Loucuras Do Amor

Capítulo 6

Era manhã quando o alarme na cabeceira da cama de Julieta tocou, ele marcava 5 horas. Droga! Não queria ir à escola hoje, não quando ela teria de encarar Matias, como iria conseguir olhar para ele depois de tudo que pensara, do que queria? Aqueles pensamentos não saiam da cabeça da menina. Na noite de ontem ela havia se tocado, sim havia se tocado pensando nele, imaginando seu corpo contra o dela, em cima dela. Não lutou contra aquele sentimento que corria por todo seu corpo. Matias não saiu de sua cabeça durante todo o final de semana.

Sua mãe ainda dormia, sabia disso porque não ouvi nenhum barulho vindo da cozinha como era de costume todo dia de manhã. Ela havia se queixado de uma dor de cabeça na noite anterior, portanto a deixou dormir.

A menina tomou um banho, lavou seu cabelo e o enrolou em uma toalha enquanto passava a outra por sob seu corpo. Voltou ao quarto, abriu o guarda-roupas, pegou seu uniforme, não gostava muito dele. A camisa tinha uma gola um tanto apertada, ela lembrou de ter falado com a mãe sobre isso, para saber se poderia trocá-la por outra, mas não havia mais uniformes confeccionados no almoxarifado da escola. Que saco. Não havia outro jeito, teria de se conformar com aquele mesmo.

Calçou seu tênis preto, era básico, nada de muito chique, só queria que fosse confortável e ele era bastante, além do mais estava na moda.

Quando terminou de se vestir foi à cozinha, preparou o café, pegou um pouco de leite na geladeira, pôs na leiteira e o colocou para ferver. Após isso, abriu o armário e pegou umas torradas, juntamente com um pote de geléia de morango.

Desligou o fogo em que estava o leite já fervido e coou o café. Pegou ambos e os pôs na mesa, se sentou, olhou para o relógio que estava na parede, marcava seis e cinquenta, estava um pouco atrasada para o ônibus, mas sabia que suas amigas não se esqueceriam dela, então tomou seu café sossegada e sem pressa.

Quando acabou, lavou a louça que havia sujado, não queria deixar bagunça para a mãe arrumar quando acordasse. Foi ao quarto de sua mãe para ver como estava, ela dormia um sono profundo, resolveu deixar umas torradas com geleia na geladeira e algumas frutas, escreveu um bilhete e o colou em cima do depósito:

Bom  dia, mamãe! Sei que está indisposta hoje, por isso preparei seu café da manhã, sei que não é grande coisa, mas queria lhe mimar um pouco. Vou deixar alguns analgésicos em cima da mesa para o caso da dor ainda persistir. Beijos mamãe, te amo!

Voltou ao quarto, pegou sua mochila, e resolveu passar um pouco de batom nos lábios, havia de duas cores, um vermelho e um cor de rosa, como era manhã, optou por usar o rosa, achou mais apropriado para o horário. Queria estar um pouco mais bonita, então tornou a pentear os cabelos, passou uma máscara de cílios para dar uma levantada em seu olhar.

Será que Matias notaria que estava um pouco maquiada? Pensava consigo mesma, será que gostaria daquela cor de batom? Balançou a cabeça afastando o pensamento e se repreendeu por aquilo. Não podia pensar naquilo, precisava tirá-lo da cabeça.

❋ ❋ ❋

Julieta encontrou-se com as meninas, Mônica e Raquel na parada do ônibus.

— Bom dia, meninas! — as cumprimentou, não deixando de observar o olharzinho triste de Mônica, que retribuiu seu bom dia com um leve sorriso.

Raquel estava distraída, estava mascando um chiclete logo de manhã.

— Raquel! — chamou Julieta. Logo ela percebeu porque a amiga estava distraída, Raquel estava a olhar para o novo motorista do ônibus que retribuía as paqueras que a moça dava.

Era incrível a facilidade com que Raquel chamava a atenção dos homens. Entre as amigas ela era a mais bonita e também a mais sexy, por isso sempre atraia os olhares masculinos, havia passado rímel em seus olhos, eles estavam ainda mais radiantes, destacando ainda mais seu olhar sedutor. Os cabelos longos e escuros estavam soltos sob seus ombros. "Amo deixá-los assim soltos, é muito mais prático na hora de levar uns puxões deliciosos daquele professor gostoso". Raquel disse certa vez e Julieta lembrara de tê-la repreendido por aquilo, mas ela como sempre apenas deu de ombros.