18.

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Pov Marília

- Dorme, filho - Peço para o pequeno - A mamãe Mara vai te fazer nanar amanhã, hoje sou eu.

Léo começa a se contorcer nos meus braços totalmente irritado, tentando me afastar, bravo comigo por estar segurando ele, querendo sua rotina de volta. Todos os dias eu amamento meu pequeno, faço ele arrotar e Maraisa que faz ele dormir, todos os dias, nessa mesma sequência, por isso seu incômodo ao ser algo diferente.

- Léo, a mamãe Mara não está em um dia bom - Falo baixinho e deito ele nos meus braços - Dorme, amor, por favor.

Léo começa a resmungar irritado e eu decido deixá-lo de bruços e acariciar as suas costas, na esperança que ele fique mais confortável e pare de resmungar e depois de longos segundos, funciona e Léo mesmo bravo, consegue dormir nos meus braços. Deito ele no seu berço e saio do seu quarto, para ver a minha namorada.

Assim que chego na cozinha, vejo Maraisa virando mais uma taça de vinho, enquanto olha para frente, sem dizer absolutamente nada, me deixando preocupada, principalmente depois de tudo que aconteceu hoje.

Admito que ao ver Marco falando daquela forma com Maraisa, mexeu de algum jeito comigo, mas não consigo deixar de pensar que todo o mal que ele faz para a minha namorada no passado, está voltando para ele no presente.

- Beber não é a melhor solução, amor - Falo tentando chamar a sua atenção - Você beber não vai adiantar nada.

- Ele não iria me contar se não fosse aquele momento no evento - Ela nega colocando a taça com brutalidade em cima da bancada - Como ele pode esconder isso tanto tempo? E pior...como ele sequer foi atrás de um tratamento?

- Talvez ele tenha descoberto muito tarde, amor...

- Ou talvez ele só não se importa com a vida dele - Maraisa dá de ombros - Se ele não se importa, eu também não vou mais me importar.

- Não acho que funcione assim, Mara.

- Eu não ligo para ele, não ligo mais, ele me tratou mal a vida inteira e eu não quero me importar com ele. Se ele morrer, eu não vou sentir nada.

- Mara, você acabou de receber a notícia, não precisa digerir tudo agora, no seu tempo, não precisa se forçar a aceitar.

- Eu não me importo.

- Você se importa - Falo baixinho - Mas não quer se importar, por isso está assim.

- Eu estou normal, Marília.

- Você não está, amor.

Maraisa bufa irritada e pega a garrafa para encher mais uma taça, mas eu sou mais rápida e tiro o vinho da sua mão, colocando de lado para ela não beber mais. Minha namorada me olha brava e tenta pegar da minha mão, mas por estar embriagada não consegue e resmunga irritada.

- Me dá agora, Marília - Ela manda irritada.

- Vamos dormir - Peço devagar, olhando nos seus olhos - Não quero cuidar de você bêbada.

- Não estou bêbada - Maraisa reclama brava - E você não manda em mim...hoje.

- Maraisa, vamos dormir.

A morena continua sentada e eu espero ela fazer o que eu estou mandando e depois de poucos segundos, Maraisa levanta brava da cadeira e vai para o quarto, igual a uma criança brava, puxando forte no chão. Vou atrás dela e ajudo a morena a tirar a sua roupa de trabalho para dormir, já que nem isso ela consegue.

Sento ela na cama e começo a abrir os botões da sua camisa, enquanto Maraisa apoia a sua cabeça na minha barriga.

- Você acha que ele vai morrer? - Maraisa pergunta baixinho.

- Amor...

- Eu...eu não quero que ele morra assim - Ela fala levantando a cabeça para me olhar - Você acha que ele vai morrer, não acha?

- Eu não sei, amor - Nego com a cabeça e deixo um beijo na sua testa - Eu realmente não sei.

- Eu também não sei...

- Eu só posso garantir que eu vou estar com você em tudo - Falo alisando a sua bochecha - Independente do que aconteça.

- Promete?

- Prometo, meu amor...

Ela sorri sem mostrar os dentes e deita na cama, completamente embriagada, tanto que dorme em poucos segundos. Tiro sua calça e deixo ela apenas de cobertor e calcinha. Tomo um banho rápido e visto a mesma camisola de sempre, antes de ir dormir com a minha namorada.

Deito na cama e cubro o corpo de Maraisa, mas é como um imã e ela mesmo dormindo, se arrasta na cama e abraça a minha cintura, deitando a cabeça no meu peito totalmente sonolenta.

- Boa noite, meu amor - Falo selando nossos lábios.

///

Acordo com uma boca na minha bochecha, e metade do meu rosto todo babado. Vou abrindo os olhos aos poucos e vejo Léo apoiado no meu rosto, mordendo a minha bochecha.

- Oi, filho - Falo com a voz rouca pelo sono.

Deito Léo do meu lado e ele sorri para mim, sem dente algum, arrancando um sorriso da minha boca. Maraisa está com as mãos na barriga do pequeno, mas está dormindo, provável ela trouxe e ele e dormiu novamente.

- A mamãe Mara sempre dorme não é? - Falo baixinho e aliso a sua bochecha - Mas se a gente falar ela vai negar.

Léo me olha e começa a balançar as perninhas, mesmo sem entender nada que eu estou falando. Pego meu pequeno e sento na cama para amamentar, e acabo acordando a minha namorada.

- Bom dia para vocês dois - Ela fala com um sorriso no rosto.

- Bom dia, amor - Deixo um selinho na sua boca - Você não vai trabalhar hoje?

- É que...eu não quero voltar para lá, Lila.

- Você não pode fugir para o resto da sua vida, amor.

- Não estou fugindo, eu só não quero...falar com ele agora, eu não acho que consiga.

- Eu ainda acho que não é a melhor decisão.

- É a decisão que eu consigo tomar agora - Ela fala cortando esse assunto de uma vez.

Não respondo, não quero brigar por algo que não nós afeta como casal, mesmo achando que ela fugir não vai adiantar de nada, mas quero poupar brigar no nosso relacionamento.

Maraisa fica quieta, me olhando, provavelmente se sentindo culpada por ter sido grossa.

- Você disse que gostou bastante da faculdade - Ela fala baixinho - Eu fiquei feliz de saber que você gostou.

- Lá é muito bonito - Dou de ombros - Acho que eu posso ter um futuro lá como professora.

- Você pode ter futuro em qualquer lugar, Lila, você é você.

- Como assim? - Pergunto rindo.

- É porque qualquer lugar quer a sorte de ter alguém como você - Ela sorri envergonhada - E eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter alguém tão perfeita do meu lado e ainda ter um filho.

Maraisa senta na cama e fica na minha frente, deixando vários e vários selinhos na minha boca, com um sorriso safado no canto da boca.

- E gostos-

- O Léo está aqui - Falo rindo e afasto ela pelos ombros - Não começa.

Abaixo o olhar e vejo Léo olhando com um sorriso no rosto para Maraisa, esquecendo completamente que estava mamando.

- Amo vocês dois - Ela fala beijando a cabeça do pequeno - Mais do que tudo.

- A gente também te ama mais do que tudo, amor...

Nine months (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora