Capítulo dois

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Agatha (Beca)

Depois de ser agredida, sequestrada, algemada, amordaçada, chantageada, ameaçada... Eu quero matar esse filho da puta, eu jurei pelo meus pais, que não iria matar mais ninguém, mas esse filho da puta não vai ficar impune. Estava em um caminho sem saída, precisava de um plano, e é claro da ajuda do meu tio João. Sempre que meus negócios davam ruim, ele estava lá por mim, pra me proteger. Ele era a única família de laços sanguíneo que eu conheço, minha mãe não tinha um histórico muito bom com a família dela pelo o que eu já ouvi. Ele é mais que o suficiente, o único que eu sabia que largaria tudo e vinha me ajudar. Tem as pessoas da Ilha também, que devo tudo a elas, não posso mais meter elas em confusão. Depois que meus pais morreram o meu tio veio da Espanha pra me levar com ele. Me criou até meus quinze anos lá, onde eu descobri todas as merdas da minha origem. Eu tinha a responsabilidade do peso da minha própria árvore genealógica, meu pai um criminoso, minha mãe filha de um. Depois eu voltei para o lugar onde eu sempre pertenci, onde eu chamo de casa. A ilha, aquela pequena ilha no litoral do Rio de Janeiro, divisa pra São Paulo, tinham meu coração, minha alma e meu corpo pertence aquele lugar. Todos cuidaram para que o nosso trailer não se acabasse, até o momento em que eu voltasse a morar lá, eles sempre me esperou de volta, e me acolheram quando eu voltei. Quem vai morar na ilha, ainda mais os que nasceram lá, nunca querem sair de lá, isso pode ser a sua maior maldição, mas é um lugar onde viver tem o verdadeiro significado.

Meu pai e meu tio me ensinaram tudo que eu sei, mas as vezes eu desafio os seus ensinamentos. a voz deles ecoavam na minha cabeça falando: 'sempre atenta aos detalhes'. Porque eu fui na porra daquele beco, eu tinha visto aquele carro estranho, isso é burrice.

—Prazer, cadelinha, eu sou o Domingos. -disse ele como se eu fosse saber quem ele é.

Ele estava em pé, me olhando de cima abaixo, com aquele olhar de predador. Eu estava com medo do que ele poderia fazer comigo ali, algemada, sem possibilidades nenhuma de fugir dali. Aquele olhar dele sobre meus seios, me causavam calafrios. A maioria das vezes que eu matei, era por causa de homens tentando me abusar. E eu não deixaria ninguém me tocar se eu não desejasse. Ainda mais quando eu tenho a oportunidade de me defender. Matar eles era só uma tentativa de proteger as futuras vítimas desses merdas.

Eu não o conhecia. Tinha mais essa desvantagem sobre ele.

—Olha, eu não sei o que você quer de mim, mas saiba que meu tio é muito influente aqui também, e tem bons amigos, ele vai investigar meu sumiço, e será questão de tempo para descobrir. -menti pra intimidar, a verdade era que eu estava sozinha. Ele andou até mim e se curvou a minha altura.

—Eu não tenho medo de ninguém, docinho. —seus olhos se fixaram nos meus lábios.

—O que você quer que eu faça? —falei na intenção de tirar sua atenção da minha boca.

Ele abriu um sorriso enorme, eu queria cortar sua garganta.

—Quero que você acabe com Hugo Caravella. Roube ele, destrua o seu império. Me ajude acabar com tudo o que significa o mínimo pra ele. Você é perfeita pra isso. —tocou no meu cabelo.

—Tira essas mãos de mim. —gritei. —Eu não sei fazer isso, não sou boa com mentiras.

—Você não precisa ser boa em nada, só precisa usar o que tem no meio de suas pernas. —disse descendo os olhos para a minha coxa.

—Eu não vou foder com ninguém.

—Então não é a sua palavra final? —me encarou no olho. Merda, não tinha outra alternativa a não ser ceder.

—Eu faço essa merda, mato esse desgraçado pra você, acabo com o negócio todo. Mas depois, você vai me deixar em paz, e vai deixar todos da ilha em paz, sem nem lembrar que esse lugar existe no mapa, porque se não meu tio vai ficar sabendo disso, e ele vai atrás de você.

O AssaltanteOnde histórias criam vida. Descubra agora