Capítulo 07

50 5 0
                                    

Rose


É um alívio quando finalmente vamos embora para casa, o modo como Dimitri estava me olhando me deixou estranha, cheguei a pensar que meu cabelo estava pegando fogo, ele parecia me analisar, e não sei se isso é algo bom, fico com medo que o modo como falei com ele na varanda, o tenha irritado, e talvez o feito pensar que sou malcriada e que Daisy pode ser igual a mim.

Chegamos em casa, estou cansada, só quero deitar e dormir, mas as emoções da noite ainda estavam longe de acabar. Subo para meu quarto e tiro o vestido, o dobro com cuidado e vou ajudar Daisy com o dela.

— O que o Dimitri estava falando com você? — Ela me olhou desconfiada.

— Como assim?

— Eu vi vocês dois conversando na varanda, você falou algo que o aborreceu.

Será que eu o aborreci? Estava tão chateada naquele momento, tinha acabado de magoar Nathally, e quando ele perguntou sobre a tal promessa que papai inventou, acabei falando a verdade, ou quase isso, jamais diria para ele ou qualquer outro que a promessa que fiz é para nunca me casar.

Não posso dizer a Daisy o que falei com ele ou ela iria correndo contar ao papai e eu estarei muito encrencada.

— Não falamos nada demais, ele me pediu para lhe ensinar a receita do doce que fiz no jantar e eu apenas disse que você não tem jeito para cozinhar. — Foi a melhor desculpa que pude pensar.

— Eu vi como o Duque olhava para você no jantar e também hoje no baile enquanto dançavam, acho que papai vai tentar lhe casar com ele.

Se Daisy soubesse o porquê ele me olhava, não ficará nada feliz, preciso mudar o rumo da conversa.

— E ser madrasta do marido da minha irmãzinha, acho que não. — Dou risada e ela me acompanha.

— Sabe Rose, o Dimitri é um homem maravilhoso e sei que serei muito feliz, ele irá me tratar como uma princesa.

Minha irmã é muito ingênua, nunca soube do que os homens são realmente capazes, mas como poderia, se papai reservava para mim seu pior lado, ela sempre teve suas vontades atendidas e nunca apanhou ou ficou de castigo. Sem contar que sempre escondi os machucados de mamãe, ela não precisava crescer com os mesmos traumas e pesadelos que eu.

Daisy logo vai se deitar, e como estou sem sono, decido ir tomar um copo de leite, quando passo pelo quarto da mamãe, escuto algo que não deveria.

— Devagar Karl, está doendo. — Parece que mamãe está chorando ao falar.

— Cala a boca que não lhe perguntei nada. — A frase vem seguida de um estalo que conheço bem, foi um tapa.

Não querendo ouvir mais nada, desço as escadas correndo e mesmo depois de beber o leite, fico um bom tempo na cozinha, quando subo, noto que algo está errado.

— Você não pode fazer isso com as duas. — Mamãe nunca respondeu ao papai desse jeito.

— Vou fazer sim e você vai ajudar.

— Está louco se pensa que vou ficar quieta vendo você fazer essa barbaridade.

Porque mamãe está falando assim, o que será que papai quer fazer? Será que tem alguma relação com aquele homem? Acho que não, pois mamãe disse as duas, e papai não faz nada de ruim com Daisy.

— Louco eu estava quando aceitei você, e agora você vai ver quem é o louco.

Sei o que papai irá fazer mesmo sem ver, tento sair do lugar para não ter que ouvir, mas meu corpo não responde, parece que estou presa no lugar. Sinto quando o cinto corta o ar até chegar à pele de mamãe, ela não grita, mas ouço seu choro baixo enquanto papai torna a bater nela, quando por fim ele para de bater, o escuto dizer:

A Força da Roza (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora