"Amor não é teimosia", repito à mim mesma, enquanto insisto em teimar. "Amor não é teimosia". pairam as palavras ao vento. vogais. consoantes. e artigos. como ecos no ar. Contemplo suas formas, sentidos, mas é difícil enxergar. quando não se sabe ao certo o significado de algo. algo tão vasto. tão abstrato. algo tão desejado e odiado. é difícil diferenciar. "Amor é poesia", algo no meu ouvido parece sussurrar. Disso eu entendo, mas, ora, se são tão semelhantes, - penso comigo - por que não entendo de amar? "Amar é maresia" - chego a arrepiar - "é o vai e vem de ondas e poemas. sonetos e fonemas. que podem partir. mas escolhem voltar." Agradeço à voz misteriosa - "poeta gananciosa" - ri, pomposa.
- "Amor é tempo. é momento. é simples. é vento. não exige entendimento. exige soltar.
é parnasiano. é não complicar. é amar pelo ato de amar".
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O incêndio das flores
Poesía"Machucou-se a menina de papel, com finas lâminas de vidro. Mergulhado em súplica cruel, rodeado por um mar de fel, pulsa o coração ferido. Jorra pelos ventrículos esquerdos, Sangue-mistério, escurecido. No interior da aorta, crescia uma horta, seme...