Capítulo 4

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Katsuki Bakugou

Ele gritou alto e logo tampei a boca dele, o mesmo arregalou os olhos esverdeados pra mim. Seu rosto começou a corar.

— Não grita porra! — Disse tirando a mão de sua boca, o mesmo concordava rápido com a cabeça, era engraçado.

— Ai. Meu. Deus — Ele disse chocado, o rosto vermelho mostrava o quanto envergonhado ele estava — M-minha mãe, ela...?

— Relaxa, ela não sabe — Falei tranquilo o vendo relaxar — Você bebeu pra caralho.

Ele me olhou assustado sem saber muito o que dizer.

— CARAMBA! — Deu um grito me fazendo olhá-lo bravo — Desculpa...desculpa!

Suspirei.

— Ura e Iida...? — Disse incerto se arrumando na cama, agora estava sentado ereto.

— Estão com Denki e Mina.

Ele me olhou confuso e por um momento pareceu lembrar de quem eu estava falando. Eijiro havia deixado eles juntos, liguei pra saber.

O esverdeado ficou quieto nos ficamos nos encarando até ele quebrar o silêncio.

— Eu dormi aqui? — Perguntou.

— Sim, bem aí — Disse apontando pra minha cama. Vi o rosto dele corar.

— E você dormiu...

— Sala.

— E-eu não fiz n-nada de estranho né? — Ele perguntou envergonhado, resolvi zoar com a cara dele.

— Não — Disse — Mas você disse que eu sou bonito e que queria me pegar.

O mesmo começou a tossir tão alto que pensei que estava morrendo engasgado.

— Porra, era zuera! — Disse batendo em suas costas enquanto o mesmo tomava água — Em partes.

Só a segunda parte, complementei no pensamento.

Sorri sacana e o mesmo cuspiu toda a água na minha cara.

[...]

— Tá com fome? — Falei vendo ele sentar na mesa que era embutida na ilha da cozinha.

— Não — Disse envergonhado — Cadê seus pais?

Ele perguntou, dei de ombros enquanto preparava um ovo mexido, eu sabia que ele estava com fome.

— Estão viajando — Falei jogando a casaca de ovo no lixo — Voltam amanhã.

— Hm.

Ele disse, por mais que não pudesse ver sua cara sabia que ele estava debruçando o rosto em sua palma.

Um silêncio se instalou na cozinha e o único barulho era o som dos ovos fritando.

— Por que? — Ele disse quebrando o silêncio — Por que cuidou de mim?

Virei pra ele vendo sua cara ainda meio inchado por ter tido uma boa e pesada noite de sono.

— Você está me agradecendo? — Falei levantando a sobrancelha depois de ver ele se mexer na cadeira inquieto.

— Talvez.

— Certo — Disse sorrindo — Ah, inclusive você queria mijar em um vazo que custava mais de mil reais.

— Oh meu Deus! — Ele exclamou chateado e alto se debruçando de vez na mesa — Nunca mais vou beber.

— Duvido — Falei deixando o prato de ovo em cima da mesa, sentei na sua frente aproveitando pra comer também.

Meu vizinho de janela Onde histórias criam vida. Descubra agora