33.

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Pov Maraisa

- Amor, você já está pronta? - Marília pergunta entrando no quarto - Precisamos ir, o funeral já começou.

- Eu já estou indo...

Tento fechar a minha gravata mas as minhas mãos estão fracas que eu não consigo e isso me deixa completamente irritada, fazendo eu arrancar o pedaço de pano do meu pescoço e jogar no chão. Abaixo a cabeça e uma única lágrima solitária desce pela minha pele. Escuto a respiração pesada da minha namorada e Marília pega a gravata do chão, se aproximando de mim devagar.

- Está tudo bem - Ela fala colocando a gravata preta no meu pescoço - Quando você não conseguir algo eu te ajudo, é assim que funciona um casal, meu amor.

- Eu não consigo nada.

- Você consegue tudo... - Marília sorri de lado - Você não faz ideia do quanto você é independente.

Nego com a cabeça e a loira segura meu rosto, deixando um selinho longo nos meus lábios, acariciando minha bochecha com a ponta dos dedos, passando toda a sua força que eu preciso de um momento tão delicado igual agora. Passo meus braços pela sua cintura e aperto seu corpo contra o meu, deitando minha cabeça nas suas mãos.

- Seu pai tem muito orgulho da mulher que você é - Marília fala me olhando - Como mãe, amiga, filha e principalmente como a minha namorada. Essa é a sua melhor versão.

- Eu só tento ser a minha melhor versão porque eu quero ser a melhor pessoa para você, Lila.

- E você é a melhor pessoa para mim, minha vida.

Passo meu nariz no da loira e seguro a sua mão, deixando um beijo na nossa aliança, enquando encaro suas esferas castanhos que eu sou tão apaixonada.

- Precisamos ir, Mara.

- Vamos...

Marília entrelaça as nossas mãos e saímos do nosso apartamento direto para o funeral do meu pai que vai acontecer no dia de hoje. O dia não está bonito, está chuvoso, frio, sem vida, não é um dia bonito de aproveitar, é um daqueles dias que só existe a vontade de ficar em casa, apenas existindo.

Marília aperta a minha mão com força, mostrando o tempo inteiro que ela está comigo independente do que aconteça e de certa forma isso alivia a dor do meu peito, deixa um pouco menos dolorido, porque eu sei que eu vou estar com ela o tempo inteiro.

Assim que chegamos, toda nossa família já está reunida, minha mãe com nossos tios, Maiara abraçada com Luísa e ver que elas voltaram em meio ao caos que eu criei, acalma meu coração. Vou andando até a minha mãe e ela me abraça com força.

- Está tudo bem, mamãe - Falo abraçando ela de volta - Ele está bem agora.

- Ele lutou muito para ficar - Ela fala baixinho - Ele queria ver o Léo mais vezes, ver a Maiara casando, ver tudo isso.

- Eu sei...

- Maiara te falou sobre o testamento?

- Testamento? - Pergunto confusa - Já saiu o testamento?

- Papai dividiu a empresa para nós duas - Maiara fala se aproximando - E o resto...

- Ele deve ter doado para alguma instituição - Marília supõe.

- Não, Lila - Maiara nega com a cabeça - Tudo que ele conquistou nesses trinta anos...ele deixou para o Léo.

Quando Maiara fala isso eu travo por completo, sem saber o que responder, só olhando para ela esperando outra resposta. Olho para a minha namorada e vejo Marília totalmente surpresa, como se também não acreditasse. E até a mesmo antes de morrer, ele quis provar que mudou, deixando tudo para o seu primeiro neto.

Nine months (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora