Loucuras Do Amor

Capítulo 13

Charles

Era o meu primeiro dia de aula no Centro Drummond, eu iria para o primeiro ano. Todos os olhares se voltavam para mim. Sempre fui visto, por alguns, como o cara mais cobiçado de toda a escola, mas não acho que seja isso, o que acontece é que sempre tentei ser gentil com todos.

Enquanto caminhava pelos corredores, fui abordado por minha amiga Sophia, que estava ansiosa para me contar as novidades de suas férias.

— Charles, que bom te ver! Como foram suas férias? perguntou Sophia.

Ela sempre foi uma menina cheia de vida. Mas com uma mentalidade um pouco imatura, por isso, constantemente tive que me envolver em algumas confusões que ela arrumava. Sempre a considerei como uma irmãzinha e tenho muito carinho por ela, muito embora creio que ela não me veja assim. Tenho a impressão de que seus sentimentos por mim vão além da amizade. Pude constatar esse fato uma certa vez onde dei uma festa em minha casa e ela acabou bebendo demais. No final da festa eu a levei para o quarto no intuito de fazê-la tomar um banho e dormir um pouco, e nesse momento ela começou a tirar a blusa, onde seus seios ficaram bem amostra. Ela me imprensou contra a parede, tentou me beijar e disse que me amava, eu a afastei e tentei dizer a ela que estava se confundindo devido a bebida.

Fiquei preocupado com a situação e tentei conversar com Sophia quando ela estava sóbria, mas ela insistia em dizer que realmente sentia algo por mim. Eu não sabia como lidar com isso, afinal, eu a considerava apenas como uma irmã, mas ela parecia estar apaixonada por mim.

Enquanto tentava me afastar delicadamente de Sophia, eu também estava conhecendo uma nova garota na escola, Julieta. Ela era calma, reservada e muito inteligente. Eu me sentia atraído por ela de uma forma diferente, uma atração mais profunda. Não conversamos muitas vezes, mas em poucos momentos em que conversamos eu pude sentir uma conexão especial com ela.

Eu me vi dividido entre os sentimentos que tinha por Sophia. Queria que ela entendesse que entre nós não poderia haver nada, já que eu não a via como algo a mais, era como uma irmã para mim. Eu sabia que precisava arrumar um jeito de consertar as coisas, mas não sabia como lidar com tudo isso.

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Um dia desses, enquanto estava sentado na segunda fileira da arquibancada da quadra de esportes, vi que do outro lado do campo, sentada no topo da arquibancada, estava aquela moça, a Julieta, debruçada sobre um livro. Resolvi ir até lá, então desci pela escada que leva até o campo. A concentração dela era tanta que não percebeu que eu havia chegado.

— Oi, Julieta, tudo bem? — parei em frente a ela e a cumprimentei.

— Oi, Charles, tudo bem sim. O que te traz até aqui?

— Eu estava passando por aqui e te vi tão concentrada no livro, que resolvi vir falar com você. O que está lendo?

Ela me mostrou que o livro que estava lendo era O sol é para todos, de Harper Lee e começamos a conversar sobre os livros que gostávamos, nossas opiniões sobre os personagens, as histórias e tudo mais. Foi um momento muito agradável e eu percebi o quanto eu gostava da companhia dela.

Julieta é realmente muito gentil e me passou muita confiança.

— Você está gostando da escola, Julieta? — perguntei no intuito de estender mais a conversa. - Sei que está na escola há pouco tempo.

— Sim, bastante. — Ela respondeu, tirando os olhos do livro e me fitando com aqueles olhos verdes que mais pareciam esmeraldas. Tentei não demonstrar o quanto eles me deixaram inquieto. — Logo assim que cheguei, passei por rejeições por parte de alguns alunos, mas acho que foi só porque eu era novata e uma "caipira", como um certo aluno se referiu a mim.