Castiel
— Você tem que ao menos tentar dude. — Isac repetiu pela trigésima vez.
Se eu soubesse que iria ter que ouvir tanto da Diana, Isac e Cooper deixava ela no meio da boate até chegar nos ouvidos do Jordan, pelo menos não teria mais com o que me preocupar.
— Vocês realmente não me conhecem se acham que eu vou tentar me redimir com aquela garota. — eu ri e bebi o resto do whisky que havia no copo. — É melhor que vocês esqueçam isso é comecem a se preocupar com nossas verdadeiras responsabilidades, temos evento semana que vem, comecem a mexer na parte financeira da empresa pra não deixar rastros.
— Eu nem sei por que ainda tento. — Cooper disse e se levantou saindo do escritório, logo atrás dele foi o Isac e eu apenas dei de ombros olhando para a Diana.
— Não vai também? — ela bufou e se levantou indo até o meu bar no canto do escritório enchendo dois copos de whisky.
— Que horas saímos amanhã? — ela me trouxe o outro copo e logo virámos juntos.
— Bem cedo, pede ao Ricardo pra preparar o avião. — eu respondi e Diana apenas assentiu com a cabeça e saiu de lá. Nós vamos encontrar o Adam pra trazer uns carregamentos que seriam impossíveis de pedir a algum outro membro da Fallen Angels para trazer.
Pouquíssimos sabiam do plano de tomar o lugar do Jordan e mesmo todo cuidado do mundo ainda era pouco, ele não podia sequer sonhar com isso. Só eu sei o quão perigoso ele pode ser, tão perigoso que me fez viver uma vida acreditando que meu pai era o motivo da minha mãe ter desaparecido quando na verdade foi ele quem a matou.
Eu tornei a vida do meu pai um inferno por ter acreditado no Jordan, fiz ele ficar louco e sumir do mapa, não é como se eu me arrependesse, ele nunca foi um bom pai também, mas o fato de eu ter sido manipulado a acreditar nisso e ter destruído de forma injusta a vida de alguém que eu deveria amar era o que me atormentava.
Eu sai do escritório praticamente em modo automático e caminhei até a academia, eu já estava ansioso pra acabar com aquele saco de pancadas mas assim que cheguei na porta ouvi uma melodia fraca saindo de lá de dentro, o que era estranho já que ninguém além de eu e os meninos treinamos aqui e conhecendo meus amigos, tenho certeza que nenhum deles iria ouvir esse tipo de música.
Quando finalmente entrei, eu caminhei até o estúdio de dança e a Amélia estava lá, ela não notou minha presença pois dançava de olhos fechados e eu tinha que confessar que estava admirado com a perfeição que ela fazia aqueles movimentos, foi impossível também não prestar atenção em como aquele short abraçava sua bunda um bocado grande demais para sua pequena estatura e o volume dos seus seios naquele top de academia, eu observava com dificuldade já que a pequena não parava de se mexer até ela se tocar que eu estava ali e parar a música rapidamente.
— A quanto tempo está ai? — sua voz doce e ofegante ecoou pelo local e antes de responder eu aproveitei o tempo que tinha antes dela voltar a se mover pra ver melhor o que eu já estava observando antes e era melhor do que eu pensava, não contive uma expressão de satisfação e com certeza Amélia notou já que correu até o banco onde sua blusa estava.
— Tempo o suficiente. Você até que se sai bem nisso. — falei e ela ficou quieta por um momento analisando minha expressão, provavelmente não acreditava no que acabou de ouvir.
— Não precisa me elogiar pra se redimir pelas suas atitudes. — revirei meus olhos ao ouvir aquilo e me desencostei da parede, porquê ao invés de me agradecer por salvar a vida dessas duas todos achavam que eu tinha que me desculpar?
— Eu não estou tentando me redimir, é até fofo você pensar que eu me importo. — dei de ombros e caminhei pra fora do estúdio. — Não precisa parar, eu já estava de saída.
— Ótimo, tchau. — ela falou áspera e eu apenas dei um riso nasalado antes de sair mesmo de lá.
A realidade é que agora eu me perguntava por que não expulsei Amélia de lá pra fazer o que eu queria, mas tinha que confessar que até me esqueci do que ia fazer quando a vi daquele jeito. Eu me repreendia por olhar com maldade pra uma menina de 17 anos, mesmo achando que de 17 para 26 não havia tanta diferença, ainda havia inocência naquele jeito marrento dela.
Eu continuei caminhando até chegar em casa e encontrei Rafael na cozinha quando passei por lá. Eu não ia parar mas reconheço que foi meio desnecessário tudo aquilo então fui tentar amenizar as coisas.
— Você não para de comer? — perguntei sentando no balcão e ele me olhou indiferente.
— O que você quer?
— Para de besteira Rafael, não vem com drama pra meu lado não.
— Drama é o caralho, olha que porra você fez no meu olho. — ele apontou para o olho meio roxo e eu segurei um riso, ele merecia mais que isso.
— Sinceramente, vai se fuder. — desci do balcão. — Se você quer comer a garota tenta dentro de casa, eu tenho que garantir a segurança dessas duas se ainda quiser uma acordo com o Adam, se você estragar tudo, você desce junto com o Jordan.
Ele só revirou os olhos com a minha fala, nós sabemos que eu estava certo, e mais certo ainda no fato de ele querer comer a Amélia.
— Ela é gostosa pra caralho. — finalmente ele falou algo e eu já sabia que ele estava se referindo a dançarina.
— Dá pro gasto, mas duvido que você pegue, chata pra caralho.
— Ela só é chata contigo. — ele riu nasalado. — Quando eu conseguir, vou adorar passar na sua cara.
— Tente a sorte cara.
— Tranquilo. — ele deu um gole em algo que estava na xícara que ele segurava.
— Mas continuo duvidando.
— Isso é inveja porque vou conseguir pegar uma garota mais nova e mais gostosa do que as vadias que você paga? — revirei meus olhos ao ouvi-lo e desci do balcão.
— Estamos falando da garota que eu só não pego por que não quero?
— Ela te odeia cara.
— Por enquanto. — pisquei um olho para ele enquanto caminhava pra fora da cozinha.
— Essa é uma luta que você já perdeu irmão. — ouvi ele dizendo antes de realmente sair de lá e apenas ignorei, tinha mais com o que me preocupar do que com isso.
...
primeiro POV do Cass, repassando a situação na visão dele, o que vocês acharam?
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FALLEN ANGELS
RomanceA vida de Amélia vira de cabeça para baixo quando para se salvar, acaba morando com um desconhecido que tem a personalidade baseada em tudo que ela mais odeia, misterioso, perigoso, frio e arrogante são algumas das palavras que podem ser usadas para...