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12 de junho, 2017.

As pessoas acham que só porquê escritores de romance escrevem sobre o amor, necessariamente estão querendo suprir algo dentro de si, que provavelmente nós nunca tivemos um resquício de amor recíproco e é por isso que a maioria das nossas histórias tem um final feliz. Para escapar daquela realidade em que vivemos, como se por um acaso, fôssemos encontrar alguém compatível a nós e assim viveremos felizes para sempre.

Bem, essas pessoas não estão totalmente erradas.

Quando contei para Millie sobre as minhas histórias, ela deve ter pensado que eu sou uma louca e emocionada que nunca foi amada na vida. Em tese, ela estava certa.

Assim que disse tudo o que rolou na última noite para Caleb, ele se mostrou impassível.

- Você acha que eu não posso ter algo casual? - perguntei -

- Não tem como saber, você por acaso já teve algo casual com alguém?

Neguei com a cabeça.

- Então só vai saber se tentar.

Pensei sobre aquilo o dia inteiro.

13 de junho, 2017.

Não me esbarrei com Millie, na verdade, nem sai de casa durante aqueles dois dias.

Desde o nosso encontro, a noite em que ela determinou que seríamos apenas amigas. Millie voltou com a bateria e por incrível que pareça, bem no meu horário de ir para a cama.

Caleb pediu para que eu fosse até lá e falasse com ela, me recusei a sair e ele mesmo foi. Millie nem se quer abriu a porta.

E naquela terça-feira a tarde, Caleb já havia saído para a faculdade e eu estava em casa, mais precisamente no sofá, enquanto assistia As Patricinhas de Bervely Hills.

Estava tão concentrada na beleza da Cher que nem notei quando a porta foi aberta, só me lembro de pular do sofá quando Kurt se sentou do meu lado.

- Céus, garoto! Você não sabe bater na porta? - questionei tentando me acalmar -

Kurt me olhou sem entender.

- Eu bati, três vezes e ninguém atendeu, então eu entrei - ele respondeu -

- Não pode entrar na casa dos outros assim, quase que eu tenho um ataque cardíaco!

- O que é ataque cardíaco?

Desliguei a televisão e me levantei.

- Algo que faz o nosso coração parar - respondi e vi ele arregalar os olhos -

Estava prestes a entrar na cozinha quando uma luz na minha mente se acendeu, me virei e olhei para Kurt que continuava sentado no sofá.

- O que você está fazendo aqui?

- Vim ver você - respondeu -

- Como sabe onde eu moro?

- A tia Millie me disse que essa era a sua casa.

- E ela sabe que você está aqui?

Ele olhou para baixo, de repente seus dedos se tornaram interessantes. Cruzei os braços e me aproximei dele.

- Kurt, a Millie sabe que você está aqui? - perguntei novamente -

- Não...

Arregalei os olhos e fui até a porta, apontei para a rua com a cabeça e ele veio até mim. Não demorou nem dois minutos para já estarmos de frente a casa de Millie.

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