⌛ Flashback 2012 ⌛
“Se eu parar para pensar em todos os momentos bons que tive, com certeza eu lembraria de todos os dias que acordei, vivi meu dia e dormi enquanto morava na Tailândia com a minha mãe. Nossa casa era humilde, não tínhamos dinheiro para esbanjar e eu não usava roupas da Celine ou outras marcas que valiam muito mais que meu antigo bairro. Porém, eu era feliz porque tinha minha mãe do meu lado me enchendo e as vezes me sufocando de tanto amor que tinha para me dar. Seu sorriso sempre será o meu favorito. Sua voz sempre será a melhor canção para os meus ouvidos, para me acalmar e espantar meus medos. Seu abraço sempre será meu refúgio. Seu colo sempre será minha necessidade diária. Eu sempre sentiria falta de casa..
Mas, eu também podia listar alguns momentos bons, como; Quando tia Seulgi disse que eu poderia morar com ela, se eu quisesse – Sungha não deixou. Quando Kunpimook veio morar aqui nessa imensa casa – desnecessariamente grande – 1 ano depois de mim. Ou quando aos poucos, “nossa casa” foi ganhando barulho com mais irmãos perdidos que chegavam. Éramos meio irmãos com um “pai” que mal sabia pronunciar nossos verdadeiros nomes, morávamos em um país estrangeiro que não era receptível e estávamos longe de nossas mães. Mesmo assim, achávamos consolo uns nos outros e criávamos memórias felizes em meio as dificuldades, como a de hoje.
Ser “filha” de um homem rico tinha suas vantagens; ganhávamos absolutamente tudo que pedíamos independentemente se era nosso aniversário ou não, tínhamos tudo do bom e do melhor e outras coisas que provavelmente estragaria o caráter de qualquer pessoa. Acho que nosso “pai” tentava compensar qualquer afeto que não nos deu ou o fato de ter nos tirado das nossas mães. O ponto era, não precisávamos ir até um local para jogar paintball pois tínhamos nossas armas, bolinhas de tinta e carregadores extras e equipamentos – walkie talkie, máscara de proteção, colete, bota, luvas, uniforme e bandeiras. E, claro, uma antiga quadra de tênis que estava abandonada e que foi reformada do jeito que havíamos pedido com: uma estrutura parecida com a de um container com aberturas apropriadas para localizar e atacar o inimigo; duas carcaças de carros velhos que foram pintados de verde, preto, marrom e alguns resquícios de branco; pneus empilhados; obstáculos de madeira; sacos de areia; barris etc..
- Capitã, time azul se aproximando.
Ouvindo no rádio a voz da nossa recruta, que estava encarregada de pegar a bandeira, ergui meu Rifle Milsig – um que tinha um nome completo e eu não fazia ideia por simplesmente não entender de armas, – e acompanhei pela mira cada passo cauteloso que Kunpimook dava. A minha direita, Hyunjin. Pela minha esquerda, Yukhei, que seria confrontado pela Yontararak.
- Preparadas?
Perguntei destravando minha arma e mirando na testa coberta do meu irmão, mas logo mudei de ideia porque de todos nós, Kunpimook era o que sempre chorava por ser derrotado.
- Sim!
Assim que responderam em uníssono, dei a ordem de ataque, podendo ouvir em seguida a troca de tiros entre nossos irmãos pela esquerda e Kunpimook resmungando enquanto encarava seu colete manchado de vermelho com meu tiro certeiro em seu peito. Acompanhando os passos cautelosos da nossa caçula, Yeji, sorri quando Yukhei apareceu também manchado de vermelho mostrando que mais uma vez havia perdido para nossa irmã.
- Recruta, está em suas mãos.
- Acha que ela vai conseguir? – Nicha perguntou assim que parou do meu lado.
- É mais fácil perguntar se o Hyunjin irá conseguir atirar..
Antes que pudesse terminar, vimos nossa caçula cair de joelhos dramatizando o tiro que levou nas costas. Trocando um olhar rápido com a Nicha, arrumamos nossas máscaras e nos dividimos. O plano era simples; iríamos pelas laterais e eu me sacrificaria para que ela pudesse pega-lo. Jogamos no mesmo time tempo o suficiente para entendermos um olhar, um sorriso, uma ação e uma vontade conjunta de vingar nossa recruta. E, como combinado sem precisar usar palavras, Nicha atingiu o inimigo assim que me fiz de isca e o distrai.
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Casa Comigo? - Chaelisa
FanfictionCom seu pai sendo investigado, a empresa da família prestes a ser tomada pelos sócios e seus irmãos separados, Lisa encontra a oportunidade perfeita para cumprir uma promessa feita quando ainda era criança. - Mesmo encontrando obstáculos pelo caminh...