Loucuras Do Amor

Capítulo 7

𝐉𝐮𝐥𝐢𝐞𝐭𝐚

Passei o final de semana inteiro estudando. A semana que se passou foi bem conturbada, tudo que aconteceu mexeu muito comigo, tirou totalmente o meu foco, tudo que mais preciso agora é me concentrar em tirar boas notas.

Eu queria me concentrar e estudar um pouco, mas enquanto estava ali sentada, escorada na cabeceira da cama, me vi pensando em Matias e no que tínhamos feito. Eu havia transando com ele, minha primeira vez. Foi tudo tão rápido, estava tomada de desejo, mas eu queria aquilo e estava feliz de certa forma, porque foi prazeroso. Não queria algo romântico, não sonhava com aquilo. O que eu sempre quisera era que minha primeira vez fosse com alguém que eu gostasse e que esse alguém também sentisse algo por mim, mas eu sei que Matias não gosta de mim, não da forma que eu queria que gostasse, eu também não o amo, aquilo deve ter sido apenas o impulso, o desejo que tomara conta de nós, apenas isso e não, com certeza não iria se repetir, não vou deixar que aconteça outras vezes, não irei ceder.

Minha amiga Raquel, transa com o professor Jonas sem problema nenhum, ela realmente vive a vida correndo riscos, como se não se importasse com o fato de que ainda é menor de idade e está se envolvendo com um homem mais velho, e que ainda por cima é seu professor. Ela é muito maluquinha, mas amo esse jeito que ela tem. Vive fazendo as coisas que quer sem se preocupar em agradar os outros, tão esperta, não é atoa que sempre teve tanta facilidade com os homens.

Já eu sempre fui medrosa, nunca quis correr risco. Lembro-me de uma vez em que éramos menores, Raquel, Mônica e eu fomos tomar banho na cachoeira que fica em uma floresta um pouco afastada da nossa vizinhança. Nesse dia Raquel desafiou Mônica e eu a entrarmos na cachoeira sem roupa, eu logo disse que não, que aquela ideia era absurda e que alguém poderia estar nos arredores e nos ver, não era nada seguro, Mônica também se recusou. Raquel apenas deu de ombros e disse:

— Vocês são duas medrosas, não há ninguém por aqui. Tirem logo a roupa!

Mas eu não o fiz e Mônica também não, não tínhamos a coragem que Raquel tinha, então apenas a observamos enquanto mergulhava no riacho. Mergulhava e nadava pelas águas claras do riacho exibindo seu corpo nu sobre as águas.

— Vocês vão ficar aí apenas me olhando, entrem logo, a água está uma delícia.

E entramos, não ousamos tirar nossas roupas, entramos vestidas mesmo. Brincamos com a água jogando umas nas outras, foi muito divertido, mas nossa diversão acabou quando ouvimos alguém gritar ao longe.

— Raquel! — era Felipe, o irmão mais velho de Raquel, que tinha muito ciúmes da irmã.

Saímos da água depressa, enquanto a voz de Felipe se aproximava cada vez mais, ele não podia ver a irmã assim, sem roupa, se visse com toda a certeza daria uma baita bronca nela. Então Raquel começou a vestir-se às pressas.

Ele nos avistou e se aproximou de nós

— O que estão fazendo aqui sozinhas? Estavam tomando banho no riacho de novo? Sabiam que aí pode ter cobras, jacarés e até piranhas? É perigoso.

Raquel revirou os olhos para o irmão.

— Deixa de dizer bobagens, Felipe, sempre tomamos banho aqui e nunca nos aconteceu nada, nunca vimos nem sequer uma piranha nadando no riacho.

— Sim, isso é verdade — disse Mônica. — Se eu tivesse visto algum animal nessas águas não ousaria entrar nelas de jeito nenhum.

Felipe levou a mão à cabeça, ainda estava um pouco irritado. Eu estava distraída quando Felipe me disse:

— Você não deveria usar roupas tão transparentes assim Ju, para entrar na água, deixa seu corpo exposto demais, e se alguém passar por aqui e te ver vestida dessa forma, não vai pegar nada bem.