Capítulo 3

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Mais um final de semana chegou, Julieta e sua mãe resolveram ir visitar a loja de flores artesanais, a menina já havia prometido à mãe que iria levá-la para conhecer a loja, portanto combinaram de ir à cidade na manhã de sábado. Ao chegarem a loja Cateria logo se empolgou com as flores, haviam ali todo tipo de flores, desde rosas a margaridas e girassóis, era muita beleza em um lugar só. O cheirinho das flores era realmente incrível.

Cateria se aproximou de um vaso onde haviam rosas vermelhas, foi atraída pelo aroma que as lindas rosas exalavam.

Julieta estava realmente maravilhada e feliz por ver a mãe tão encantada pelas flores. Cateria deu um leve puxão na filha.

— Julieta, filha, sinta só o cheirinho dessas rosas, eu poderia saborear cada uma delas, é um aroma realmente maravilhoso.

Julieta se aproximou ainda mais do vaso.

— Nossa, mãe, é realmente um aroma delicioso.

— Talvez possamos levar algumas, ficarão lindas na nossa mesa de jantar — disse Cateria.

— Claro que sim! E essas estão realmente lindas.

— Então está decidido, levarei esse vaso de rosas vermelhas.

Os olhos de Cateria ficavam cada vez mais brilhantes.

— Precisamos pagar. — Cateria tirou algumas notas da bolsa e entregou a filha. — Tome aqui Ju, pague para mim, preciso ir até a feira comprar alguma verduras para o jantar, volto logo.

— Tá bem, mãe, vou esperar por você aqui.

A mãe então lhe deu um beijo na testa e saiu porta a fora. Julieta se dirigiu até o caixa, não havia ninguém, então chamou:

Com licença, gostaria de pagar esse buquê de rosas - um rapaz se ergueu, estava embaixo do balcão.

— Pois não — Para a surpresa de Julieta, é Matias que aparece em pé diante dela.

— Você? — A menina não podia esconder a surpresa.

Matias ficou um tanto desconcertado ao vê-la em sua frente.

— Não posso acreditar no que estou vendo, não vai me dizer que você trabalha aqui?!

— Sim, eu trabalho aqui, qual o problema? — Julieta arregalou os olhos.

— Qual o problema?! — repetiu a pergunta. — Você é o cara mais durão daquela escola, que arrumou uma discussão comigo por causa de um acento, e agora dou de cara com você, vendendo flores em uma floricultura e você me pergunta qual o problema?!

Matias revirou os olhos.

— E daí, todo mundo precisa de um emprego, até mesmo o cara mais durão — Matias deu de ombros.

— Tudo bem, eu entendo que todo mundo precisa de emprego, mas por que você veio arranjar logo em uma floricultura sendo que há outros estabelecimentos por aqui? — Julieta começou a rir.

— Ah, fala sério, eu não lhe devo explicação — Matias virou-se para arrumar a estante que estava atrás de si.

— Tudo bem — começou Julieta. — Se não quer dizer não vou insistir.

— Muito obrigado! — disse Matias em tom de deboche.

— Minhas amigas vão se surpreender com isso — começou Julieta, mas para debochar do rapaz.

— Nem pensar! Ninguém naquela escola pode saber onde trabalho. Se você sequer pensar em contar a alguém eu vou transformar sua vida em um...

A menina o interrompeu:

— Você não está em condições de me ameaçar, afinal acabei de descobrir seu "segredinho", portanto, isso me dá certo controle sobre você — Julieta estava se divertindo com aquela situação.

Matias se surpreendeu com forma com que a menina o tratou.

— Sua vadia! — disse o rapaz irritado.

— Pode me chamar do que quiser, mas você merece um castigo, você me humilhou na frente da turma toda. Eu nunca lhe fiz nada, mal lhe conhecia e você veio logo me atacando.

— Tudo bem, o que quer que eu faça?

— Quero que trate a mim e minhas amigas melhor, chega de nos chamar de caipiras ou coisas do tipo, tá bem? - o rapaz deu um pequeno sorrisinho.

— Bom, é um pouco difícil de mudar nossas origens, mas se é para calar sua boca eu posso fazer isso.

— Tudo bem, trato feito então! — disse a menina estendendo a mão para o rapaz que a apertou um pouco forte de propósito. Julieta fez uma careta de dor.

— Trato feito feito.

— Agora será que você poderia embrulhar minhas rosas?

— Claro, senhorita — respondeu o rapaz com um sorrisinho forçado no rosto estendendo as mãos para pegar as rosas das mãos de Julieta.

Naquele momento, Cateria havia voltado da feira e ido de encontro a filha que estava no caixa.

— Voltei meu amor. Demorei muito?

Cateria estava um pouco ofegante e com o rosto brilhante devido ao sol daquela manhã que estava bem quente.

— Imagina, mãe, a senhora não demorou muito, fiquei dando mais uma olhadinha nessa diversidade de flores que há por aqui — Julieta olhou em seu derredor.

— Realmente são flores encantadoras, devemos voltar aqui mais vezes, meu bem.

— Deveriam voltar na quarta, sempre chegam flores frescas aqui na loja - disse Matias. — Além das flores e rosas, também vendemos algumas folhas aromáticas como alecrim, salsinha, folhas de louro, entre outros.

— Que maravilhoso, acho que estou ficando apaixonada por essa floricultura, com certeza voltarei na próxima semana para ver as novidades.

A generosidade de Matias deixou Julieta realmente muito surpresa, apesar de conhecê-lo há pouco tempo, já tinha uma opinião formada sobre ele, para ela, o rapaz não passava de um rebeldezinho prepotente.

Loucuras Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora