Your hands up in my hair

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Do Kyungsoo estava vivendo a sua melhor vida ao lado de Byun Baekhyun. Poderia dizer que era uma pessoa mais feliz desde quando o conheceu, e que também já havia vivido muito mais aventuras do que um dia sequer imaginou. Estava se tornando uma pessoa desinibida, que mandava nudes quando bem entendia, tinha atitude quando sentia vontades, e passou a se familiarizar mais com aquele mundo de sensualidade ao ponto de buscar autonomia sobre seu próprio corpo.

Sabia o que lhe dava prazer e, hoje em dia, estava bem com isso. Não precisava sucumbir às vontades de namorados, muito menos se inibir de pedir por algo a alguém. Era estranho, pois aquilo tudo lhe dava uma sensação de poder. E quanto mais poder ele sentia, mais Kyungsoo entendia o que Baekhyun queria dizer quando falava sobre as suas próprias fantasias.
Depois de toda a repercussão da festa, claro que o seu chefe também chamou sua atenção sobre os posts da rádio. Kyungsoo já era um jornalista prestes a se formar, mas cada dia mais percebia que o mundo era muito pior na prática. Não podia escrever sobre o que bem entendesse, claro que não. O trabalho dele, muitas vezes, era dar à mídia o que ela mesma queria. E era assim que apresentava seus programas, entrevistava pessoas muito menos interessantes e seguia uma carreira um tanto infeliz na KBS.
No final de semana posterior ao do seu último encontro com Byun Baekhyun, Kyungsoo começou a pensar mais sobre tudo aquilo. Não queria ter que escolher uma coisa ou outra, mas viver como ele mesmo naquele país também não seria uma realidade, por mais que Byun Baekhyun não estivesse envolvido. Kyungsoo não sabia como ele conseguia sobreviver sendo quem era, mas pensava que, de alguma forma, também precisava seguir o seu coração.
O problema era que tudo isso tinha um preço muito maior do que ele estava disposto a pagar.
Para fugir dos paparazzis e qualquer outra possibilidade de Kyungsoo ser exposto ao mundo como seu acompanhante, Baekhyun lhe fez uma proposta inteligente: marcou um encontro em uma das suas festinhas particulares tarde da noite, o que deixou Kyungsoo bem ansioso.
Estavam os dois dentro do carro de Baekhyun, parados no estacionamento enquanto o movimento do lugar começava a aumentar. Kyungsoo vestia uma blusa transparente de tule preto que mostrava boa parte do seu corpo, mas também o harness que o abraçava por cima do tecido. Tinha o cabelo preto penteado para trás e um pouco de maquiagem que ele mesmo tinha feito só para ganhar confiança. Do seu lado, Baekhyun vestia só uma calça e um casaco social, e nada além de perfume e acessórios cobriam a sua pele levemente bronzeada.
— Tem certeza que eu posso vir aqui? Me parece tão secreto.
Baekhyun sorriu para ele, agarrando o seu joelho com os dedos finos.
— Com certeza. Trouxe você aqui pra curtir, Kyungsoo. Pode relaxar.
— Estou relaxado — Kyungsoo disse, com a voz claramente tensa.
Baekhyun riu, e abriu a porta do carro logo em seguida para não pararem na rua por tanto tempo. Kyungsoo suspirou fundo, mas o seguiu mesmo assim. Tinha concordado com a proposta, então teria que seguir até o fim. Era uma rua um tanto deserta, mas que claramente tinha muitos outros lugares ali que questionavam a moral da sociedade. Baekhyun parou em frente ao que parecia ser um bar e sussurrou algo para o segurança, deixando as chaves do carro na sua mão.
Ele se virou depois, procurando pela mão de Kyungsoo que foi diretamente ao encontro dela.  Eram um casal, claro, mas de mãos dadas pareciam até um pouco sério demais. Baekhyun o protegia como sempre, indo na frente e descendo as escadas iluminadas pela luz vermelha neon. Kyungsoo engoliu em seco, pois podia ouvir claramente o som de chicotes, batidas de música pop, e pessoas gritando alto de prazer ou de dor ecoando pela parede.
Seu coração começou a pular dentro do peito. Não sabia se iria conseguir fazer algo assim, era um pouco demais. Ele parou na escada, chamando atenção de Baekhyun.
— O que foi? — ele perguntou, como se estivesse dando bom dia.
— O que estamos fazendo?
Baekhyun o encarou, acenando para que ele se aproximasse. Kyungsoo suspirou, descendo dois degraus até ficar de frente pra ele.
— Você sabe que eu nunca te forçaria a fazer nada que você não quisesse, certo?
— Sim.
— Não se preocupe com os gritos, Kyungsoo. Preocupe-se comigo. Se te deixa mais tranquilo, pense que estamos em um motel especializado — ele sorriu, puxando a sua mão até os lábios de brincadeira — Vamos. Tente relaxar um pouquinho.
"Motel especializado" era uma maneira muito diferente de nomear uma casa de swing. Quando percebeu onde estava de verdade, ficou escandalizado. Desde a adolescência ouvia mil histórias sobre esses lugares e o quanto as pessoas faziam de tudo para encontrar um lugar mais organizado para fazer loucuras. Kyungsoo chegou no salão e a primeira coisa que notou foi o tamanho do lugar. Tinha stripers de todos os gêneros dançando em cada canto como um palco, várias pessoas dançando ou mesmo transando ali mesmo na pista. Baekhyun tinha um aperto forte na sua mão, como se quisesse marcar território. Era óbvio para todos que os dois estavam ali como um par e não dois curiosos.
Baekhyun levou ele até um espaço com menos pessoas, onde tinha um sofá de couro branco com uma mesinha para beber — ou fazer outras coisas também. Kyungsoo se sentou, com os olhos arregalados. Não conseguia parar de ouvir pessoas gemendo, ou os gritos agora abafados pela música alta e a sensação de que tinha sido jogado no olho do furacão.
Sentiu os lábios de Baekhyun no seu pescoço, e as mãos dele subindo pelas coxas até pararem na sua barriga.
— Você está nervoso — não foi uma pergunta, ele só estava fazendo uma observação — Não fique. O nosso quarto é privado, e a troca só vai acontecer se você quiser.
— T-troca?
Baekhyun riu baixinho.
— Sim, nenê, o troca-troca.
— Você devia ter me falado.
— Você ia pirar — ele sussurrou, deixando uma trilha de beijos pelo seu pescoço — Como tá pirando agora. Relaxa, Kyungsoo. Você confia em mim?
Kyungsoo concordou com um aceno de cabeça. Ele se afastou, tentando ver os olhos do namorado no meio daquelas luzes de neon. Sentiu o cheiro do perfume dele lhe entorpecer quando os lábios finos chuparam a sua boca num beijo gostoso. Kyungsoo fechou os olhos, sentindo seu corpo inteiro se arrepiar com o pensamento de estarem em público ali, provavelmente sendo observados.
— Não pense. Faça o que tiver vontade de fazer — Baekhyun sussurrou entre os seus lábios, chupando como se nunca tivesse feito aquilo antes — Eu sou inteiramente seu, hoje, mestre.
Ele estava brincando, mas o uso da palavra mexeu com Kyungsoo. Inclinou-se por cima do corpo dele, tocando o peitoral até chegar nos mamilos. Dedilhou a pele sensível com a ponta dos dedos e começou a apertar devagar enquanto ouvia a respiração de Baekhyun falhar na sua boca. Aquilo o surpreendeu um pouco, e deixou Kyungsoo feliz. Gostava de deixá-lo maluco daquele jeitinho que só ele sabia. Desceu os lábios pelo pescoço dele, chupando devagar enquanto podia ver a atenção que estavam chamando. Seu coração começou a bater mais rápido, mas também se sentia tão bem em fazer Baekhyun se derreter daquele jeito que resolveu ignorar sua voz interior.
— Você gosta? De se exibir? — Kyungsoo perguntou baixinho só pra ele ouvir.
Baekhyun riu em tom de deboche. Abriu os olhos e apertou as coxas que o prendia no sofá com as duas mãos. Seus olhos encaravam Kyungsoo com um brilho malicioso, mas quente. Tinha um pouco de sentimento nas palavras que vieram a seguir:
— Eu gosto de você, gracinha.
Kyungsoo sorriu. Deixou um beijo nos lábios dele, e abriu sua boca devagar enquanto aproveitava a sensação de dar uns amassos com o namorado num lugar daqueles. Baekhyun segurava o seu corpo com tesão, apertando os lugares certos com a força calculada. Se entregou no beijo que Kyungsoo estava lhe dando, como se fossem um casal prestes a serem separados pela guerra. Depois de tantos meses conhecendo as vontades um do outro, já tinham consciência de tudo o que dava prazer entre eles.  Kyungsoo sabia, por exemplo, que se rebolasse devagar no colo de Baekhyun, ele poderia ouvir um gemido profundo saindo de sua garganta. Sabia também que ele gostava de estar no comando, mas que cedia vez ou outra só para vê-lo agir.
Como agora.
Então, Kyungsoo desceu uma das mãos até o colo dele, desabotoando o botão da calça social enquanto tentava encontrar o caminho até o pau dele. Baekhyun gemeu baixinho quando sentiu o contato com a mão do namorado. Ele era sensível, mas mais ainda quando estava ligado às sensações carnais.
— Você quer que eu continue? — Kyungsoo perguntou, sabendo que ele entenderia a provocação.
Baekhyun sorriu em meio ao resfolego, e concordou com um aceno. As mãos dele seguravam Kyungsoo no lugar, e os olhos não ousavam desviar para qualquer lugar que não fosse os olhos de Kyungsoo. Baekhyun gostava de observar suas expressões de perto, e o costume já era tão habitual que ele nem ao menos precisava mandar — Kyungsoo já sabia de cor o que fazer por ele.
Começou a estimular o pau rígido dele com as mãos, respirando rápido pela adrenalina de estarem sendo observados. Baekhyun apertava sua coxa quanto mais prazer sentia, e aproveitava o atrito da rebolada desesperada de Kyungsoo no seu colo enquanto deslizava uma mão no meio das pernas dele. Kyungsoo sentou ali, fechando os olhos enquanto se movimentava. Baekhyun moveu a outra mão na cintura dele, apertando forte enquanto segurava os gemidos.
Deixou que a mão se movesse contra o pau dele também, um pouco mais rápido do que os movimentos de Kyungsoo no seu colo. O moreno parou de lhe masturbar, e fechou os olhos com força quando Baekhyun apertou a glande sensível contra a sua mão.
— B-baekhyun! — ele arquejou, inclinando o corpo pra mais perto.
Baekhyun riu baixinho contra o peito dele, divertindo-se com o poder que tinha nas mãos.
— Tão sensível como sempre — ele provocou, antes de subir os lábios até o pescoço de Kyungsoo — É o que acaba comigo. Saber que eu posso te encher de tesão só com isso aqui.
Kyungsoo estava ligeiramente envergonhado por saber que ele tinha razão. Era tão fraco, tão entregue naquela química que até soava patético. Desconfiava que todos ali estavam concentrados, testemunhado a sua falta de escrúpulos pelo próprio namorado.
— Estão olhando? — Kyungsoo perguntou, sentindo o incômodo da timidez.
Mas Baekhyun sorriu pra ele. Puxou o queixo com o polegar para que se encarassem de perto.
— Isso importa? — ele rebateu com malícia.
Kyungsoo nem ao menos conseguiu responder a provocação, pois a língua dele foi diretamente para a sua boca. Baekhyun chupou seus lábios, beijando com vontade enquanto forçava a mão dentro da calça apertada que Kyungsoo vestia. Ele massageou devagar primeiro, tocando com a ponta dos dedos e deslizando até que a cabecinha metesse na palma. Baekhyun olhava nos olhos dele, esperando os gemidos agudos de Kyungsoo ressoar em meio a festa de música alta.
Kyungsoo gemeu baixinho contra a sua boca, completamente extasiado. Ah, como Baekhyun era obsceno. E como tudo aquilo estava excitante. As mãos deslizavam sobre o seu pau, e puxando o membro para fora da cueca enquanto se moviam juntos.
— Porra — Kyungsoo suspirou, inclinando a cabeça para trás enquanto sentia o prazer que estava recebendo.
— Pode gemer o quanto quiser, nenê, mas eu não vou parar. Pode começar a quicar pra mim, agora.
Kyungsoo sentou no colo dele, sorrindo enquanto sentia o prazer invadindo seus sentidos. Todos deviam estar escutando-os ali, mas ele não se importava. Subia e descia junto com as mãos de Baekhyun, movimentando o corpo ao comando dele. Estavam olhando um no olho do outro, se provocando e se comendo com o olhar ao mesmo tempo que Baekhyun o masturbava ritmadamente.
A mão dele apertava devagar quando subia até a glande, onde deixava o dedo passar pela cabecinha vez ou outra para provocar. Kyungsoo chorava estrangulado, mordendo a própria boca para não gritar alto. Baekhyun sorria maliciosamente pra ele, subindo a outra mão pela sua coxa para fazer uma carícia. Gostava de manter o contato a todo momento, e não era ali que as coisas seriam diferentes.
Kyungsoo se movia mais próximo dele, sentindo-se quente e molhado, como se pudesse queimar ao mero toque. Baekhyun só desacelerou quando percebeu que faltava pouco para ele gozar ali mesmo na sua mão.
— Baek! — Kyungsoo protestou, manhoso.
Baekhyun sorriu largo para ele, mas não disse nada. Ele puxou o harness que Kyungsoo vestia e deixou uma carícia no seu abdômen. Foi subindo as mãos até o mamilo dele, tocando por cima do tule preto da regata que Kyungsoo vestia. A pele dele se arrepiou completamente, ainda mais quando Baekhyun apertou um dos mamilos com as pontas dos dedos. Kyungsoo deixou um arquejo alto sair dos lábios.
— Quietinho — Baekhyun o repreendeu com um sussurro.
A ordem não ajudou em nada no tesão que ele estava sentindo ali no colo dele. Baekhyun puxou o harness mais uma vez, dessa vez a argola da coleira que ligava as tiras pelo corpo dele. Puxou o corpo de Kyungsoo um pouco mais pra cima, o suficiente para que a boca dele se encaixasse no peitoral. Kyungsoo apertou os ombros dele com as mãos quando sentiu a pontinha da língua em contato com o mamilo sensível.
Baekhyun então subiu com a língua para o pescoço de Kyungsoo, lambendo a pele inteira até chegar no lóbulo da orelha. Os braços dele abraçaram o corpo de Kyungsoo, enquanto ficavam extremamente próximos. Ele chupou seu pescoço como um vampiro, beijando e mordiscando a pele que não estava coberta pela coleira que Kyungsoo vestia.
— Você está excitado? — Baekhyun sussurrou, provocante — Diz pra mim.
— Sim! — Kyungsoo arfou no colo dele.
— É "sim, Mestre".
Kyungsoo ouviu o que ele disse, mas ficou surpreso com a mudança repentina do tratamento. De alguma forma aquilo só lhe deu mais tesão. Baekhyun estava em seu estado natural, agindo como o Dominador pelo que era conhecido.
— Você me ouviu? — ele questionou, afastando-se para encará-lo nos olhos — Chega de brincadeirinha, bebê. Você vai ser meu hoje. O que me diz?
— É pra isso que me trouxe aqui? — Kyungsoo perguntou, finalmente descobrindo o segredo que ele parecia querer guardar.
Baekhyun sorriu, chupando o seu lábio inferior ao invés de lhe responder. A mão dele passou por de trás dos joelhos de Kyungsoo, o posicionando melhor no seu colo.
— Eu te trouxe aqui, porque acho que nós podemos pular pra melhor parte agora. Você não acha?
— Você vai me dominar?
Baekhyun sorriu.
— Me diz você, Kyungsoo.
Tudo o que ele queria era fazer o namorado se perder por um momento. Baekhyun tinha os olhos entreabertos que lhe encaravam com intensidade, mesmo debaixo daquela luz neon. A boca entreaberta clamava por um beijo, que Kyungsoo não lhe deu, pois alguém chegou bem próximo a eles dando um belo balde de água fria. Era possível ver que a pessoa tinha uma baixa estatura, mas só quando ele abriu a boca, que Kyungsoo se ligou de quem se tratava:
— Bom ver vocês aqui.
A voz familiar era aguda, mas mesmo na escuridão daquele clube barulhento, Kyungsoo reconheceu Kim Minseok sem camisa, usando apenas uma coleira e uma cueca de couro. Ele estava rosa, como quem tinha levado uns tapas e uns bons amassos.
Baekhyun tirou a mão das coxas de Kyungsoo, e lançou um olhar para Kim Minseok enquanto mordia os lábios. Ele podia tentar esconder, mas Kyungsoo viu um vislumbre claro de irritação na sua cara. Kyungsoo ficou surpreso pela reação, já que não imaginou que ele ficaria estranho em ver alguém tentando se aproximar num lugar como aquele. Quer dizer, ironicamente, era pra esse ser o papel de Kyungsoo.
— Minseok — ele arfou, tentando retomar a respiração — Bom te ver.
— Igualmente. Não achei que te veria aqui mais, já faz tanto tempo.
Kyungsoo ficou em silêncio, se vendo em um impasse ali. Não parecia nem um pouco que Baekhyun estava animado com a aparição de seu ex-namorado, mas era um pouco perturbador o quanto o rapaz estava bonito parado ali. Parecendo ler sua mente, ele se aproximou dos dois, deixando um beijo no canto dos lábios de Kyungsoo.
— Acho que ainda não fomos devidamente apresentados, né?
Baekhyun suspirou, movendo Kyungsoo do seu colo para o sofá. Baekhyun se levantou, bloqueando a visão de Kyungsoo enquanto murmurava algo para Minseok.
— Pega leve — ele o avisou, com um tom mais sério.
Minseok sorriu, dando de ombros.
— Eu vi vocês aqui, e fiquei muito animado. Claro, não quero atrapalhar. Mas se estiverem procurando alguém para somar, saibam que eu daria exclusividade pra um casal tão gostoso.
Kyungsoo arregalou os olhos. Ele desconfiou que Baekhyun não tivesse previsto isso. De tudo, talvez ele esperasse que outra pessoa pedisse por uma experiência a três, mas não o seu ex-namorado. Kyungsoo, por outro lado, estava se acostumando com a ideia de ser observado por parceiros em potenciais, o que o deixava um pouco nervoso. Nunca tinha feito nada a três antes, muito menos com um desconhecido. Kim Minseok era alguém da confiança de Baekhyun, o que fazia tudo isso ser um caso isolado pra eles. Mas, quando Byun se pronunciou, Kyungsoo imaginava que sua resposta seria diferente do que realmente foi:
— Bem, nós não estamos interessados, Minseok. Pode ir.
Kyungsoo ergueu as sobrancelhas quando entendeu que estava completamente enganado. Ele estava o rejeitando com todas as palavras, sendo firme em seu tom.
— Ah, isso é uma pena. Se mudarem de ideia, já sabe onde me achar, Baekhyun.
Minseok sorriu, deixando mais uma piscada pra Kyungsoo antes de ir embora. Kyungsoo ficou parado, sem saber o que dizer para quebrar o gelo que havia surgido entre eles. Baekhyun suspirou fundo, cruzando os braços antes de encarar Kyungsoo com cuidado. Pela primeira vez desde que se conheceram, ele parecia extremamente envergonhado.
— Ok, isso foi uma aventura — Kyungsoo brincou, tentando descontrair com a situação.
— Eu sinto muito por você ter que passar por isso, foi um descuido meu te trazer aqui.
Kyungsoo abriu a boca para tranquilizá-lo sobre isso, mas não sabia o que dizer. Quer dizer, em parte, entendia porque a situação o incomodava. Mas em parte, se quisessem mesmo abusar da sorte naquela noite, era melhor que fizessem isso com alguém de confiança. Então, não tinha achado tão ruim assim que Kim Minseok tivesse surgido com aquela ideia. Mas, talvez Baekhyun tivesse seus motivos pra ter agido tão na defensiva assim. E o que ele sabia? Kyungsoo nunca teve um namorado que durasse mais que alguns meses.
— Kyungsoo? Ouviu o que eu disse?
Kyungsoo piscou. Cruzou os braços como se quisesse se proteger, sentindo-se estranho ali, pois parecia que seu corpo e mente estavam se dividindo ao meio. Ele olhou para Baekhyun com cuidado, querendo fazer a pergunta proibida que estava lhe perturbando. Ponderou se deveria respeitar aquele momento e só deixar sua dúvida pra lá, mas, no fundo, estava doido pra saber o que aconteceu de verdade entre eles. Queria saber porque Kim Minseok parecia ser um tópico sensível pra ele.
— Você acha que seria ruim? Você sabe, se ele tivesse o que queria...
Baekhyun franziu o cenho em confusão. Não pareciam nem um pouco feliz com a pergunta, como se estivesse decepcionado. Ah, merda. Definitivamente aquele era um tópico extremamente sensível, e Kyungsoo tinha acabado de aprender isso da pior maneira possível.
— Você... quer me dizer alguma coisa? — Baekhyun perguntou, parecendo um pouco inseguro.
Kyungsoo deu de ombros. Queria, claro, perguntar tudo sobre aquele impasse todo entre os dois, mas também não queria ser indelicado. Como poderia forçar ele a dizer algo que parecia ser tão doloroso? Talvez, Kyungsoo pensou, esse tal Minseok ainda era alguém que ele não tinha superado totalmente. Como aquela farpinha escondida grudada na pele, devia doer toda vez que tocasse.
— Não, tudo bem.
Baekhyun suspirou fundo.
— Pode me dizer, eu quero saber.
— Eu só acho que, se alguma coisa acontecesse, melhor que fosse com alguém que já conhecemos. Você não acha?
De tudo o que Kyungsoo poderia falar pra ele naquele momento, talvez aquelas palavras não fossem a melhor combinação. O olhar dele dizia tudo: Baekhyun estava arrasado. Tão decepcionado, que tomou alguns segundos para digerir o que Kyungsoo quis dizer com aquilo. Foi quando ele percebeu que, definitivamente, teria que arrancar dele essa história por bem ou por mal. Alguma coisa de muito errada devia ter acontecido entre eles.
— Kyungsoo, eu não tenho interesse em transar com o meu ex-namorado — ele murmurou, claramente chateado com a sua sugestão.
— Ok, ok. Me desculpe, Baekhyun, eu...
— Não precisa se desculpar — ele o interrompeu, desviando o olhar para o sofá — Acho que devemos ir embora. Esse lugar foi um erro.
Baekhyun passou a procurar pelas chaves do carro nos bolsos, indicando a saída. Kyungsoo entrou em desespero, pois não era assim que ele queria terminar a noite, não senhor. Tinha marcado um encontro quente depois de tanto tempo pra deixar alguém estragar? Ah, isso ele não ia deixar mesmo!
— Não! Não, não faz isso. Vamos... vamos fingir que isso não aconteceu. Por favor, por favor!
Kyungsoo apelou, se jogando nele enquanto segurava a lapela do blazer que Baekhyun vestia. Byun fechou os olhos, passando as mãos pelos cabelos enquanto suspirava. Não o abraçou de volta, porque provavelmente estava ponderando o seu pedido.
— Desculpe, mas eu não sei se consigo fazer isso — ele disse, finalmente abrindo os olhos para vê-lo.
Mas Kyungsoo não queria desistir tão fácil assim. Sua mente criativa o fez agir por impulso, e ele então apontou o dedo indicador no peito nu de Baekhyun enquanto o empurrava até o sofá. Byun ficou surpreso, mas não fez nada. Nem mesmo quando Kyungsoo mordeu o lábio inferior e montou no seu colo, segurando seu rosto com as pontas dos dedos. Baekhyun tinha os olhos trancados nos dele, sorrindo nostálgico segundos antes de Kyungsoo lhe dar um selinho.
— É uma ordem, Mestre — Kyungsoo provocou, sabendo que tinha errado completamente a dinâmica da coisa.
Aquilo fez Baekhyun rir contra os seus lábios. Os braços dele cercaram o seu corpo, e logo mais Baekhyun afundou a cabeça na curva do seu pescoço. Ele fungou, sentido o perfume grudado na pele de Kyungsoo. Beijou o pescoço e subiu até a orelha, chupando um pouco antes de deslizar os dedos ali.
— Você é incrível mesmo, eu tenho muita sorte — ele sussurrou no ouvido.
O sorriso de Kyungsoo foi involuntário. Estava se divertindo com ele, tirando uma casquinha enquanto tentava animá-lo perante a situação.
— Eu é que tenho sorte por você ser tão gostoso, Mestre.
Baekhyun riu mais uma vez, descendo as mãos até a bunda de Kyungsoo.
— Vem cá, gracinha — ele chamou, apertando o corpo em cima do seu quando foi em direção dos lábios fartos.
Baekhyun chupou sua boca, abrindo devagar enquanto o beijava lentamente. Ele estava mais relaxado daquele jeito, beijando-o enquanto sentia o corpo de Kyungsoo com as mãos. Vez ou outra Baekhyun soltava um gemido delirante, como quem estava tendo o melhor momento de sua vida. Era incrível, pois fazia Kyungsoo se sentir poderoso até demais.
Sentiu a mão dele subir pelo harness, puxando pra mais perto dessa vez para tentar encará-lo. As luzes da boate piscavam contra eles, e a música se misturava com os gemidos de vários casais ao redor, mas naquele momento tudo estava parado. Baekhyun tinha um olhar sentimental, como se quisesse conversar apenas com a conexão que tinham criado. Era tão profundo e aconchegante, que Kyungsoo só podia olhar pra ele de volta.
— Eu não quero ninguém além de você — Baekhyun disse, sorrindo com os olhos vidrados nele — Achei que conseguiria fazer isso por prazer, mas só de pensar na possibilidade de você...
— O quê? — Kyungsoo questionou, sem entender.
Baekhyun suspirou na sua frente, parecendo derrotado. Kyungsoo percebeu que a cabeça dele já tinha imaginado coisas demais por conta daquele encontro, e se sentiu culpado. Talvez a relação com o tal ex-namorado teria acabado pior do que Kyungsoo imaginava. Sentiu a urgência na voz dele, quando disse:
— Só me beija. Me beija, por favor, me beija.
E foi o que Kyungsoo fez. O beijou para afastar seja qualquer que fosse a paranóia que ele tinha na mente. Tentou transmitir toda a intensidade que sentia por ele naqueles beijos, sentindo a pele quente contra os toques, e a necessidade que tinham um pelo outro. Baekhyun pressionou a mão contra a virilha de Kyungsoo, circulando os movimentos enquanto o fazia gaguejar contra os seus lábios.
— Eu amo te ouvir assim — ele disse, deixando um chupão bem nas pintas que Kyungsoo tinha no queixo, — Não quero estragar o momento, Kyungsoo. Por isso, vamos só relaxar aqui, tudo bem?
Kyungsoo concordou com um aceno. Baekhyun sorriu, segurando o seu corpo em cima do colo. Ele passou a olhar o harness no peito dele, percebendo os mamilos arrebitados. Passou um dos dedos ali para estimulá-lo, observando de perto as reações dele.
Baekhyun sabia bem como o corpo de Kyungsoo funcionava. Ele era sensível, mas parte da sensibilidade vinha do tesão que sentia em ser dominado.
— Você sabe o porquê de estarmos aqui, não sabe? — Baekhyun perguntou, com um olhar malicioso.
Kyungsoo sentiu o corpo esquentar, lembrando muito bem que tudo aquilo não tinha sido em vão. Havia um motivo que o levou até ali, do qual Kyungsoo já imaginava desde que foram interrompidos minutos atrás.
— Sim, mestre.
Baekhyun esboçou um sorriso malicioso, concordando com a cabeça.
— Você aprende rápido — disse, movendo as duas mãos agora para a cintura de Kyungsoo — Peguei um quarto pra gente. Quero saber agora se você quer o mesmo que eu.
Kyungsoo não pensou duas vezes antes de acenar para ele. Baekhyun então sorriu, e piscou para Kyungsoo, sinalizando com um aceno para que eles seguissem para o corredor a caminho dos quartos privados que ficavam no outro lado daquela pequena região.
Levantaram aos poucos, e Kyungsoo apenas o seguiu naquele mar de gente. Eles seguiram pelo corredor tão grudados, que percebia o corpo de Baekhyun colado no seu com as mãos agarradas na cintura. Seu coração saía pela boca toda vez que passava perto de alguém transando ou algum quarto ecoando gritos. De repente estava nervoso de novo.
Baekhyun parou em um dos quartos que ficavam literalmente na última porta do corredor e tirou do bolso uma chave de cartão. Abriu a porta ao mesmo tempo que as luzes neon se acenderam lá dentro. Ele abriu espaço para que Kyungsoo entrasse primeiro, não sem antes se encararem nos olhos. Estava sorrindo para ele, mas também era clara a ansiedade que sentia. De tudo, podia dizer que Baekhyun estava tão ansioso e nervoso quanto ele de estar ali.
Já dentro do quarto, Kyungsoo engoliu em seco. Olhou em volta podendo ver que tinha mesmo ali todos os tipos de brinquedos, chicotes, e fantasias. Era um quarto de sexo, claro, mas ainda assim era privado. Não tinha nenhuma parte em que poderia ter pessoas olhando, ou algo assim. Sabia que no swing era comum a prática do voyeurismo, mas Kyungsoo não se sentia pronto para algo assim tão deliberadamente. Foder alguém em público era algo que mexia com a sua vulnerabilidade.
— Não fique nervoso — Baekhyun comentou, — Estamos a sós. Fiz questão de ser assim na sua primeira vez.
Primeira vez? Kyungsoo engoliu em seco, olhando detalhadamente tudo ao redor. A sala era bem planejada com as paredes vermelhas em tom escuro, e a cama king size que tomava boa parte do espaço com certeza dava lugar para várias pessoas. Fora isso, todos os cantos da sala tinha algum tipo de brinquedo em exposição: chicotes, algemas, palmatórias, vendas, coleiras, e mais um monte de coisas de couro que ele não fazia ideia do que era.
Baekhyun se aproximou, notando a sua curiosidade. Tinha os braços colocados para trás enquanto esperava Kyungsoo começar com as perguntas. Mas o que saiu da boca dele foi algo que o pegou totalmente de surpresa:
— Você vai... me bater? — Kyungsoo perguntou, em tom de voz baixo.
Baekhyun piscou.
— O quê? Claro que não.
— Tem um monte de coisa ali.
Baekhyun riu, achando graça da curiosidade dele. Colocou a mão na lombar dele e foi guiando seu corpo pelo quarto para que pudessem ver os brinquedos mais de perto. Kyungsoo sentia o corpo tenso, percebendo agora pela primeira vez o significado da palavra perversão — principalmente quando viu pendurada uma máscara em formato de cachorro. As pessoas realmente tinham todos os tipos de vontades.
— Isso é para sadomasoquismo. Não é algo que eu faça com frequência, já que não faz muito o meu feitio.
— Achei que fosse dominador.
Baekhyun sorriu.
— Eu sou. Mas não pratico sadomasoquismo.
Kyungsoo concordou com um aceno, engolindo em seco. Deixou a mente vagar em lembrança de todas as vezes que foi dominado por ele na cama, dentre os puxões de coleira e o uso da força enquanto o submetia por cima. De repente, ficou um pouco quente. Se Baekhyun quisesse lhe dar uma surra daquelas, duvidava muito que iria sentir outra coisa além de tesão. Com horror, ele percebeu que talvez era mais masoquista que o próprio dominador.
— No que está pensando? — Ele disse, subindo a mão até o pescoço de Kyungsoo, deixando uma carícia lá.
Kyungsoo ponderou se deveria se abrir para ele. Quer dizer, já estavam tão transparentes naquela altura, que imaginava o quanto Baekhyun já deveria entender onde os seus pensamentos estavam indo.
— Estou pensando que se você quisesse usar força, eu deixaria.
Os olhos dele brilharam com aquelas palavras. Ele parecia estar fascinado pelo quanto Kyungsoo estava mudando, experimentando, excitando a curiosidade pelo que poderia dar prazer. Os dedos finos puxaram as mãos de Kyungsoo até os lábios dele para um beijo casto. Era até como se estivessem selando um acordo silencioso de confiança, Kyungsoo se sentiu assim.
— Você deixaria?
— Sim — Kyungsoo murmurou.
Baekhyun concordou com um aceno, subindo com os beijos pelo braço dele.
— Hum, interessante... mas eu não faria isso com você, meu amor. Eu não quero te marcar.
Kyungsoo mordeu o lábio, um pouco tímido. O fato era que ele queria tentar. Mesmo que pudesse ficar machucado, estava curioso se valeria a experiência. E também porque não conseguia parar de se imaginar no colo dele recebendo umas palmadas.
— Pode usar as mãos — Kyungsoo comentou, tecendo coragem pra se revelar.
Baekhyun riu, incrédulo.
— Você está falando sério?
— Sim.
— Quer mesmo que eu te dê umas palmadas?
— Seria bom... não seria?
Baekhyun soltou sua mão, sem desviar o olhar. Ele mordeu o lábio, pensativo, e escaneou o quarto como se estivesse a procura de alguma inspiração.
— Talvez. Eu pessoalmente não gosto de bater, nem de apanhar, mas... — Baekhyun fez uma pausa, com um sorriso brincando nos lábios — Você gosta disso? Já fez isso antes?
Pelo tom de voz, Baekhyun parecia extremamente intrigado. Como Kyungsoo poderia explicar que desde quando viu suas fotos no instagram, imaginava sendo fodido por ele com força? Sua imaginação sempre ia mais além cada vez que tinha um pouco mais do gostinho dele.
— Você está ficando vermelho — Baekhyun riu baixinho — Pode me dizer, tudo bem se já fez.
— Eu fiquei imaginando você... uh, me controlando assim. Usando força.
Baekhyun acenou, sorrindo maliciosamente.
— Com a minha mão?
— S-sim.
— E por onde que ela passava, Do Kyungsoo?
— Pelo meu corpo.
— Mestre — ele o corrigiu, com um sorriso.
— P-pelo meu corpo, Mestre.
— Onde?
— Nas minhas coxas, Mestre.
— Hum — Baekhyun se moveu, deixando-o parado no mesmo lugar enquanto procurava por algum brinquedo em exposição — E o que mais?
— Minha bunda, Mestre — Kyungsoo gaguejou, nervoso.
Viu quando ele tirou da parede uma mordaça de bastão da cor preta. Kyungsoo encarou como os dedos dele brincaram com o objeto, testando se estava próprio para o uso ou se tinha ali alguma falha. Pareceu satisfeito quando sorriu outra vez, voltando em sua direção.
— E você vai ser bonzinho comigo se eu te dar o que você quiser?
— S-sim, Mestre.
Baekhyun ergueu uma sobrancelha em desafio. Abriu a mordaça com os dedos, e sinalizou para que Kyungsoo se aproximasse:
— Então venha até mim.
Kyungsoo respirou fundo antes de lhe obedecer. Ele viu quando Baekhyun parou bem em frente a cama king size, e esticou as tiras da mordaça para colocá-la sob os seus lábios. Estavam de frente um para o outro, mas apenas Kyungsoo sentia o corpo inteiro tremer de ansiedade.
— Abra a boca pra mim — Baekhyun ordenou num sussurro.
Kyungsoo lhe obedeceu no mesmo instante. Baekhyun acomodou a mordaça entre os dentes, e prendeu atrás do pescoço. Kyungsoo pode ler de relance o logo da BBH Pleasure em uma das alças, e acabou por entender que todos aqueles brinquedos pertenciam a ele. O quarto inteiro deveria ser exclusivo para uso dele. Kyungsoo não queria imaginar quantas pessoas estiveram ali antes de si, fazendo o mesmo que ele, ou implorando do jeito que tinha implorado segundos atrás.
— Está confortável? — Baekhyun perguntou, — Acene com a cabeça.
Kyungsoo concordou, mesmo que não fazia ideia o quão confortável alguém poderia se sentir com uma mordaça. Baekhyun tocou o seu rosto, acariciando as bochechas enquanto sorria.
— Você está mudando tudo pra mim hoje, bebê. Vou dar o que você quer, mas primeiro tem que combinar comigo o seu gesto de segurança. Se quiser que eu pare, levante o indicador e o médio, e balance as mãos pra mim. Você terá as duas mãos livres o tempo inteiro. Entendeu?
Kyungsoo acenou positivamente, sentindo o estômago gelar. Estava ansioso o tanto quanto receoso pelo que estavam prestes a fazer. Quando pensou em pedir por umas palmadas, não levou em conta que teriam que fazer tudo de acordo com a segurança. Quer dizer, é claro que não teria como usar a palavra de segurança com uma mordaça nos lábios, mas sequer passou pela sua cabeça que ele teria a necessidade de usá-la. Baekhyun realmente sabia de tudo.
— Bom garoto — Baekhyun provocou — Agora, de joelhos. Curve-se sobre a cama e não abra os olhos. É uma ordem.
Kyungsoo piscou, incapacitado de falar alguma coisa. Concordou outra vez com um aceno, se sentindo como um cachorrinho. Então era essa a graça da coisa — a impotência. Ele estava completamente à mercê de Baekhyun ali, obedecendo e seguindo a suas ordens em cada passo que dava.
Ajoelhou-se sentindo o corpo inteiro tremer. Já estava quente de toda a pegação mais cedo, mas aquilo era completamente diferente — era um mundo todo que ele estava prestes a descobrir pela primeira vez. Com o seu corpo curvado como um missionário, Kyungsoo se sentia pronto para prometer devoção pra ele, se Baekhyun pedisse. Afinal, ele era mesmo um mestre em fazê-lo se sentir tão vivo daquele jeito.
— Bom garoto — Kyungsoo ouviu a voz dele dizer, de repente — Continue assim. Afaste as pernas para mim, o máximo que conseguir.
Kyungsoo o obedeceu, afastando os joelhos o suficiente para que alguém pudesse passar por ali. Sentiu os dedos dele lhe abraçar por trás, abaixando o zíper das calças e puxando pra baixo até que se livrarem delas. Baekhyun também abriu o velcro do tule que Kyungsoo vestia, sem mexer no harness. Imaginou que tudo fazia parte do que ele estava planejando, porque agora ele vestia apenas a cueca e os acessórios.
— Você está lindo — Baekhyun suspirou fundo, perto da sua nuca — Agora, Kyungsoo, quero que fique de quatro pra mim e se segure na cama.
Kyungsoo arregalou os olhos. Estava amordaçado, então a ansiedade era grandiosa. Ele não fazia ideia de como a vulnerabilidade aparecia fácil quando se estava limitado. Ainda assim, Kyungsoo o obedeceu. Se afastou um pouco da cama, e curvou o corpo pra ele o máximo que conseguiu. Estava completamente exposto, vulnerável, e no domínio dele. Seu corpo inteiro obedecia a tudo o que Baekhyun quisesse fazer.
Sentiu primeiro a mão dele passar pelas suas coxas com uma espécie de óleo. Não ardia nem esquentava, então Kyungsoo imaginou que fosse apenas para hidratar sua pele. Porém, Baekhyun foi subindo os dedos, tocando uma das bandas enquanto afastava a cueca do lugar. Não demorou para que ele a tirasse de uma vez, parecendo até um grande empecilho.
A mão dele foi para as suas lombar, forçando um pouco mais pra baixo. Kyungsoo já esperava o que quer que ele fosse lhe dar ali, mas ainda assim recebeu o estímulo como uma surpresa. O dedo dele deslizou profundamente, completamente lubrificado. Kyungsoo mordeu o bastão entre os dentes, fechando os olhos. O movimento era intenso, porque ele não via nada. Além de quê, Baekhyun conhecia o seu corpo o suficiente para se mover com a velocidade e profundidade certa. Ele foi afundando com movimentos de vai e vem, estimulando e fodendo Kyungsoo com os dedos. A vontade de rebolar na mão dele era imensa, mas ele não tinha pedido. Por isso, deixou que o comando fosse feito pelas mãos que lhe tocava.
Baekhyun então inseriu mais um dedo, socando mais fundo enquanto posicionava Kyungsoo da maneira que queria. Ele estava no chão, de joelhos, sendo fodido pelos dedos dele. Não tinha como não gemer de prazer naquela altura, mesmo que ninguém fosse capaz de ouvir. Baekhyun respirava rápido também, como se estivesse tão excitado quanto.
— Vou colocar devagar agora, Kyungsoo, e você me diz se aguenta. Acene pra mim se entendeu — ele ordenou, ofegante.
Kyungsoo segurou forte o lençol de seda sob a cama, tentando raciocinar. Colocar alguma coisa provavelmente significava penetração. Então ele concordou com a cabeça, fechando os olhos com força enquanto tentava se preparar.
Baekhyun deslizou devagar o brinquedo, acomodando aos poucos enquanto fazia Kyungsoo se acostumar. Estava um pouco gelado para um material de silicone, então ele se sentiu um pouco eufórico.
— Está bem? Posso continuar?
Kyungsoo concordou, dando a permissão. Não era tão largo quanto ele imaginava, então pensou que provavelmente não teria problemas. Mas quando sentiu o brinquedo ir mais fundo, entendeu o que ele quis dizer anteriormente — Kyungsoo estava completamente cheio. O plug era um pouco mais grosso do que estava acostumado, mas estranhamente ele não sentia muita dor. Imaginou que Baekhyun tinha usado o mesmo lubrificante da outra vez, porque ele sentia apenas o corpo mais quente.
— Bom garoto — Baekhyun comentou, deixando um beijo contra as suas costas — Agora, você vai se levantar. Vem, se segura em mim.
Kyungsoo se levantou, tendo o corpo apoiado contra o dele. Baekhyun estava logo atrás de si, então foi fácil pra ele simplesmente levantá-lo com as próprias mãos. Estando ambos de pé, Baekhyun lhe abraçou por de trás. Começou a beijar seus ombros devagar, subindo até o pescoço de Kyungsoo com um beijo quente.
— Você foi muito bonzinho comigo, Do Kyungsoo. Ainda assim quer que eu te dê umas palmadas? — ele sussurrou no seu ouvido.
Sabia que ele falava aquilo só pra provocar, mas o efeito era imediato. Kyungsoo gemeu baixinho e acenou positivamente com a cabeça.
— Faça tudo do jeitinho que eu te mandar então, bebê. Eu vou te deixar quente agora — Baekhyun murmurou, colocando Kyungsoo na cama.
Ele ficou parado bem em frente onde Kyungsoo estava sentado e tirou as roupas olhando nos olhos castanhos arregalados de Kyungsoo. A maneira como o corpo dele se movia já fazia o pau de Kyungsoo latejar e dor. Baekhyun era tão sexy e sabia exatamente o que fazer para que o seu companheiro ficasse ligado apenas nele.
Completamente nu, ele guiou Kyungsoo até o meio da cama king size, e sorriu quando puxou o queixo dele pra cima.
— Você pode gritar, mas não pode gozar. Lembra do que eu disse sobre o gesto de segurança. Se você me der o sinal, eu paro. Entendeu? — Kyungsoo acenou com a cabeça, completamente vidrado nele — Bom garoto. Agora, de costas pra mim. Quero você de quatro.
Kyungsoo segurou um gemido, mas obedeceu aos comandos dele. Se colocou de joelhos na cama enquanto esperava por algum comando. Ouviu Baekhyun rasgar um pacote que ele pensou ser a camisinha, e ficou intrigado. O que ele ia fazer com aquilo?
Não teve muito tempo para se questionar, porque segundos depois, sentiu um puxão em ambos os calcanhares. Baekhyun o posicionou de bruços no colo dele, enquanto as pernas e os joelhos tocavam a cama e Kyungsoo se viu deitado como uma cobra. Cada uma de suas pernas estavam sendo seguradas por ele, e posicionadas lado a lado de suas coxas. Kyungsoo se sentia extremamente exposto daquele jeito, e ainda mais submisso. Era como se ele não pudesse escapar de jeito nenhum, muito menos escapar daquela posição.
— Você está bem? — Baekhyun ainda fez questão de lhe perguntar.
Se Kyungsoo não estivesse com tanto tesão, teria rido. Mas tudo que ele pode fazer foi gemer pateticamente, fazendo-o rir baixinho. Baekhyun subiu as mãos pela parte traseira de suas coxas, apertando e estimulando com os dedos como uma massagem. Era fácil de deslizar, porque o óleo tinha feito tudo muito suscetível. Então ele estava sentindo o toque macio contra a sua pele, os estímulos que apertavam a carne fofa e a maneira como o dedo polegar dele parecia sempre provocar sua a entrada.
Kyungsoo segurou forte no lençol e se contorcia na cama buscando qualquer atrito para aliviar o seu tesão. E foi quando o inesperado aconteceu: de repente, como um choque, o plug anal começou a vibrar. Kyungsoo mordeu forte o bastão, chorando baixinho enquanto tentava lidar com o estímulo. Baekhyun não tinha parado de apertar a sua bunda e estimular a massagem com os dedos em direção a onde o vibrador se localizava.
Estando tão sensível como estava, não conseguia parar de rebolar no colo de Baekhyun. Era como uma tortura deliciosa sentir a vibração tão funda e tão intensa daquele jeito. Baekhyun o segurava mais forte ainda, enquanto tentava acalmar os seus movimentos.
— Está tão excitado assim? Eu ainda nem comecei, Soo. Segura forte agora, e não esqueça do nosso combinado — ele mandou, reafirmando sobre o gesto de segurança mais uma vez.
Kyungsoo não pode nem raciocinar nada, porque o primeiro tapa veio como um alívio. Espalmando debaixo pra cima, era como se Baekhyun tivesse levantado a sua bunda, causando um atrito maravilhoso com o vibrador. Kyungsoo chorou de tesão, de tão sensível que estava. Sentiu a carne da bunda ser puxada mais uma vez, e o segundo tapa veio bem mais forte. Acomodou o atrito da vibração com o prazer da dor, fazendo o corpo de Kyungsoo se derreter.
Mais uma vez a mão dele puxou a carne da sua bunda, tentando se acomodar. Era gostoso até demais a sensação da dor e do estímulo, principalmente quando o tapa fazia o plug deslizar mais um pouquinho. Baekhyun o puxou mais pra perto pelos calcanhares, e começou a bater um pouco mais forte e ritmado. Kyungsoo contou seis tapas sem parar, que foram como ondas na carne fofa da bunda macia. Ele gritou contra a mordaça, sentido um tesão absurdo.
Baekhyun então tomou aquilo como um sinal para aumentar a vibração. Kyungsoo revirou os olhos de prazer. Sentia o buraco apertado sendo estimulado com intensidade, assim como os tapas que Baekhyun lhe dava para mexer exatamente onde o plug estava posicionando. De longe, aquilo era a surra mais deliciosa que já tinha experimentado. Mal podia acreditar que antecipava por cada tapa dele, e a cada mísero contato com a pele, Kyungsoo clamava por mais.
Ele chorou de prazer de novo quando Baekhyun lhe bateu dessa vez cruzando as duas bundas, acertando em cheio o plug anal. As mãos dele também deveriam estar vermelhas, mas Baekhyun não parecia se incomodar nem um pouco com isso. Pois ele continuou batendo, espalmando a mão de baixo pra cima, ou bem no meio da entrada, ou simplesmente de mão cheia na bunda inteira.
Era bom o tanto quanto também fazia Kyungsoo se sentir muito submisso. Não de uma maneira humilhante, mas consciente de que não tinha controle nenhum do seu corpo naquela posição.
— Essa mordaça não foi uma boa ideia — Baekhyun disse, ofegante — Vou tirar de você agora, porque eu quero ouvir você.
Kyungsoo sentiu o corpo dele inclinando sobre o seu por trás, e depois as mãos trabalhando para tirar a mordaça da sua boca. Era bom finalmente estar livre pra gritar, mas melhor ainda foi o beijo que Baekhyun lhe roubou. Sentiu a mão dele forçando sua cabeça para trás e a língua invadindo a boca de maneira sensual. Kyungsoo percebeu que ele não era o único sofrendo ali.
— Você já está vermelho o suficiente pra mim. Ainda quer mais ou posso parar?
— Mais, Mestre — Kyungsoo disse, respirando rápido — Eu quero mais.
Baekhyun o beijou outra vez, mas um beijo rápido. Ele voltou para a posição em que estavam e diminuiu a vibração do plug anal, antes de voltar com os tapas. Foi mais um dessa vez na sua coxa, e outro espalmando para cima. Do mesmo jeito, Kyungsoo gritou fininho, mas com a diferença que Baekhyun conseguia ouvir tudo.
— Porra... — Baekhyun grunhiu — Diz de novo. Agora. Eu quero ouvir o quanto você tá gostando disso.
Baekhyun lhe bateu outra vez, espalmando a bunda em cheio. Kyungsoo balançou com o impacto, gemendo de prazer. Como se fosse um incentivo, Baekhyun começou a pegar mais pesado. Bateu nele repetidamente, onde o plug estava bem localizado. Tudo que Kyungsoo sentiu foi o atrito da vibração deslizar mais fundo, e o ardor fazer sua pele esquentar. Não importa quantas vezes ele o batesse, parecia que cada vez mais ele gostava muito mais. Podia ser um tapa inocente ou um bem mais forte, Kyungsoo gemia do mesmo jeito.
Baekhyun parecia finalmente entender o seu fetiche, porque aos poucos foi se soltando. Quando ele percebeu que Kyungsoo gemia mais alto com os estímulos embaixo da bunda, ele deixou o foco ali por um momento. Foi usando cada vez menos força, e agora mais apertava a bunda de Kyungsoo do que batia.
— Kyungsoo, preciso que segure mais forte nos lençóis agora. Tudo bem?
Ele perguntou, mas Kyungsoo não conseguiu responder nada além de um grunhido. Tomando aquilo como uma positiva, Baekhyun tirou o plug anal do lugar, e deitou por cima de Kyungsoo. Ele puxou o corpo para mais perto, e deslizou profundamente no cuzinho sensível. Kyungsoo segurou forte como ele pediu, porque o prazer era grande.  Baekhyun se moveu devagarzinho primeiro, e aos poucos foi controlando o quadril do jeito que ele gostava.
Quando Kyungsoo achou que ele tinha parado com os tapas, Baekhyun lhe bateu outra vez, um pouco menos forte por conta da sensibilidade. Kyungsoo sentia o impacto contra a pele, ao mesmo tempo que ele também puxava as suas pernas cada vez mais para perto. Baekhyun bateu mais algumas vezes e socava tão fundo quanto por conta da posição. O membro duro estava bem lubrificado, e por conta disso, o prazer foi imenso. Kyungsoo sentia o atrito onde o vibrador estava colocado e gemeu o nome dele estrangulado na garganta:
— Baekhyun! — ele implorou.
Baekhyun, no entanto, não parou. Ele abaixou seu corpo totalmente, e se pendurou por cima para fodê-lo mais certeiro. Kyungsoo acabou gozando no primeiro impacto contra o seu ponto sensível, o que não o livrou nem um pouco dos outros tapas que Baekhyun lhe dava. Ele também não parou de meter com velocidade, deslizando com facilidade pelo cuzinho sensível.
Kyungsoo continuou gemendo e rebolando contra o pau dele, desesperadamente, num frenesi intenso. Baekhyun gemia tanto quanto,  dando mais alguns tapas na bunda de Kyungsoo. Ele estava em transe, deixando o tesão que sentia tomar conta. Acabou controlando toda aquela loucura, e metendo mais fundo e rápido. Kyungsoo sentia um prazer absurdo, algo que nunca tinha sentido antes. Era como se o seu corpo nem estivesse mais ali.
Baekhyun lhe deu mais três tapas antes de conseguir vir. Ele desmontou do lado de Kyungsoo, ofegante e suado, como se tivesse sido jogado pra fora de órbita. Estavam embaralhados na cama, completamente esgotados. Se tivesse o mínimo de força, Kyungsoo provavelmente poderia rir do absurdo. Não conseguia nem ao menos começar a explicar o que tinha acontecido ali.
Sentiu primeiro as mãos de Baekhyun na sua bunda, tentando fazer carícias íntimas como se tentasse se acalmar. Ele depois o abraçou por trás, fazendo o seu melhor para tirar o harness de Kyungsoo do seu peito. Kyungsoo, por outro lado, nem se mexeu. Estava tão cansado que não queria fazer nada além de respirar e sentir a ardência da surra que tinha levado.
— Soo... — Baekhyun ofegou, — Por favor, me diz qualquer coisa.
Kyungsoo se virou, percebendo que ele não parecia tão feliz quanto imaginou. O olhar tinha ansiedade de alguém que realmente não fazia aquilo com frequência. Kyungsoo se lembrou de que talvez fosse por isso que ele não gostava de bater, era ansioso demais para o ato.
— Eu tô bem — ele o assegurou, ofegante — Isso foi... uau.
Baekhyun o abraçou, segurando principalmente o seu quadril com cuidado. Ele era tão carinhoso, sempre, que Kyungsoo não pensou nem por um momento que aquilo poderia deixá-lo ansioso.
— Você não me pediu pra parar. Eu fiquei... surpreso.
— Eu confio em você — Kyungsoo riu, sentindo-se tímido de repente.
Baekhyun sorriu com felicidade genuína. Ah, então era isso que ele queria ouvir? Kyungsoo achava que aquilo já estava claro. Quem poderia topar todas aquelas loucuras sem confiança? Confiaria a sua própria vida a ele, se fosse sincero.
— Isso é ótimo de ouvir. Eu... — ele fez uma pausa, olhando para Kyungsoo com cuidado — Kyungsoo... pode me beijar outra vez?
Kyungsoo achou graça do pedido, mas deu a ele como pedido. O beijou com toda calma do mundo, tentando assegurar que estava tudo bem entre eles. Baekhyun, no entanto, o beijou mais profundamente. Com bem mais intensidade. Era um amante apaixonado mesmo, e Kyungsoo sabia bem disso. Mas o sabor do beijo parecia mudar a cada dia mais que eles interagiam.
No fim da noite, ainda acabaram dormindo juntos na casa de Kyungsoo outra vez. Baekhyun fez de tudo para que ele se sentisse melhor com as dores dos tapas, mas ainda tinha uma preocupação que Kyungsoo não sabia ser pela experiência ou pelo encontro mais cedo que o deixou muito abalado. Principalmente porque Baekhyun não o soltou de seus braços até o sol anunciar a manhã seguinte.

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