we never really moved on

Seis: Explosão.

Quando a boca de Guilherme se colou à de Flávia pela primeira vez em cinco anos, foi como se o cérebro da garota desse tilt e se desligasse. Todo e qualquer pensamento racional saiu pela janela quando os lábios quentes e macios do médico encaixaram-se nos seus, inundando-a com aquele calor tão característico, provocando um tremor em seu corpo que ela não sentia há cinco anos, Flávia simplesmente se entregou. Envolveu o pescoço de Guilherme com seus braços e ficou na ponta dos pés, colando o corpo ao dele e invadindo sua boca quente e saborosa com a língua ansiosa.

Um gemido escapou da boca do médico quando sentiu a cantora praticamente se derreter em seus braços, e ele mordeu delicadamente o lábio inferior, puxando-o com suavidade com seus dentes enquanto ela envolvia seu pescoço com os braços e colava o corpo dele. As mãos de Flávia afundaram em seus cabelos, puxando-os com uma força suave (do jeito que ela sabia que ele gostava), e Guilherme escorregou as mãos pelas costas de Flávia até sua cintura, usando as curvas delicadas na área para erguê-la no colo.

Flávia soltou um gritinho ofegante, meio mistura de riso e de gemido, quando sentiu Guilherme levantando-a no ar para colocá-la no colo. Puxou os cabelos dele de modo que ele ergueu o rosto, deixando o pescoço dele livre para seus beijos e carinhos, e deu um sorriso malicioso quando o ouviu gemer profundamente, deixando a sala em direção à suíte master. Sentiu-se poderosa e irresistível quando sentiu as mãos grandes e quentes do amor de sua vida apertando-a com firmeza contra o corpo dele, em reação à lambida longa e sinuosa que ela deu em seu pescoço.

– Flávia... – Ele disse, com a voz misturada de alerta e tesão, abaixando o rosto para morder a curva do queixo dela – Só você sabe todos os meus pontos fracos – confessou, deslizando o rosto pelo dela até deixar a boca próxima da orelha da garota – Se você não parar com isso agora, vai acabar com a festa antes mesmo de começar – sussurrou, beijando a pele sensível atrás do lóbulo direito dela.

Flávia riu e afastou o rosto dele, encarando-o com ar de desafio, a sobrancelha erguida num gesto de deboche:

– Que isso, Gui? Você não sofria disso quando a gente namorava... Pelo contrário, durava até bastante – a cantora deu-lhe um beijo selado intenso, mordendo os lábios dele com força antes de usar a ponta da língua para aplacar a leve pontada de dor – Você era capaz de me ter pulando no seu pau por horas antes de gozar, lembra? – Sussurrou, provocante.

Guilherme gemeu e abaixou o rosto, enterrando-o no decote da camiseta da garota e aspirando o cheiro no local, mistura do perfume da cantora com o aroma natural de sua pele, tentando desesperadamente se conter e não comer Flávia ali mesmo, contra a parede mais próxima. Seria injusto o quanto ela o conhecia e usar todo o arsenal contra ele, se ele não tivesse exatamente as mesmas informações sobre ela e estivesse tão disposto a provocá-la quanto ela a ele.

Por isso, abriu um sorriso safado e contornou a pele rosada e evidente pelo decote dela com a ponta da língua, de um ombro a outro, ouvindo a respiração de Flávia tornar-se mais superficial e acelerada quando seus lábios percorreram o caminho inverso com pequenos beijos. Jogando-a na cama de casal imaculadamente arrumada, deixou que seus olhos admirassem a visão que ela formava, com as pernas levemente encolhidas e entreabertas, o peito acelerado pela respiração ofegante, os lábios inchados por seus beijos, os cabelos levemente despenteados. Ela o encarava com uma expressão de luxúria, e ele a muito custo teve de conter a vontade de se atirar sobre ela.

Ia devorá-la naquele dia e em todos os dias seguintes, agora tinha certeza absoluta disso. Aquela mulher era sua. Pertencia-lhe desde que ele tinha 17 anos de idade, assim como ele e a ela. Flávia tinha sido a sua primeira mulher e ele sabia agora que seria a última. Por isso, sem nem pensar duas vezes, arrancou a aliança de noivado em seu dedo e a jogou para trás, ouvindo muito longe o estalido fino da joia caindo sobre o chão do corredor.