Isn't? Isn't? Isn't?

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Sehun se segurava numa escada enquanto passava o pano na janela da cozinha do próprio apartamento. Kyungsoo estava na bancada preparando a janta daquela noite que resolveram tirar juntos pela primeira vez, em muito tempo. O motivo não era nada feliz, já que o relacionamento conturbado do seu melhor amigo com um homem casado tinha ido por água abaixo e Sehun ainda continuava coletando os cacos por aí. E, claro, sendo Kyungsoo a única família dele, não pensou duas vezes antes de correr para amparar o amigo quando ele pedia.

Kyungsoo sabia que Sehun era um homem que transbordava paixão quando se abria para o amor, e ele sempre tinha sido assim. O término com Junmyeon não era recente, mas o fato do rapaz ainda insistir para voltarem, deixava Sehun muito mal. Era irresistível, pra ele, ir contra as vontades do seu próprio coração.

— Não me vejo fazendo essa loucura mais. Não quero aquele homem na minha vida outra vez — Sehun bufou, esfregando com força a pequena janela.

Kyungsoo cortou o último pedaço de tofu e jogou no molho apimentado da sopa que faziam. O apartamento de Sehun não era tão grande, mas era incrível como se sujava tão fácil. Toda semana, pelo menos por algumas horas, Kyungsoo tentava ajudá-lo com a limpeza. Sehun mal parava em casa por conta do seu emprego, então sempre chorava pedindo ajudava quando precisava. O lado bom era que Kyungsoo sempre podia cozinhar no final, algo que ele amava fazer para mais de uma pessoa que não fosse ele mesmo.

— Ele ainda te persegue por aí? — perguntou Kyungsoo, antes de provar o sabor do molho para checar o sal.

Sehun bufou outra vez.

— Nas redes sociais, sim. Fica me perguntando se estou magoado com ele. Há, isso não é óbvio?

— Talvez você pudesse dar uma outra chance ao Jongin. Ele é legal, trabalha como modelo igual você e as agendas são bem parecidas.

— Kyungsoo, o Jongin é um galinha.

Kyungsoo riu baixinho pelo tom debochado dele.

— Você jura? Não conheço ninguém assim.

Sehun parou o que fazia, virando-se com o rosto de pura indignação. Kyungsoo arriscou um olhar para ele, e arregalou os olhos quando viu tarde demais Sehun jogando o pano molhado na sua direção. Foi acertado em cheio no rosto, quase como uma placa de dardo. Kyungsoo se desequilibrou, e deu dois passos pra trás com o impacto. Ouviu, mais do que viu, Sehun descer da escada para alcançá-lo com um tapa estralado.

— Escuta aqui, bicha, você tá doida? Galinha é a senhora sua vó, não vem com essa não! — ele esbravejou, finalmente tirando o pano molhado da cara de Kyungsoo, que riu com a cena toda.

— Meu Deus, fica calma! Era só uma brincadeira.

— Pois não gostei, abusada. Eu não sou rodada igual ele não!

— Olha, quem tá julgando agora, hein? — Kyungsoo provocou, erguendo a sobrancelha.

Sehun de repente se calou, desconcertado. Virou as costas e foi andando até a janela outra vez, só pra jogar o pano sujo no balde com sabão.

— Enfim... — ele cortou o assunto, resolvendo não falar mais sobre aquilo — O ponto, querida, é que são águas passadas. Agora eu estou focando em mim mesma e quero aproveitar um pouco a vida solteira.

Kyungsoo suspirou, terminando tudo no fogão e desligando o gás. O jantar estava pronto, mas ele não sentia tanta vontade de comer assim. Teria que lidar com a sua vida em relação ao seu próprio relacionamento com Baekhyun, de um jeito que não fosse magoá-lo. Ou trocava de emprego, ou simplesmente enfrentava o mundo do seu lado. Ambas as coisas lhe parecia como uma loucura.

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