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Giovanna

Acordei cedo e troquei de roupa para ir na casa do Ceifador, tinha dormido no Dani e minha vontade era de ficar agarrada nele o dia inteiro mas precisava fazer logo esse trabalho e mais tarde encontrar a Priscilla para ela me ajudar com os slides e tudo mais, não quis traze-la aqui pra não deixar ela assustada e não expor meu cunhado-era estranho chama-lo assim-já que ele era muito procurado

Pesadelo: Amor, meu irmão não morde-ele falou pela milésima vez e eu continuava levemente em pânico

Giovanna: Eu sei que não mas e se ele se sentir intimidado com as perguntas?

Pesadelo: Não tem nada de intimidante, eu li as perguntas e não tem nada demais, confia em mim-Dani beijou minha mão suavemente

Giovanna: Eu confio em você

Descemos do carro e entramos pela porta da garagem que dava para cozinha e ele tirou uma sacola de brinquedos da mala, eu arqueei a sobrancelha e ele sorriu como se fosse uma criança que roubou um brigadeiro da mesa do bolo, Laura iria mata-lo

Pesadelo: Amor, são só mais alguns brinquedos-explicou enquanto travava o carro e me dava a mão

Giovanna: Lindo, você não acha que ela já tem brinquedo demais?-perguntei acariciando sua mão com o polegar

Pesadelo: Não, e se ela ficar entediada?

Giovanna: Então ela brinca com os outros-respondi como se fosse óbvio

Atravessamos a porta e vimos a Laura sentada no chão com a Manu que batia palma e tentava andar se equilibrando no sofá

Laura: Não me diz que isso é brinquedo-ela falou assim que nos viu e eu ri da sua cara de desespero

Pesadelo: São só bonecas e mordedores-se explicou enquanto a garotinha loirinha vinha engatinhando até nós sorrindo

Manu era uma mistura do meu cunhado com a Laura, seus cabelos loiros agora já batiam no pescoço com cachos nas pontas, seus olhos eram cor de mel bem claro iguais os da mãe e a boca e o nariz eram do pai, a bonequinha chegou até nós mostrando seus quatros dentes em um sorriso babado e pediu colo pra mim, agachei no chão e a peguei ouvindo um gritinho eufórico sair de sua boca, eu amava essa garotinha e acho que ela compartilhava o sentimento já que quando eu chegava ela só queria o meu colo

Giovanna: Oi princesa-beijei sua cabeça e ela começou a brincar com meus cabelos

Pesadelo: Eu não ganho abraço?-perguntou com um biquinho nos lábios e ela foi para o colo dele

Laura: Como vocês estão?-perguntou vindos nos cumprimentar, ela me abraçou e depois abraçou o Dani que estava muito entretido dando a ela um  mordedor em forma de pé que tinha um chocalho embutido

Giovanna: Bem, e vocês?

Laura: Tranquilo, soube dos seus pais, está tudo bem?-perguntou preocupada, ela e minha mãe tinham se aproximado por conta da ONG e da questão do Dani também

Giovanna: Sim, acho que se resolveram, passei em casa de manhã e ela não tinha voltado pra casa

Pesadelo: Meu pai já tava quase tendo um troço sem ela-Manu resmungou para ir no chão e voltou a engatinhar para o cercadinho como novo brinquedo

Laura: Eu imagino, seu irmão foi na rua e já volta, senta ai-tirou uma almofada do sofá e nós nos sentamos-Me conta, sobre o que é seu trabalho?

Giovanna: Eu tenho que montar uma defesa sobre um caso penal famoso, tínhamos a opção de ir até o presídio e escolher um dos presos que se ofereceram para ajudar em troca de bom comportamento e fazer uma entrevista ou também podíamos pegar um processo arquivado ou com a pena muito alta e tentar outra defesa para reduzir ou quem sabe soltar o preso em questão-tirei da bolsa o processo que eu tinha impresso e a entreguei-Decidi pegar o do Ceifador, página 56-a entreguei

Perdição-Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora