Lonesome Shadow

Sentimentos que me assolam

Oe!Muito feliz em trazer esse capítulo cheio de sentimentos e significados para vocês!Espero que gostem!Queria também deixar aqui registrado e convidá-los a conhecer minhas demais fics!Todas elas giram em torno do universo Naruto, em momentos diferentes do anime!Confissão - KakaSakuEntre dois do mesmo - KakaSakuDepois da guerra - KakasakuMeu limite é você - ItasakuHow it should have been - SasuSakuAmar se aprende amando - GaaSakuE futuramente teremos uma fic também com o tema NaruSaku!Enfim, muito obrigada gente!Boa leitura!

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Haruno Sakura

Meu coração batia forte, fazia três horas que os meninos haviam me deixado sozinha e tentei ao máximo me manter ocupada, porém o tédio começou a perdurar. Meu estomago estava roncando agora, havia comido tudo que trouxeram para meu café da manhã e espero que não esqueçam de mim no almoço.

"Sakura-hime, algo está errado." A deusa diz em meu interno, ela costumava a repousar bastante em minha mente, mas agora parecia desperta.

Sim, sim, sim. Também sinto isso, minha pele se arrepia vezes demais e meu pressentimento grita. Algo está errado, mas não sei dizer o que. Durante a noite me senti ser vigiada, mas toda vez que acordava via o pequeno espaço absolutamente e sombriamente vazio.

O que estava acontecendo?

Pela altura do sol parecia beirar as treze horas da tarde, sem ter muito o que fazer coloco-me em minha posição de meditação e concentro-me em esvaziar a cabeça. Precisava acima de tudo cultivar a calma neste momento.

Mas minha maldita mente fazia questão de me autossabotar, pois cada vez que fechava minhas pálpebras a imagem de Madara mancando vinha à tona.

Não tinha como negar a preocupação que abraçava meu peito toda vez que questionava o motivo do Uchiha mais velho estar tão grosseiro esta manhã, ele basicamente se afastou de mim como se fosse uma bruxa fugindo da fogueira.

Se realmente estava machucado, por que não apenas falar? O teria curado na mesma hora, a não ser que não pudesse tomar essa decisão. O que os demais diriam se de uma maneira milagrosa ele aparecesse 100% do nada?

Precisava me acostumar com o fato desta linha do tempo não estar acostumada com o Jutsu de cura, Tobirama sequer estava maduro o suficiente para desenvolver tal jutsu. Precisava respeitar as coisas nos tempos deles e entender minhas limitações.

Contudo ver Madara machucado... me faz questionar quem faria isso com ele?

O filho e herdeiro absoluto do líder do clã mais impetuoso do mundo ninja, quem o machucaria?

O mais importante, por que fazer isso?

Minhas dúvidas não são sanadas e minha curiosidade cresce mais ainda, sem mesmo perceber caio no sono com várias perguntas deslizando por minha língua.

Fazia anos que não sonhava, mas dessa vez sonhei.

Sonhei com Madara Uchiha.

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Uchiha Madara

Ela ficava ridiculamente linda dormindo, seu rosto em paz passava inocência e todas as coisas boas que um dia gostaria de ter, de conquistar. Mas que ao mesmo tempo sabia que jamais teria.

Ela era absolutamente tudo que desejei durante minha curta vida, me passava esperança e a possibilidade de um final feliz. Que patético de minha parte pensar assim, pensar que poderia ser digno de tais coisas.

Izuna tinha aula de história do clã com alguns anciões a tarde, graças a kami já tinha finalizado meus estudos anos atrás era incrivelmente chato. E o dever de trazer o almoço para a flor recaiu sob minhas mãos. No começou não fiquei contente com o pedido de meu irmão ao me entregar a bandeja, meu corpo doía que nem um inferno quando tentava me movimentar, subir escadas então?

Pior ainda, a dor era quase insuportável, mas meu orgulho sempre foi maior. Isso junto com a ideia de revê-la foi o suficiente para estar aqui agora, a olhando dormir.

Maldita! Como poderia ser tão bela?

Me aproximo, silenciosamente ao máximo, para alocar a comida ao seu lado, porém meus movimentos estão lentos e nada práticos, acabo fazendo mais barulho que o necessário, levando linda flor a despertar.

- Gomen, não foi minha intenção. – Digo e sinto meu rosto corar. Mas que porras?

Nunca corei na vida, por que agora? Deuses, a ideia de ela achar que sou um tarado por estar a fitando me deixou sem jeito e seus olhos verdes intensos me levaram a beira de um precipício interno.

- Madara... – Diz sonolenta, ela não se mexe apenas me fita com aquelas esmeraldas redondas e perfeitas, discretamente dá um sorriso de canto. – É tão estranho ficar sonhando com você.

O que?

Meu coração para, ou pausa ou pula para fora do meu peito, não sei bem e por um segundo penso que irei morrer, a realização dela estar sonhando comigo faz coisas com meu corpo que não compreendia direito. Na tentativa de me manter impassível, permito-me apenas um arquear de sobrancelha.

- Yare, yare, sempre tão sério! Baka! Por que não tenta ser mais gentil? – Sua voz era pesada e causava arrepios gostosos sob minha pele.

- Não combina comigo.

Um momento se passa entre nós, do qual ficamos apenas nos olhando profundamente, ali consegui compreender que a sonolência a fazia pensar estar presa em um sonho e isso me deixou curioso, será que ela pensa que não estava realmente presente?

- De fato não. É por isso que não consigo te tirar da cabeça, acho que tenho uma queda por homens grosseiros.

Uma avalanche, era a exata sensação que desencadeou em meu peito. Uma avalanche de sentimentos ameaçava-me a perder a sanidade. Dúvida, agonia, excitação, tensão e principalmente esperança aqueciam meu amago.

Como se pudesse ver todo o desespero estampado em minha face, Sakura se aproxima, não perto suficiente para que nossos corpos entrassem em contato, mas perto o suficiente para sentir seu calor emanando em meu corpo.

- Acho que gosto quando me olha assim, tão profundamente. Acho que gosto de você e isso me dá medo. Porque no final, nada disso irá durar, vou precisar voltar de onde vim e isso me assusta. Acho que gosto de você mais do que devia.

Com isso deita-se novamente na cama e apaga.

"Vou precisar voltar de onde vim e isso me assusta." Ela diz como se nunca mais iremos nos ver, como se o lugar que ela vinha fosse tão distante que seria impossível.

No final das contas ela tinha razão, de nada nos adiantaria aquilo ali, seja lá o que estava acontecendo entre a gente, ela retornaria para seu clã e lá ficaria. Estava muito ciente que os clãs não se misturavam e que um casamento entre pessoas de distintos grupos era mais que raro, algo que beirava ao impossível.

Porra, eu estava mesmo pensando na palavra casamento?

Meu coração, porém, parecia não concordar com minha mente, ele queria abraçar as palavras de Sakura com toda a força, queria prender-me a esperança de talvez encontrar algo verdadeiro, um sentimento genuinamente bom pela primeira vez em minha vida.

Aquilo estava fora de cogitação, precisava me lembrar, não poderia jamais esquecer quem eu sou, qual o meu clã e quais as minhas responsabilidades neste mundo.

Ser feliz definitivamente não era uma delas.

É por isso que mancando me afasto da flor, que desço as escadas do galpão sem olhar para trás.

É por isso que decido matar aquele sentimento, apagar aquele fogo.

Custe o que custar.