08 Vai se f0d*r

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Eu estava a fim de você, mas já superei

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Eu estava a fim de você, mas já superei. E eu estava tentando ser legal
Mas nada está dando certo, então deixa eu soletrar: A-B-C-D-E-F-U, vai se fod*r!

abcdefu - Gayle

Hoje...

Intoxicada! É assim que me sinto. Nate parece estar se multiplicando como um vírus que surgiu em Chernobyl por cada uma das minhas células, parece a porra de um espirito agourento, uma sombra do meu passado materializada no presente para arruinar a minha cabeça, para brincar com o meu coração.

Estou muito acostumada a sentir raiva, é um sentimento com o qual tenho afinidade. A usei em muitos momentos para ter a força necessária de me defender do mundo, para reagir. Porém, a raiva que sinto pelo Nate parece me sabotar.

Ele...tirou minha virgindade. E sei que só o fez para me magoar, para pisar ainda mais nos meus sentimentos. Por isso se divertiu me deixando entregar a ele algo que jamais teria escolhido lhe dar se soubesse que era ele por trás daquela máscara de merda.

Estou chorando sem parar desde que acordei, meus olhos estão inchados e até as pálpebras doem. Não era para ter ficado tão quebrada após a vingança da noite retrasada. Após ter ido o mais vadia que consegui no encontro com o pai dele. Queria que sentisse um gostinho da impotência, da ausência de controle ao ver algo ruir. Então dei ao desgraçado o mesmo sentimento que me deu, o fiz se sentir sabotado! Porque foi assim que me vi quando voltei ao meu quarto após transarmos, quando entrei e desabei na frente da Cris. Enquanto contava a garota que acabei de conhecer a respeito de Nate, sobre muitas coisas do meu passado, e me vi obrigada a tocar cada nota pesada dos momentos que vivemos juntos, dos pesadelos da minha adolescência. Me vi tão despedaçada, que contei sobre o meu padrasto pedófilo, sobre como acabei desenvolvendo um problema com perder o controle das situações e ficando muito mal em ser tocada sem consentimento. E narrei o nosso romance, e como Nate foi ganhando minha confiança a ponto de poder me tocar, me beijar, tocar até mesmo o meu coração.

Eu me vinguei dele, mas me senti fraca pela avalanche de culpa que me dominou após isso. Fiquei tão abalada, me sentindo tão filha da puta quanto ele, que bebi muitas e muitas canecas de chopp até que o álcool fosse capaz de silenciar as vozes na minha cabeça. Até que a intoxicação pela bebida levasse seus vestígios, que as lembranças dele retirando a máscara e me despedaçando deixassem de gritar nos meus ouvidos que Nate nunca me amou, que fui a porra de um brinquedo bizarro por quem se afeiçoou de maneira superficial, a pessoa arruinada que ele amou se divertir. E fui apenas isso...uma diversão.

Como pude não o reconhecer? Acho que criei tantas barreiras em minha cabeça para esquecê-lo, para varrer os sentimentos profundos que desenvolvi por Nate, que sua imagem passou a ser um borrão com o tempo. Repeti tantas vezes que havia morrido para mim, que passei a acreditar nisso. Não reconheci o seu beijo, mesmo que seja tão perfeito e quente como antes. Ele mudou, o perfume não é mais o mesmo, a voz está mais grossa, mas como esquecer os olhos? Sempre foi o que mais gostei nele, profundo, parecia conversar comigo apenas pousando-os sobre mim. Nem eram preciso palavras, pois podíamos dizer coisas apenas nos encarando. Então como não matei a charada que era Nate apenas pelo olhar? Tudo bem que estava sem o piercing na sobrancelha que era quase uma marca dele, mas ainda é inacreditável.

Revolta e Outras Coisas - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora