Capítulo 12

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Felipe

O ensino médio é um grande desafio para mim. Sempre fui um cara muito tímido e introvertido, e isso dificultou minha experiência na escola. Eu sempre tive dificuldade em me enturmar com os outros alunos, e isso me deixava muito inseguro e ansioso.

Sempre fui um pouco nerd. Passo muito na biblioteca escrevendo, lendo e estudando. Não que eu não goste disso, mas sempre sinto que estou perdendo a oportunidade de viver mais coisas e de me relacionar com mais pessoas.

Eu sei que essa timidez é algo que eu preciso enfrentar e superar, mas às vezes parece ser uma montanha muito alta para escalar. A pressão social na escola também não ajuda, afinal, é um ambiente cheio de cobranças e expectativas.

Mas, apesar de todos os desafios, eu sei que o ensino médio também é um momento de aprendizado e crescimento. Estou tentando me esforçar para me envolver mais em atividades extracurriculares, conhecer novas pessoas e sair um pouco da minha zona de conforto.

Sempre gostei bastante de passar um tempo na biblioteca da escola estudando, lá é um ambiente bem sossegado, então não há lugar melhor para se concentrar nos estudos.

Um dia desses, eu estava sentado em uma mesa sozinho, debruçado sobre um livro, quando eu vejo uma moça muito linda entre as estantes. Ela parecia um tanto impaciente, como se não estivesse encontrando o que procurava. Quando ela olhou na minha direção, abaixei o olhar. Não queria que ela pensasse que a estava observando, então fingi que não a tinha visto ali. Ela bateu um livro na estante e saiu da biblioteca irritada.

Essa garota era realmente linda. Enquanto saia, não pude deixar de observar seu corpo. Com um bumbum médio e uma cintura bem fina, seus quadris rebolavam a cada passo que ela dava. Estava vestindo uma saia acima da cintura, um tanto curta, o que deu uma pitada de sensualidade aquela garota. Quando ela saiu pela porta da biblioteca, percebi que minhas bochechas estavam quentes, e posso apostar que estava vermelho. Nunca havia visto uma menina tão linda como aquela.

*****

Com o passar dos dias, continuei a pensar naquela garota. Não conseguia tirar ela da minha cabeça. Até que descobri que ela estudava na mesma turma que eu, o que foi até um tanto cômico. Como nunca havia reparado nela? A resposta era simples: Eu sempre estava de cabeça baixa nas aulas, essa timidez me impedia até mesmo de olhar para os lados, o que era horrível. Mas nesse dia, quando o professor perguntou se eu poderia responder o exercício no quadro e eu olhei para frente, eu a vi.

Naquele mesmo instante eu comecei a ficar vermelho. Essa garota estuda na mesma sala que eu! Como eu pude ser tão burro de nunca ter notado ela ali? Comecei a me sentir mais nervoso e trouxa também. Devia ter sido mais atento. Se soubesse que estávamos juntos, poderia tentar uma aproximação, quem sabe sentar do lado dela, ser gentil, tentar ajudar em alguma tarefa de casa. Tudo bem. Nada está perdido. Eu pensava comigo mesmo enquanto caminhava até o quadro.

— Muito bem, Felipe — começou o professor. — Você pode responder essas questões que estão no quadro?

Mantive minhas mãos unidas umas nas outras, enquanto tentava parecer tranquilo — embora estivesse sendo um grande desafio — e esperava o professor pedir para que eu começasse.

— Aqui nós temos uma equação do segundo grau. Então, qual é a resposta desse exercício? Você pode começar, Felipe.

Era uma equação bem fácil, já tinha visto em anos anteriores, então apenas me concentrei e respondi bem rápido, até porque tudo que mais queria era voltar pra minha cadeira e não sair mais de lá até o término da aula.

— Muito bem — disse o professor Jonas. — A resposta está correta. Não poderia esperar menos de você. — Ele sorriu para mim calorosamente, o que me deixou um pouco envergonhado. — Pode voltar para seu lugar, meus parabéns, Felipe!

Loucuras Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora