The Perfect Plan

Certezas do destino

Seis anos atrás...

Eram as primeiras horas da manhã, mas o dia já estava extremamente ensolarado assim que Tobirama pisou pela primeira vez no campus daquela universidade. Não estava atrasado, mas seu interior se agitava em urgência ao estar em um lugar não habitual para ele. Sempre foi um rapaz calmo e caseiro demais que vivia com o irmão mais velho, até que passou no vestibular para uma profissão que sempre foi fascinado desde criança.

O curso de veterinária era diurno em uma cidade próxima a que morava e apesar de entender que não seria fácil, se sentiu orgulhoso por dar esse passo construindo sua própria vida e se desligando do apego de Hashirama. Ele caminhava calmamente em direção a sala da aula que teria naquele dia, mas o barulho vibratório de seu celular no bolso o pegou de surpresa lhe fazendo atender rapidamente.

— Ani-chan, já é a terceira vez que você me liga essa manhã. Eu estou bem! — Tobirama diz assim que atende a ligação, ouvindo uma resposta típica do outro lado — Eu sei o meu caminho, já estou no campus e me direcionando para as aulas. Não se preocupe comigo, dará tudo certo.

O Senju mais novo caminhava distraído sorrindo pequeno enquanto ouvia o apelo um tanto emocionado de Hashirama no telefone. O irmão teve ainda mais dificuldades de deixar Tobirama seguir sua vida em uma outra cidade e por isso ligava sempre que podia a fim de se certificar que tudo estava certo.

Apesar de ser insistente demais, o jovem calouro respondia sempre o mais velho, pois sabia que aquilo era apenas proteção. A ligação até mesmo conseguiu diminuir sua ansiedade e o fez se acalmar seguindo por um campo aberto próximo a sua sala de aula.

Estava quase se despedindo do irmão, quando, de repente, algo chamou sua atenção o fazendo olhar automaticamente para aquela direção. Debaixo de uma árvore, havia um rapaz encostado no tronco e de costas para si. Mas, o que realmente havia chamado a atenção de Tobirama era como o cabelo escuro igual a noite prendido em um longo rabo de cavalo brilhava para si lhe fazendo esquecer tudo o que tinha ao seu redor.

O rapaz precisou engolir em seco e deixou seu irmão falando sozinho enquanto observava aqueles fios que pareciam ter uma textura tão macia. Sua boca permanecia entreaberta, seu coração batia descompassado e ele realmente pensou se tratar de uma visão do paraíso. Foi só na quinta chamada de seu nome que Tobirama conseguiu recuperar a sua voz e se despedir do irmão.

A quebra de contato visual que foi feita não lhe fez perceber a agitação alheia e quando olhou novamente naquela direção, o dono dos cabelos que tinha se encantado gritava e chacoalhava o próprio corpo de maneira histérica.

— AAAA, tira, tira! Isso é teia de aranha? — O Uchiha se balançou desajeitado e um dos galhos da árvore tocou suas costas o fazendo gritar e girar seu corpo para trás pensando ser alguma ameaça — A aranha me mordeu. EU VOU MORRER!

O grito histérico fez Tobirama franzir o cenho e revirar os olhos imediatamente. O encanto foi perdido de forma instantânea e ele estava quase seguindo novamente para seu caminho quando, de forma surpreendente, o moreno devolveu seu olhar. Uma troca de olhares intensa foi realizada e mesmo que tivessem a alguns metros de distância, era como se conseguissem enxergar a alma de cada um.

Izuna se sentiu afetado demais com o olhar daquele estranho de cabelos claros. Sua agitação devido a aranha que pensou ter lhe mordido foi esquecida e ele adentrou a imensidão daquele estranho olhar por segundos tão demorados que conseguiu ficar em silêncio por mais tempo do que ele já havia ficado em toda sua vida.

Seu coração se agitou e o corpo estremeceu ficando em uma posição acuada. Não gostou daquela sensação e por isso precisava reagir. O estranho lhe encarava da mesma forma, mas além da intensidade, havia uma espécie de julgamento lhe dando o motivo necessário para se irritar.