Sou como a fênix, pois de todas as cinzas ressurgi. Sou pomba, pois nos horizontes divinos me perdi. Em cada canto que me ecoa, me fiz bem-te-vi. Em cada rio que me inunda, sou canoa, sobrevivi. Sou a estrela morta de milhões de anos, que ainda hoje, no meu quintal vi. Sou a minha verdade e sou o que menti. Sou a poeira do universo. Sou um poema imerso. Sou todo o inverso, do que escrevi. Sou cada verso, que em um dom perverso, secreto, esculpi. Sou o que não fui, o que fui, e o que nas estrelinhas de cada rima, escondi.
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O incêndio das flores
Puisi"Machucou-se a menina de papel, com finas lâminas de vidro. Mergulhado em súplica cruel, rodeado por um mar de fel, pulsa o coração ferido. Jorra pelos ventrículos esquerdos, Sangue-mistério, escurecido. No interior da aorta, crescia uma horta, seme...