Capítulo 10

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Algum tempo atrás na cidade natal de Izuku.

Os sapatos de borracha faziam barulho contra o chão velho de madeira, Izuku temia chegar atrasado até a biblioteca.

— Droga, ele vai me matar! — O esverdeado sussurrou enxugando o suor que teimava descer sobre a pele de sua testa. Ele odiava correr.

Chegando na biblioteca ofegante o mais novo entrou sem fazer muito tumulto a placa sinalizando: "silêncio" se materializou na sua frente. Seu celular vibrou indicando para que fosse a última prateleira de livros.

A passos rápido Midoriya chegou até o destino, foi até o final do corredor visualizando a figura do moreno alto em sua frente. Shindo.

— Por que demorou? — Disse o mesmo puxando com força Izuku contra a parede. O menor cambaleou batendo com as costas na parede.

— E-eu...me desculpe. Estava terminando minha lição de casa! — O esverdeado sabia que se revelasse que estava com Fumiji, outro colega de turma, o moreno poderia ficar bravo.

Mesmo não sendo nada de mais. Mesmo que estivesse apenas estudando.

Mesmo que Fumiji fosse apenas um amigo.

Shindo o olhou desacreditado como se soubesse que estava mentindo, e ele sabia. É óbvio que ele sabia.

O moreno havia visto Izuku com Fumiji a algum tempo atrás, havia perguntado só para ver o esverdeado mentir na sua cara.

E ele mentiu.

Midoriya sentiu a mão do maior envolta de seu pescoço. Arregalou os olhos quando a falta de ar começou a atingi-lo.

— Sei que você está mentindo.

— E-eu...— O fôlego começou a faltar e logo sua garganta implorava por ajuda. Ele tossia. Inspirava em busca de ar, abria a boca em pedido de ajuda.

— Não faça barulho! — Shindo largou Izuku o deixando acoado no chão. O esverdeado puxou o ar sentindo um alívio enorme.

"Essa foi por pouco"

— Izuku, saiba que você é meu — O moreno disse puxando o rosto de Izuku pra cima, o aperto no queixo doía, ele odiava aquilo, ele odiava: Ele — Só meu!

Após cuspir em seu rosto Shinso apenas saiu da biblioteca como se nada tivesse acontecido nada. Como se a "conversa" havia sido calma.

Shindo tinha um temperamento horrível, e Izuku sabia disso. Sabia mesmo? Agora ele sabia.

O esverdeado chegou em casa aquele dia destruído, Inko percebeu a marca vermelha no pescoço do filho e logo começou a ficar preocupada.

As manchas roxas apareciam cada vez mais até um dia que Midoriya entrou dentro de casa com seu braço todo machucado com cortes e alguns arranhões.

Aquilo deixaria cicatrizes.

Inko perguntava mas Izuku teimava em dizer alguma resposta esfarrapada como: "Apenas cai mamãe, não se preocupe!", ele não queria preocupar sua mãe porém a matriarca queria apenas o bem de seu único filho. Ela sabia que algo estava errado.

No mesmo dia quando o esverdeado pegou no sono a esverdeada maior resolveu ligar ao seu sobrinho:

— Oi querido tudo bem? — Disse Inko já aflita.

Oi tia, estou bem — A voz soou do outro lado da linha. Era Shinso — Aconteceu algo? A senhora nunca liga nesse horário.

— Shin, e-eu queria lhe perguntar algo, querido.

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