Casa Comigo? - Chaelisa

Eu Sou Sua Única Chance

Nossa manhã seguiu com Mook reclamando toda vez que tentávamos ajudar na cozinha. Lucas me oferecendo a cada cinco minutos uma bebida diferente alegando a mesma coisa: “Lis, você precisa experimentar essa.” Nicha bufando toda vez que seu staff ligava para perguntar se estava tudo bem. Yeji no meio das minhas pernas me contando sobre suas viagens. E Jinnie sentado ao meu lado com sua cabeça no meu ombro, enquanto jogava no celular. O celular conectado ao som nunca parava de tocar músicas, que na opinião das minhas irmãs, estavam em alta e eram incríveis. Mas, como tudo que é bom dura pouco, foi necessário a chegada do Sungha para todos ficarem em silêncio enquanto arrumávamos a mesa. Era perceptível no rosto de cada que ninguém queria ter vindo, que ficar na mesma casa ou na presença dele era desagradável.

Observando-o de longe, tentava saber o que tinha o deixando com uma expressão derrotada. Talvez fosse a idade, talvez fosse o perigo de perder tudo ou ele só estava muito cansado. Respirando fundo, deixou seu casaco no sofá e se sentou na ponta da mesa após servir um copo de whisky sem gelo. Aos poucos, a mesa foi ganhando presença na mesma ordem que sempre usávamos; Mook, Yukhei e Hyunjin ao seu lado esquerdo. Eu, Nicha e Yeji ao seu lado direito. Sempre achei que era uma forma dele sempre saber quem eram os mais velhos ou gostava de ter os que mais odiavam ele perto? Nunca saberei.

- Eu agradeço a presença de todos. – seu tom era diferente de antes. Sempre teve aquele tom arrogante, grosseiro, mas agora era como.. um perdedor. – Sei que não queriam ter vindo, então irei direto ao ponto. Não posso continuar dando a mesada de vocês, a empresa está no vermelho e corro o risco de perde-la, e estou sendo investigado.

Essa situação toda era muito desgastante. Soltando um riso baixo, atrai a atenção de todos, inclusive do homem que havia jogado seus problemas para, que algum de nós, resolvesse. Ele era muito oportunista. Nunca se importou com a gente. Nunca se importou em nos integrar na empresa. Nunca ao menos nos deixava chegar perto daquele lugar que ele julgava ser sagrado. Agora, em um pedido sofrido, nos chamou aqui e nos colocou a par da situação real.

- Acha engraçado? – perguntou com seu tom verdadeiro, deixando a máscara de coitado cair. – Essa empresa pagou os estudos dos seus irmãos e até aonde eu me lembro, pagou o seu.

- Correção, pagou 2 anos dos meus estudos.  – falei soltando meu garfo. Era incrível que o apetite sempre me fugia quando estava na sua presença. – Está sendo investigado pelo que?

- Não vem ao caso.

- Nos chamou aqui para pedir nossa ajuda, precisamos saber de tudo. E não é como se não soubéssemos que você tem uma índole duvidosa.

Eu podia sentir seu olhar me queimando de raiva ou ódio, mas eu não me importava. Na verdade, não me importava com a empresa ou se ele ficaria na lama, apenas meus irmãos e minha promessa importavam agora.

- Assédio.. – sua voz saiu sussurrada, como se estivesse com vergonha de dizer algo que já havia sido acusado antes. – Como você disse, quero ajuda de vocês, meus filhos.

Se levantando ao mesmo tempo, Yeji, Yukhei e Jinnie tinham expressões que poderiam mata-lo em segundos. Pelo jeito eu não era a única que achava uma tremenda cara de pau.

- Eu quero que sua empresa exploda, de preferência, com você dentro. – Nicha falou se retirando da mesa, mas antes que pudesse sair da sala de jantar, me pronunciei.

- Irei assumir a mesada de cada um. – tomando um pouco da bebida que meu irmão havia feito especialmente para mim, sorri quando todos me encararam surpresos. – Você pediu nossa ajuda, e eu irei ajudar.

- Lalisa! Não pode estar falando sério.

- Eu não me importo com o que você fez ou o que irá acontecer com sua investigação, isso você terá que resolver sozinho. – meu tom era ríspido, seco. – Mas me importo com o futuro da empresa, nossa herança. Então, minha proposta é: Se aposente, diga que está com problemas de saúde e me anuncie como CEO.