• Capítulo 2 - Sukea ou Kakashi? •

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Mais duas semanas se passaram e o Husky estava novo em folha, havia recebido alta do veterinário, estava com todas as vacinas em dias e estava retomando a sua rotina normal –– ou melhor, criando uma com o professor.

Todos os dias pela manhã antes de sair para o trabalho, Iruka levantava 2h-3h mais cedo para se exercitar com o lobo na praça que tinha perto da sua casa, ao chegar preparava o café da manhã e antes de sair deixava comida e água suficientes para que ele passasse o dia.

Com a convivência o lobo aprendeu a ler as expressões corporais do outro sabendo decifrar exatamente o que ele estava dizendo sem que precisasse falar uma única palavra. Contudo, isso só foi possível depois de levar muitos esporros do moreno por bagunçar a casa, quebrar alguns jarros de plantas ou comer seus sapatos por estar entediado e estressado por passar o dia inteiro sem fazer nada.

O lobo não sabia o que era pior, quando ele gritava e esbravejava ou quando ele usava o silêncio como arma o deixando em estado de alerta por não saber quando aplicaria a bronca –– que dias mais tarde o professor descobriu ser o método mais eficaz.

Mas depois de algumas pesquisas para conhecer melhor a raça do novo companheiro, Iruka entendeu que por ele ser de uma raça feita para a estar sempre na ativa ficar o dia inteiro trancado em casa o deixava estressado fazendo com que ele destruísse o ambiente e por isso o professor passou a adotar uma vida mais saudável para atender as necessidades do novo amigo.

A confiança era um sentimento mútuo para os dois, mas havia algo sobre a identidade do lobo que Iruka não sabia e que se soubesse talvez mudasse toda a visão e perspectiva que tinha sobre ele abalando a convivência dos dois e isso era tudo o que o cão menos queria.

...

Era sexta-feira à noite e eu estava com raiva, porque desde a hora que o Iruka chegou do trabalho não havia sequer falado comigo. Ele estava sentado há horas naquele tapete vidrado no notebook, me aproximei e pus o queixo em seu braço chamando sua atenção, mas ele nem me olhou.

Mudei de estratégia e pus a cabeça no vão entre sua coxa e seu braço tentando me encaixar naquele espaço, mas sem sucesso, bufei irritado e subi em seu colo o impedindo de ver a tela mostrando minha expressão mais brava, mas ele apenas me afastou e continuou o que estava fazendo.

Porque ele estava agindo daquele jeito esquisito? Estava bravo comigo? Eu não havia feito nada –– não que eu me lembrasse pelo menos ––, seus sapatos estavam intactos e o apartamento estava um brinco, então porque estava me ignorando?

–– Amigão, você está me atrapalhando desse jeito. –– Iruka disse sem me olhar.

–– Eu não me importo, eu quero que você me dê atenção. –– Resmunguei e ele suspirou.

–– É sério, você está me atrapalhando. Me deixe apenas terminar esse planejamento e teremos o resto da noite, ok? –– Sorriu de canto e bufei saindo do seu colo.

Me afastei resmungando e deitei de costas para ele batendo minha calda no chão para mostrar que estava chateado, se Iruka iria me ignorar desse jeito sem eu ter feito nada, então também iria fazer o mesmo.

–– Ei, garoto. Eu já terminei. –– Ele me chamou depois de um tempo, mas eu o ignorei –– Ei, não seja assim, venha aqui. –– Me chamou mais uma vez.

Eu estava irritado, o olhei por cima do ombro e ele sorriu de canto batendo na perna tombando a cabeça um pouco para o lado, aquilo era golpe baixo eu não resistia quando ele me chamava daquele jeito, revirei os olhos e bufei irritado me levantando e sentando em seu colo, eu estava me odiando por ter cedido tão fácil ele sorriu para mim e me deu um beijo na testa.

Meu Cachorro [Kakairu - Shortfic]Onde histórias criam vida. Descubra agora