Capítulo 41

127 14 37
                                    

POV Nilson

Eu estava dirigindo tenso, o carro do motorista que levava Beca ia muito rápido, e como eu não podia ficar colado nele, para Beca não me ver, eu quase tinha perdido ele de vista algumas vezes, mas por fim, deu certo, quando após uns 10 minutos vi o carro estacionar em frente a um condomínio de luxo.

Beca desceu do carro, cumprimentou o jardineiro que estava próximo ao portão e entrou, e só ai pensei como eu tinha sido burro... Era um condomínio fechado, eu não tinha acesso para entrar e nem ao menos sabia o número da casa de Beca.

Fiquei alguns minutos martelando uma solução em minha cabeça, e os céus parecem ter me ajudado, quando por acaso enxerguei no chão do meu carro uma pulseira feminina, eu conhecia aquela pulseira, era de Beca, ela devia ter deixado cair quando saímos para lanchar na semana, e ela seria minha porta de entrada no condomínio.

Antes de tentar entrar, eu decidi dar um tempo, para Beca não desconfiar ao me ver chegar logo atrás dela, e então fui em uma padaria que ficava próxima, e tomei café da manhã tranquilo.

Quase 1h depois, eu estacionava o carro em frente ao condomínio novamente, e caminhei até o porteiro, que agora estava junto do jardineiro, conversando enquanto ele cuidava das plantas que tinham na entrada.

- Olá, bom dia... – Cumprimentei, ao me aproximar dos dois, que me olharam com uma expressão simpática.

- Bom dia, meu jovem. No que posso ajudar? – O porteiro perguntou.

- Qual o nome do senhor?

- Antonio!

- Oi, senhor Antonio, eu sou o Nilson. – Me apresentei, tentando conquistar a simpatia dele. – Não sei se conhece minha namorada... – Menti, assim seria mais fácil entrar. - Ela mora aqui nesse condomínio, Rebeca Barreto...

- Rebeca Barreto... – Ele murmurou, pensativo.

- Eu sei quem é! – O jardineiro exclamou. – É aquela mocinha magrinha, bem simpática, que chegou mais cedo, a filha daquele cavalo, o seu George...

- Junior! – O porteiro o repreendeu, assustado por o jardineiro ter xingado o pai de Beca na minha frente. – Ele não quis dizer isso rapaz...

- Fiquem tranquilos, eu sei o quanto meu sogro é complicado! – Concordei, segurando o riso.

- Pois é, ta vendo Antonio, relaxa, todo mundo conhece a peça... – Junior resmungou, se levantando do chão e limpando a terra da calça. – Nem a mulher do cara aguentou ele, vazou e deixou a coitada da menina sozinha...

- Misericórdia, Junior, quando você morrer vai ser um caixão pra você e outro pra sua língua! – O porteiro reclamou, e logo voltou a atenção pra mim. – Enfim, rapaz, no que podemos te ajudar?

- Então, eu preciso ir lá na casa da Beca, ela esqueceu essa pulseira comigo... – Menti, mostrando a joia que eu segurava. – E pediu que eu trouxesse aqui...

- Ah, claro, como o Junior disse, ela chegou mesmo a pouco tempo. Ela está te esperando?

- Sim!

- Então pode entrar, nem vou te anunciar... – Falou, enquanto abria o portão para eu passar. – A casa deles é a última no final dessa rua, a esquerda...

- Ok, muito obrigado! – Agradeci feliz, acho que eu já podia virar um ator global, porque estava virando mestre em convencimento...

POV Beca

- Limpa esse chão direito, garota, olha a merda que você ta fazendo! – Meu pai bradou irritado, se aproximando.

Ele havia derrubado uma xícara de café, e eu estava agachada no chão da cozinha, limpando a sujeira.

All of Me - Nilson e BecaOnde histórias criam vida. Descubra agora