Valia-se o jardim das mais impetuosas, eram elas: as Rosas. Durante o dia recitavam as mais belas prosas, e durante à noite, recitavam-nas de novo. Aos olhares encantados, pintavam a graça do povo. Em sua vastidão, porém, havia uma exceção: branda, diferente, manca. Jogada aos cantos, debulhada em prantos: a Rosa Branca. Suas pétalas eram rasgadas, de outras cores, foram manchadas. Seu odor era forte, adocicado, porém não era sentido. Seu canto de lamento, todas as noites, na madrugada adentro, também não era ouvido. Ela dialogava com o nada, clamando para o desconhecido. Um belo dia, porém, amanhecera sem desdém: algo de diferente havia acontecido. Tinha tido pena dela, o Além, seu canto de lamento era agora ouvido. A vizinhança inteira parara para escutar seu grito. Mas, ao invés disso, ecoou-se uma linda poesia. Ao invés de lamentações, o doce som da maresia. A Branca Rosa, era na verdade, a mais preciosa, só que isso o mundo escondia.
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O incêndio das flores
شِعر"Machucou-se a menina de papel, com finas lâminas de vidro. Mergulhado em súplica cruel, rodeado por um mar de fel, pulsa o coração ferido. Jorra pelos ventrículos esquerdos, Sangue-mistério, escurecido. No interior da aorta, crescia uma horta, seme...