28.

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Pov Marília

- Lila, se acalma - Luísa pede tentando me segurar - Maiara vai falar com a Maraisa, vamos tentar trazer o Léo de volta, só senta um pouco e deixa os remédios fazerem efeito.

- Os remédios não estão fazendo efeito porque nada vai fazer efeito, não quando a Maraisa quiser tirar o meu filho de mim, Luísa - Nego com a voz embargada e consigo me desvencilhar dos braços da minha irmã - Eu não consigo ficar aqui parada enquanto ela tenta tirar a coisa mais valiosa da minha vida.

- Maiara vai conseguir tirar essa ideia da cabeça dela - Minha irmã fala novamente.

Nego com a cabeça e levo as mãos para o meu rosto, sem conseguir respirar direito pela crise de ansiedade que atinge o meu corpo. Começo a tentar puxar o ar do meu pulmão, mas não consigo, tento respirar e inspirar e o que era para ser algo tão fácil, vira algo tão difícil e eu sinto minha cabeça doendo mais ainda por toda essa situação. Minha irmã me abraça com força e eu começo a chorar, só querendo voltar ao começo do dia que estava tudo bem.

Eu não sei o que eu fiz para estar sendo punida dessa forma, estou assustada, com medo e recebendo as consequências de atos de outras pessoas, já que eu não fiz absolutamente nada de errado.

- Eu não fiz nada para a Mara, Lu - Falo soluçando - Eu nunca trairia ela, eu nunca faria nada para machucar ela.

- Eu sei, Lila... - Luísa respira fundo e passa as mãos pelas minhas costas - O pior que eu sei.

- Não deixa ela tirar o Léo de mim, por favor - Peço segurando as roupas da minha irmã - Não deixa ela levar ele para longe, eu só tenho você, não tenho condições de pagar outros advogados, não deixa ela tirar o Léo de mim, não deixa.

- Ninguém vai tirar o Léo de você - Minha irmã fala baixinho - Eu prometo tentar o meu máximo, vamos fazer de tudo, Lila.

- Promete?

- Eu penso irmã...

Encosto a minha cabeça no ombro da minha irmã e deixo as lágrimas caírem dos meus olhos, enquanto meu coração perde por calmaria, já que a tanto tempo ele estava acostumado com a paz. Luísa acaricia a minha cabeça e no momento que ela vai falar algo, a campainha toca e eu vou levanto rapidamente, pensando que pode ser Maraisa com o Léo, mas assim que abro a porta do meu apartamento, vejo a última pessoa que eu gostaria de ver nesse momento.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto totalmente confusa - Como você sabe que esse é o meu apartamento?

- Oi... - Gabriela fala tímida - Naquele dia eu...eu segui você e...e eu pensei em ver se você está bem.

- Se eu estou bem? - Falo incrédula e me aproximo mais dela - Qual a porra do seu problema? Por que você mandou aquilo para a minha namorada?

- Eu só mandei o que estávamos fazendo, só isso...

- Você tirou tudo que eu tinha - Falo nervosa e empurro ela para longe - Você criou esse caos, você que fez isso.

- Eu não fiz nada - Ela nega tentando se aproximar de mim - Eu só falei para a sua ex nam-

- Não fala dela - Grito com a mulher novamente - Você queria que ela visse que estávamos juntas? Para acabar com o meu relacionamento? Parabéns, você conseguiu, agora me deixa em paz.

- Ela não te merecia - Gabriela nega tentando chegar perto de mim - Para que ficar com alguém que não é do mesmo nível que você, principalmente aquela mulherzinh-

Antes mesmo de esperar ela terminar de falar, acabo acertando um tapa no seu rosto e ela se cala rapidamente. Meu peito sobe e desce em uma velocidade enorme, não consigo controlar meus movimentos, como se não fosse mais eu aqui.

- Ei, já chega - Luísa fala me puxando pela cintura - Não vale a pena, Lila.

- Ela que fez isso - Falo apontando para a mulher - Ela que fez tudo isso.

- Não vale a pena, irmã.

Luísa me arrasta para dentro de casa e fecha a porta com força, deixando Gabriela para o lado de fora. Sento no chão e abraço as minhas pernas, sentindo que tudo está doendo e tenho o sentimento que um caos maior vai ser instalado e vai sair do meu controle.

- Eu vou ligar para Maiara - Luísa fala me puxando para ficar em pé - Toma um banho e vai deitar um pouco.

- Eu quero o Léo - Nego com a cabeça - Eu não tirei leite o suficiente para ele passar a noite longe de mim.

- Lila...

- Pede para Maiara ir buscar o Léo.

- Vai deitar um pouco, Lila...

Luísa limpa as lágrimas dos meus olhos e me guia até o meu quarto e ela fecha a porta. Fico parada por alguns segundos e eu escuto barulho dos toques do celular, mas aparentemente ninguém atende. Sento na minha cama e passo as mãos pelo meu rosto, mas os remédios para dor começam a fazer efeito e sem perceber, eu acabo pegando no sono.

///

Acordo com uma dor de cabeça insuportável e vou sentando na minha cama devagar. Olho ao redor e acordo com o quarto completamente vazio, sem o Léo, sem a Maraisa, sem absolutamente ninguém. Sinto o vazio me preenchendo novamente.

Quando vou ir para o banheiro lavar o meu rosto, escuto um barulho de choro e eu decido ir ver o que é. Não acho nada nos cômodos do apartamento até que eu vou para a cozinha e vejo Luísa com as duas mãos apoiadas em cada canto do balcão, enquanto ela molha tudo ao seu redor com as lágrimas. Seu corpo está tenso, suas mãos fechadas em punho e seus olhos focados em um papel.

- O que foi, irmã? - Pergunto assustada - Aconteceu alguma coisa com o Léo?

- A Maraisa criou a maior guerra que ela poderia ter criado - Luísa fala com a voz embargada e pega o papel na mão - Ela poderia ter feito tudo, menos colocar Maiara contra mim.

- O quê?

- Ela pediu a guarda total do Léo, Lila - Minha irmã estende a folha na direção dos meus olhos - E Maiara vai defender ela no processo.

Abro a boca para responder e não saí nada, parece que tudo vai desabando aos poucos. Luísa abaixa a cabeça e as lágrimas descem pela sua pele branca igual a papel.

- Ela conseguiu acabar com duas famílias de uma vez - Luísa me entrega a folha e passa por mim, saindo do apartamento logo em seguida.

Mesmo com as mãos trêmulas eu vejo a folha que Luísa me entrega e vejo que é o pedido da guarda do total do Léo, dando início ao processo judicial que começa agora, dando os nome da Maiara e da Maraisa, sendo dirigido diretamente a mim.

- Não, Maraisa...

Nine months (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora