Vinda de Salém

Cap 3: Passeio de barco

Dia 4.

Aquela foi uma noite difícil, cheia de pensamentos e sentimentos também. Embora a função da patrulha fosse os dois conseguissem dormir em turnos diferentes, os dois ficaram
acordados aquela noite. Selina tentava se distrair de suas paranóias, já Eddie focava nelas, desperdiçando horas pensando em como iria lidar com ela daqui pra frente.
O rapaz só conseguiu descansar quando viu em seu relógio que o dia se aproximava, então se convenceu a dormir.

- Ei, seu turno. - Selina o balançava, para o rapaz ele só tinha piscado os olhos

- Ah é...beleza.

- Te veste, eu vô tá esperando na sala.

Ele podia notar o sono no olhar da garota, ela saiu do quarto. Quando estava pronto, ele a encontrou na sala, havia pegado no sono no sofá.

- Puts... - ele a olhou, voltando pro quarto. Lá, ele pegou um travesseiro e um cobertor, voltando pra sala, devagar pós o travesseiro atrás da cabeça da garota, e a cobriu com o lençol. Ainda era cedo e manhãs são frias.

Ele não estava sozinho, mas sentia solitário. O dia parecia devagar, e ao mesmo tempo rápido, ele não tinha nada pra fazer. Eram quase quatro da tarde quando Selina deu sinal de vida.

O rapaz jogava sinuca, não do jeito certo, não queria fazer barulho. Ela se levantou, indo direto pra geladeira.

- Não abre! Você acabou de acordar, meu tio diz que pode dar derrame

Ela só o encarou, e abriu a porta do mesmo jeito.

- Hm. - resmungou, Eddie havia tomado o último suco de caixinha. Mas decidiu não reclamar usando palavras.

- Você vai dormir de novo? - ele perguntou

A garota apenas balançou com a cabeça que "não", Eddie achou que ela não queria falar com ele, mas ela só não queria romper as várias horas que havia passado sem falar.

- Ta tudo bem? - ele a seguia, Selina segurava a maçaneta do banheiro. Fez que sim com a cabeça, entao entrou no cômodo, fechando a porta.

"- Porra..." - ele pensou, voltando para a sinuca

Aquela tarde parecia a mais entediante da vida de Munson, Selina continuou sem falar até o por do sol, a palavra que quebrou seu sigilo foi um "Ok", depois daquilo eddie começou a ensaiar seu pedido de perdão. A garota estava dedicada a não pertubar o rapaz, queria que ele tivesse um dia de folga. Ela se isolou no quarto, deixando o resto da casa só pra ele, os dois se seguravam para não falar um com o outro.
Quando eles se viram novamente na era hora da troca de turno, Eddie entrou no quarto.

- Você dormiu aqui? Não consigo pensar em outra coisa pra passar o tempo - ele começou

- Não. Eu pensei só...em várias coisas. Vai deitar? - Ela se deslocava pela cama, indo pro outro lado que era mais próximo da porta

- Vou, mas não precisa sair! - ele disse, ela não parou

- Tudo bem, eu não me importo, pode ficar com o quarto - Selina abriu a porta

- Nao se importa...? - Eddie perguntou

- Não... - ela respondeu, saindo do quarto e fechando a porta

Uma conversa tão simples, mas com tantas interpretações vindas dos dois lados. Eles não sabiam o que passava na mente de cada um, tudo aquilo era uma enorme contradição, estavam vendo algo que não existia, uma intriga que nem se quer havia acontecido. Eddie sufocou seu rosto com um travesseiro, talvez assim sufocasse todo o arrependimento que sentia, ele escutava Selina andar pela casa...até ouviu uma porta ser fechada, e então o silêncio tomou conta.