Série Ravina 02
SINOPSE
Isabela é uma mulher controversa. No auge dos seus 22 anos, resolveu finalmente correr atrás do sonho de estudar Música. Ela carrega um passado de dor, com traumas
resultados dos anos de abusos.
Isa criou espinhos para se pro...
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Só quero ser sua queridinha
Você pode me fod*r e depois brincar comigo
Você pode me amar e pode me odiar
Bad Girl - Avril Lavigne feat. Marilyn Manson
Hoje...
— Tem certeza de que vai fazer isso?— Cris pergunta, encarando-me sob os óculos redondos de leitura, desviando o olhar de um dos livros que roubara da minha estante.
Me encaro no espelho estreito e de moldura branca, que jaz atrás da porta do meu quarto, enquanto deslizo uma meia preta 7/8 por minha perna direita. Ignoro a quantidade de mensagens apitando em meu telefone, fazendo o barulho chato das notificações me irritarem. Sequer preciso olhar a tela para saber que é Ana dizendo que vai dar na minha cara por discordar do que estou prestes a fazer. Coloco a meia na outra perna, terminando de me vestir por completo.
Encaro meu traje vermelho no espelho. É um vestido curto e rodado. Seu cumprimento se estende até o meio de minhas coxas brancas demais. É um look para festa à fantasia, onde o tecido da saia é de cetim nas laterais e veludo no meio, oscilando pouca coisa nos tons rubros. Dou um laço na ponta das fitas de cetim pretas sobre o topo da minha barriga, que dão a impressão de que estou usando um corpete. Meus seios aparecem moderadamente sob o decote quadrado. Posiciono a capa sobre meus ombros, dando um laço no topo do colo, sentindo o capuz bem rente à minha nuca. A capa é de um veludo tão macio, que parece abraçar a minha pele. A única coisa mais áspera é o viés de renda preta ao redor de suas extremidades.
Minha versão de chapeuzinho me saúda no espelho, e gosto do que vejo. Já finalizei a maquiagem, com meu rímel escorrendo de maneira perfeita sobre as bochechas, o batom vermelho vivo combinando com a roupa e meu cabelo, que fiz questão de lavar e fazer um babyliss, deixando-os com ondas singelas. Limpo um pequeno borrado no canto direito do lábio, com a unha em formato stiletto e pintada de preto arranhando minha bochecha.
— Merda! — Praguejo ao sentir a ardência do arranhão, voltando meu olhar irritado para Belladona, que finalmente resolvera sair de dentro do meu guarda-roupas. — Na hora da comida você aparece?
— Quem é que gosta de ficar com fome, né?— Cris pergunta a gata, que pula na cama, ronronando ao se esfregar nela.
— Uma traidora! — Resmungo. — Ela nunca quer se encostar em mim.
Fico observando minha nova amiga. Está com os cabelos bagunçados, trajando legging e uma camisa masculina branca, que pelo estilo do desenho de um pôr do sol no peito, é de Vitor, o seu "não-namorado".
Ana está morrendo de ciúmes da minha amizade com Cris. Adoro mandar foto de nós duas só para a irritar, e fui até mesmo "desconvidada" para ser madrinha de seu casamento, só para no segundo seguinte ser "reconvidada".
