Rose
Acordo pela manhã, muito cansada, mal consegui dormir essa noite, só pensando na ameaça de papai, ele está certo quando diz que tio Justin não pode me proteger, cheguei à conclusão que no fundo, ele nunca me protegeu de fato, era apenas o receio que papai tinha de que Daisy fosse prejudicada, que me manteve livre das surras, e agora não tem mais nada que me proteja, já que Daisy se casará com um Conde muito em breve.
Desço logo para fazer o café, não quero irritar papai, com a mesa servida, decido limpar os quartos, de modo a ficar fora de vista. Enquanto limpo posso pensar tranquilamente no que fazer.
Eu preciso encontrar uma saída, mesmo que signifique ficar livre de papai, não irei aceitar me casar, a única saída que vejo é fugir para bem longe, para um lugar que, se eu não encontrar a felicidade, pelo menos poderei ter um pouco de paz, mas por outro lado, se eu fugir, nunca mais poderei voltar para casa.
Estou tão imersa em meus pensamentos, que nem escuto a aproximação de Alice, fico surpresa e ao olhar para ela, vejo que está com o olhar preocupado.
— O que você está fazendo, limpando o chão? — Alice parece em choque. — E que roupa é essa que está usando?
Isso não é bom, por todos esses anos, eu escondi de Alice que papai tornou-me a empregada de nossa casa, tive medo que ela contasse ao tio Justin, e isso trouxesse problemas a mim. Levanto-me, pego na mão de Alice e vamos para meu quarto, lá poderemos conversar melhor.
Aos poucos vou contando como tem sido minha vida, Alice não me interrompe nenhuma vez, no entanto, consigo ver em seus olhos o quanto está chateada por não ter ficado sabendo antes.
— Alice, você tem que me jurar que não vai contar isso a ninguém, principalmente ao seu pai.
— Por que me escondeu isso todos esses anos?
— Eu sabia que você iria contar ao seu pai, não queria que tio Justin soubesse e tentasse intervir, ser empregada é melhor do que ficar apanhando, estou bem assim, Alice, eu juro.
— Isso não está certo.
— É assim que as coisas são, mas e você, por que veio aqui hoje?
— Depois de ontem, fiquei preocupada com você, a Daisy irá se casar em breve, e sei que tio Karl vai querer lhe casar antes.
— Não é bem assim, ainda tenho algum tempo até se tornar oficial.
— Acho que não, papai contou que o Conde Sheffield pretende marcar o noivado o quanto antes.
Essa não, eu pensei que teria ao menos algumas semanas antes que o noivado fosse marcado, mesmo que compromissos sejam por pouco tempo, não precisa ser tão pouco assim.
— Meu Deus, para que essa pressa toda? Ele está à beira da morte?
— Eu não sei, papai falou que ele é um bom homem, junto com o Patrick, tem criado importantes projetos de lei para melhorar a vida dos mais pobres.
Patrick é um primo de Alice por parte de pai, é um Conde importante no cenário político. Mas o que eles fazem não é importante, e sim o fato de ele estar com tanta pressa para casar.
— Alice, quem ele é não me importa, o problema é que papai quer que eu me case antes de Daisy, e se esse homem apressar as coisa, só vai ser pior para mim.
— Rose, eu sei que juramos na infância nunca nos casar, mas talvez seja melhor se casarmos, vamos achar um homem bom e assim você estará livre do seu pai.
— Alice, não é nem por causa daquela promessa, eu simplesmente não consigo me ver presa a um homem, depois ser obrigada a ter filhos e eles passarem pelo mesmo que eu passo. Não dá, não mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Força da Roza (Degustação)
RomanceUm romance em 1810. Rose Pritchard cresceu sendo maltratada e desprezada pelo pai, vendo nas atitudes dele o pior lado do homem. E criou em si a certeza que todo homem é cruel, e com isso, fez um juramento de nunca se casar. Porém, quando sua irmã c...