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Minha respiração estava acelerada, meu coração batia tão forte que podia senti-lo por cima da minha pele, e meu corpo suava ao mesmo tempo se congelando aos poucos com o frio.
Eu corria em meio aquela chuva gelada, as gotas de água que caiam em minha pele amostra ardiam, como facas em minha pele. Fugia de algo no qual eu não sabia exatamente o que era, mas fugia, corria, sentia medo e calafrios. Minhas pernas tremiam e queriam falhar mas eu não podia, eu iria salvar a pessoa que eu amo daquela coisa horripilante.
Na minha frente Izzy corria, ele olhava constantemente para trás para poder me ver, l9go em seguida voltava o foco a fugir dali mas parecia não ter saída. Pela escuridão da noite iluminada apenas pela lua e algumas luzes fracas e falhas de postes, o que se via pela frente era apenas o vazio, não havia outras pessoas por ali apenas uma estrada vazia e molhada.
- Eu não consigo mais... Eu não consigo. - Disse da primeira vez alto e da segunda em sussurros.
Parei me apoiando em meus joelhos ainda de pé, Izzy que estava na frente faz o mesmo e se virou para mim.
- Acho que a gente conseguiu despistar ele... - Ele diz com muita dificuldade.
Escutamos um barulho muito alto vindo de trás da nós, os pássaros voaram para longe dali indo rumo a nossa frente. Izzy começa a ficar um pouco agitado e pede para irmos, mas eu não aguentava mais; ainda que eu estivesse com medo e quisesse ir por ele e não por mim mesma, não conseguia.
Ele vem até mim e segura as minhas mãos, me fazendo correr junto com ele mas sinceramente eu só queria parar e ficar ali, esperando minha morte chegar. A coisa da qual corríamos e eu sinceramente não sei o que é, não desistia fácil e não iria desistir muito rápido. Mas eu corri, corri segurando as mãos de Izzy; ele corre um pouco mais a minha frente porém ainda segura em minhas mãos me puxando.
Até que ele para e me faz parar também, ele me olha assustado e sou eu dessa vez que puxo ele para correr mas o mesmo não sai do lugar, só fica parado ali, o modo como ele me olha me fez perceber algo. Notei a boca dela escorrendo sangue, olhei para a sua barriga e estava com algo afiado atravessando o corpo dele, ele cai no chão e eu vou junto enquanto seguro suas mãos. A coisa afiada que estava por cima dele some, como se fosse parte da coisa qual fugimos.
Coloco ele no meu colo e sinto o corpo dele pesado, relaxado. Eu olho para o rosto dele e vejo o sangue manchar a blusa branca que ele usava. Assustada mas com lágrimas no rosto, eu o olho e mexo o corpo dele.
- Não, a gente tem que fugir... Izzy.
- Vai embora, não seja boba. Fuja. - Ele levanta a mão até meu rosto. - Viva por mim, por favor. Viva por mim.
Coloco minha mão por cima da dele, que estava em meu rosto enquanto ele falava. A forma como aquilo iria acabar... Sinceramente, preferia que fosse eu em seu lugar.
- Não, por favor, não Izzy...
- Não seja boba, vai embora. Eu te dou tempo. Por favor. - Ele diz com muita dificuldade.
- Não vou te deixar aqui. Por favor, não me peça isso.
- Você é teimosa... - Ele diz muito baixo, como um sussurro, com um sorriso no rosto. - Eu te amo.
A mão dele caiu do meu rosto para cima do seu corpo, já sem vida. O último suspiro dele foi dado, ainda com os olhos ainda abertos; ali eu percebi que Izzy me deixou por completo, ainda com o corpo dele em meu colo pude notar o sangue escorrendo pelo chão.
- Izzy, não! Por favor! Não me deixa... - Grito em desespero.
Sacudi o corpo de Izzy. Um ato estúpido, ele já se foi.
- Izzy! Meu amor, acorda! Não me deixa...
Minha voz começa a ficar rouca e me desespero muito mais.
- Não, não, não, não, não!
A voz completamente rouca, as mãos extremamente trêmulas e já não sentia dores em minhas pernas por correr. Sinto apenas a dor da perda, nada dói como isso.
- Eu não consigo. Sem você não. Por favor, meu amor, meu doce, acorda.
Começo a me soltar do corpo de Izzy, esperando com o resto de esperança em meu coração que ele se levantasse dali, como um filme de fantasia aonde o personagem principal não morre.
- Por favor...
Olho para o rosto de Izzy completamente paralisado e mais pálido do que da natureza dele.
- Eu te amo tanto, não vai embora.
Olho para ele mais de perto, deixando meu rosto suspirar ao dele, mas não sentia a respiração dele contra a minha e aquilo me fez quebrar.
- Eu não aguento isso! Não me deixa... Não me dei-
Abraço o corpo dele pela última vez, o seu corpo frio e relaxado; beijo a testa dele, me despedindo agora de fato, e o deixo no chão. Saio dali andando com certa pressa, olhando para o corpo de Izzy jogado no chão enquanto uma poça de sangue continuava a se formar ao seu redor, a minha visão fica completamente embassada pelas lágrimas em meus olhos.
[...]
Me levanto da cama completamente suada e com lágrimas escorrendo por todo o meu rosto, a respiração pesada e rápida mas ao mesmo tempo falha, os batimentos forte ao ponto de senti-lo pela pele de meu peito; olhei para o lado da minha cama e não vi Izzy, saio do quarto e vou até a cozinha quase que correndo, paro ali e vejo Izzy preparando um café da manhã com um cigarro na boca.
Izzy percebe a minha presença e me olha, logo ele vê o meu estado, ele vem até mim e apenas me abraça. Em seguida, ele olha para meu rosto e seca minhas lágrimas, levanto meu rosto e em seguida tirando o cigarro de sua boca.
- O que foi, amor? - Ele pergunta suavemente.
- Um sonho... A droga de um sonho. - Minha voz rouca e baixa.
- Me conta.
- Eu e você estávamos fugindo de alguma coisa, eu estava cansada e você também mas mesmo assim a gente continuou correndo, até você parar e aí... - Digo chorosa.
- O que?
- Você morreu... nos meus braços e eu fiquei desesperada. Parecia tão real.
Abraço ele apertando a blusa que usava, ele retribui o abraço na mesma intensidade, beijando a ponta da minha cabeça ele diz
- Tá tudo bem. Eu estou aqui, amor... Estou aqui, meu doce.
