Pintava o artista desacreditado, um quadro vago, embaralhado: um homem sentado frustrado, assistindo ao pôr do sol alaranjado. Seu paletó verde-esmeralda, de lágrimas estava molhado. Seu reflexo na água do mar, se via torto, borrado. O relógio que seu pai lhe dera, agora estava parado. Um presente, de um velho amigo, estava rachado. De repente, sobressaltado, teve um "estralo" : era ele quem estava sendo pintado.
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O incêndio das flores
Poetry"Machucou-se a menina de papel, com finas lâminas de vidro. Mergulhado em súplica cruel, rodeado por um mar de fel, pulsa o coração ferido. Jorra pelos ventrículos esquerdos, Sangue-mistério, escurecido. No interior da aorta, crescia uma horta, seme...