser ele o entrevistador da vez, quando o assunto não era nada relacionado ao que conhecia sua vida pessoal.

Do Kyungsoo era uma pessoa bem recatada. Evitava falar sobre certos assuntos e quase sempre evitava falar com certas pessoas também. Era como se ainda fosse um jovem se iniciando na vida adulta. Por causa disso, se sentia ridículo na maior parte das vezes quando tinha que falar sobre o assunto que iriam discutir hoje. O que significa que iria se sentir ridículo por quase meia hora, pois, iria entrevistar o dono de uma das maiores companhias de produtos eróticos do país.

Maravilha. Era tudo o que um dia ele tinha imaginado.

Byun Baekhyun era o cara mais aberto do mundo. Do já tinha ouvido falar de como as suas palestras mudavam a vida das pessoas, e como sua voz nas questões de sexualidade era forte (talvez até mesmo uma das maiores referências na área). Não que o radialista estivesse tão por dentro assim, mas havia feito a sua pesquisa. Não podia entrevistar alguém sem conhecer a história por trás, se fosse assim, não teria perguntas. Mesmo que, no momento, também não tinha muitas delas para fazer.

— Do Kyungsoo... está tudo preparado? — Joohyun estava lhe perguntando da outra cabine de edição, do lado de fora da sua.

O moreno pensou por um momento antes de responder, pois, se fosse sincero? Sentia que podia simplesmente abrir o coração e chorar.

Não, não estava preparado. Na verdade, não fazia a mínima ideia do que perguntar para Byun Baekhyun, porque, veja bem, ele não transava. E não transava desde a primeira vez que transou na sua vida inteira, o que era um problema (não aguentava mais, pra falar a verdade); mas isso era uma outra história.

Do pigarreou antes de retornar a pergunta de sua colega:

— Só mais alguns minutos, Joohyun. — respondeu, tentando camuflar o nervosismo aparente.

— É que... ele já chegou. — ela disse, como se não fosse nada de mais.

Kyungsoo arfou, porque para ele era tudo demais. Tudo o que ele não queria que acontecesse ali, agora, naquele exato minuto. Mas pelo jeito teria que ser agora mesmo. Era como tirar o band-aid: quanto mais demorava para atendê-lo, mais teria que prolongar o nervosismo. Então que fosse de uma vez!

— Tudo bem, então. Pode pedir pra ele entrar.

A garota sorriu largo, acenando positivamente com a cabeça.

Meu Deus.

Ela estava feliz com tudo aquilo? Só podia estar esperando para vê-lo pagando mico. Com toda a certeza Bae sabia da sua fama de casto. Todos ali lhe perturbavam por isso, ela não seria diferente.

A porta da cabine se abriu, e com ela o cheiro completamente inebriante se alastrou pelo ar. Não precisou ao menos olhar para saber que era ele ali. Kyungsoo se levantou a fim de cumprimenta-lo, mas quando finalmente colocou seus olhos nele, parou no mesmo lugar.

Byun Baekhyun era, com toda a certeza do universo, a pessoa mais estonteante que já havia visto em toda a sua vida. Vestia uma camisa aberta com um tipo de colar de prata, que descia delicadamente pelo peito como se estivesse pousado ali. Era sexy. A calça do conjunto tinha o corte perfeito para o seu corpo pequeno, além dos anéis em seus dedos que brilhavam com um tipo de metal holográfico. Parecia como se ele tivesse vindo de um conto de fadas, se esse conto fosse destinado para adultos maiores de 19 anos.

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