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General

Eu  precisa de ar, parecia que duas mãos sufocavam minha garganta e um onda de adrenalina corria meu corpo, dei uma tragada no baseado enquanto encarava os papéis na minha frente e me concentrava para não morrer diante dessa situação do caralho

A cena de mais cedo rodava na minha mente e além de me sentir confuso pra caralho ainda me sentia um péssimo pai por ter reagido daquela maneira, só foi um choque do caralho ver meus dois filhos juntos de um jeito que eu não nem cogitei ser possível algum dia, me sentia impotente por nem ter tê-los escutados e por ter sido estúpido com a minha mulher, passei as mãos pelo cabelo dando um grunhido e me levantei pegando a chave da moto, passei o dia inteiro trancado em casa e desliguei o celular

Dei partida e subi o morro indo em direção a minha casa, estacionei e vi que todas as luzes estavam apagadas, provavelmente já deviam estar dormindo por conta da hora, já se passavam das três da manhã e antes que eu fosse até o meu quarto passei devagar pelo quarto da Giovanna que dormia com a porta entreaberta agarrada no Daniel que a segurava como se ela fosse seu mundo, e talvez fosse, talvez eu fosse um babaca do caralho que não enxerguei isso antes

Fechei a porta deles e fui até o meu quarto, abri a porta devagar mas Júlia estava sentada na cama lendo com cara de cansada, tirei a roupa ficando só de cueca e ela me encarou enquanto eu deitava ao seu lado, seus olhos estavam vermelhos e inchados me dizendo que ela tinha chorado

General: Desculpa amor, eu não agir daquela maneira de manhã-me desculpei a puxando para o meu peito e acariciando seus cabelos

Júlia: Eu sou uma péssima mãe-ela começou a chorar e eu a puxei para o meu colo enquanto acariciava suas costas

General: Você não é amor, você foi a melhor mãe possível pra eles

Júlia: O Dani passou metade da vida com pesadelos achando que era doente igual aos genitores por gostar da Giovanna e achar que nós dois iríamos nos arrepender de tê-lo adotado-um soluço escapou pela sua garganta e eu senti meu coração apertar

General: Nós vamos consertar as coisas, ok?-puxei seu queixo pra mim vendo seu rosto cheio de de lágrimas e as limpei-Amanhã eu vou conversar com nosso filho

Júlia: E se ele não nos amar mais?-outro soluço escapou

General: Ele nos ama, não pense assim-beijei sua testa e limpei suas lágrimas-Se acalma que amanhã é outro dia

Ela concordou já sonolenta e fez menção levantar do meu colo

General: Dorme aqui, quero sentir seu corpo no meu-ela acenou e se aninhou em mim, acariciei seu cabelo até seu corpo relaxar e sua respiração ficar mais leve-Eu amo você

***

Acordei antes da oito, ou melhor, nem dormi e levantei deixando minha mulher na cama, tomei um banho rápido e vesti uma calça jeans junto de uma blusa de manga preta, avisei aos meus seguranças onde estava indo e dei partida no carro enquanto avisava a polícia a qual eu desembolsava uma grana todo mês que eu estava na pista e que não era pra ninguém me parar

Vinte minutos depois eu subi o Vidigal e parei na boca, se tinha alguém que podia me ajudar era o Ceifador, ele já devia saber sobre meus filhos e poderia me explicar sobre a família e o motivo do Dani achar que era iguais aos pais biológicos

Quando a notícia que ele e meu filho eram irmãos eu tomei um baque, a história da sua família eu soube muito por alto, sabia que era alguma merda de abuso de menores e tráfico humano, mas o que fazia com que meu filho pensasse que parecia com eles eu não entendia e imaginava não gostar nenhum pouco quando descobrisse

Perdição-Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora