Capítulo 4 - Duelo

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Na mesa de bilhar, Ismênia já havia ganhado duas partidas. Estava tão concentrada que não percebera alguém a olhava...De repente, pós a jogada de seu adversário se viu diante de uma verdadeira sinuca de bico, uma jogada bem difícil

TORLONI: Olha só criança! Que sinuca de bico hein! - Disparou provocativa, apoiando as mãos na mesa, olhando para Ismênia, de frente para ela, do outro lado da mesa.

ISMENIA: AH vá! Agora por favor, me conta a novidade.

TORLONI: A novidade meu bem vai ser você sair dela. - Disse com sarcasmo, a encarando com uma das sobrancelhas arqueadas e um sorriso de canto de lábio.

ISMENIA: Que tal assim - e numa jogada surpreendente, numa bela tacada, saiu daquela situação, deixando a outra surpresa e sem perder a oportunidade de provocar mais uma vez comentou:

TORLONI: É... tenho que reconhecer que foi uma bela jogada e sorte de principiante.

ISMENIA: É, você tem toda razão...apenas sorte de principiante e como uma exímia jogadora que sei que é, tenho certeza de que não vai recusar uma partida comigo, a não ser que esteja com medo de perder para uma principiante Torloni. - Desafiou, entregando-lhe um taco.

Os presentes olhavam para aquelas duas e sentiram que ali começava um duelo entre duas mulheres extremamente competitivas e com sangue nos olhos.

Rapidamente Ismênia organizou as bolas em cima da mesa, olhando de forma debochada para sua adversária, com a certeza de que aquela partida estaria ganha. Nunca fora uma mulher pretenciosa, porém aquela situação lhe despertava o seu oposto.

ISMENIA: Manda as regras da boa educação que os mais velhos sejam os primeiros, portanto é sua vez em começar o jogo.

TORLONI: Como quiser criança! - E num estouro incrível, encaçapou de cara três bolas, deixando claro que a oponente teria muito trabalho para vencê-la.

A disputa entre as duas estava acirrada, deixando os espectadores na dúvida sobre quem venceria e minutos depois, a vitória fora de Ismênia o que deixou a outra bastante irritada e não engolindo aquela derrota a desafiou para mais uma partida, o que fora aceito de imediato.

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Na cabana, o clima entre Julia e GIOVANA estava cada vez mais intenso, o desejo entre as duas era mútuo, porém a mais nova sentia-se reticente em se entregar de vez nos braços da mulher que tanto admirava. Tinha receio de que aquilo não passasse de uma transa de final de semana, afinal as duas não estavam dentro de um relacionamento. Não que tivesse síndrome de Cinderela, porém não entendia que aquele não era o melhor momento, o que não passou despercebido pela mais velha, que relutante, se desvencilhou de seu corpo, propondo que fossem caminhar pelos arredores.

De mãos dadas, admiravam o céu estrelado e a noite de lua cheia e num arroubo de encantamento, Julia colheu algumas flores, as quais ofertou a Antonelli, ganhando um delicioso beijo como recompensa.

GIOVANA: Nossa meu anjo, há quanto tempo não recebia uma gentileza, um gesto tão puro e singelo como esse. Eu adorei bonitinha, muito obrigada. Prometo que vou cuidar delas com muito carinho. - Derretendo-se toda, tecendo carícias no rosto da mais nova.

JULIA: Você merece cada uma delas Gio, além de merecer outras tantas coisas lindas.

GIOVANA: Vem cá, você é sempre assim, romântica? Tenho certeza de que deixava suas namoradinhas, todas encantadas! - Afirmou provocativa, fazendo a outra corar.

JULIA: Que nada! Eu nunca tive namorada GIOVANA, nunca tive a chance de encontrar alguém com quem compartilhar meu lado romântico, acho que talvez por receio sabe de não agradar, de parecer piegas.

GIOVANA: Seu lado piegas é simplesmente lindo. Um grande azar de quem nunca valorizou isso. - E a puxou novamente para mais um beijo, sentindo o sabor daqueles lábios juvenis.

Aquela era a primeira vez que se permitia ficar com alguém que não fizesse parte de seu círculo de pessoas próximas, ou que fosse amigo de amigos ou parentes. Jamais imaginou se envolver com uma fã, mas Julia tinha algo especial, que enternecia seu coração, que a fazia sorrir, querer estar cada vez mais perto.

De repente sentiu uma pontinha de tristeza, afinal após os dias de gravação cada uma voltaria para sua realidade e não querendo demonstrar, disse a outra:

GIOVANA: Bonitinha, que tal se nós fôssemos jogar uma partida de sinuca com a sua amiga? Se a Chris fosse menos turrona, poderíamos fazer uma disputa de duplas.

JULIA: Olha, não sei de suas habilidades, mas confesso que não sou muito boa, então não me arriscaria a perder assim de lavada.

As duas ficaram surpresas quando ao se aproximarem da mesa, verem a discussão acirrada entre aquelas duas mulheres, se provocando o tempo todo durante o jogo, exibindo suas habilidades e a cada tacada causavam a sensação de que iriam arremessar as bolas uma na outra.

Informada por um dos presentes, as rivais seguiam empatadas, cada qual com duas vitórias e aquela seria a partida do desempate.

Cumplices, Julia e GIOVANA se entreolharam, entendo que o melhor seria dar um jeito em encerrar aquela partida, porém não tiveram tempo ao verem Ismênia se aproximando de Christiane, destilando o sabor da vitória.

ISMENIA: Pois é, bem que você disse né. Hoje a sorte resolveu sorrir para essa principiante. Mas até que não você não jogou mal não.

TORLONI: Está me dizendo isso por quê? Por um acaso a senhorita espera que a condecore com alguma medalha ou com um troféu.

ISMENIA: Sou humilde...

TORLONI: Bem se vê sua tamanha humildade.

ISMENIA: Olha só, quando quiser jogar novamente é só me chamar. Quem sabe a sorte não sorria para você dá próxima vez. Boa noite, minha cara. - Saudou com sarcasmo.

TORLONI: Igualmente - respondeu com desdém.

TRETAS NO PARAÍSOOnde histórias criam vida. Descubra agora