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Giovanna

Me despedi do Dani que foi encontrar os meninos na boca e sentei na quadra para esperar a Priscilla, não demorou nem dez minutos e a vi descer o morro com um short preto e uma blusa de manga preta básica, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto e alguns dos vapor que trabalhavam para o meu pai mexeram com ela, me preparei para levantar e mandar eles circularem dali mas ela levantou o dedo do meio e continuou andando

Priscilla: Nossa, esses caras são chatos-ela murmurou parando ao meu lado e eu dei risada

Giovanna: Sim, meu pai sempre briga com eles mas não adianta-soltei sem querer e me arrependi

O motivo de eu não ter amigas aqui é que a maioria só queria estar perto de mim por interesse ou para chegar até os meus irmãos e o meu primo, tive péssimas experiências com amizade e me fechei somente a alguns colegas da minha turma que eu saía de vez em enquanto e ia para o bar beber

Priscilla: E onde eu encontro seu pai?-murchei por dentro-Preciso eu mesma falar pra ele que esses caras são insuportáveis e que eu tô a ponto de usar meu réu primário com eles só para evitar que eu fique careca-levantei meu olhar e comecei a rir da sua fala e me senti tranquila ao ver que talvez ela não fosse como as outras meninas

Giovanna: Pode deixar que eu vou conversar com ele-garanti-Quer ir lá pra lanchonete e eu te mostro o trabalho?

Priscilla: Claro, eu te chamaria lá pra casa mas ainda tá uma zona e eu quero causar uma boa impressão-brincou e nós começamos a andar

Giovanna: Se mudou tem muito tempo?

Priscilla: Não, tem uma semana no máximo-pensou por alguns instantes-E eu ainda to pegando o jeito da coisa, eu não sei onde fica nada e meu armário de compras só tem tapioca

Giovanna: Ali é o mercadinho, geralmente minha mãe compra as coisas de emergência ali-apontei para a estrutura de tamanho médio e fachada vermelha-Ela diz que é mais caro porém salva de vez em quando, o mercado mais barato e com mais variedade fica no pé do morro perto do moto táxi, se você quiser eu posso te levar lá amanhã

Priscilla: Jura?-perguntou quase em uma súplica

Giovanna: Sim, eu imagino que deve ser difícil se mudar e não conhecer ninguém-seus olhos ficaram tristes por alguns instantes

Priscilla: Você não faz ideia-respondeu e nós entramos na lanchonete da tia Nalva

Nalva: Oi princesa, quanto tempo-ela me cumprimentou com um abraço

Giovanna: Faz tempo mesmo, tinha ido viajar com o Dani e passei um tempo fora

Nalva: Fica a vontade e quando quiser pedir é só me chamar-ela sorriu para a ruiva que sorriu de volta e nós nos sentamos perto da janela

Priscilla: Então me conta, qual o caso que você pegou?, esqueci de perguntar-tirei os documentos da bolsa e coloquei na mesa com cuidado pra não cair tudo

Giovanna: Ceifador, conhece?-entreguei o processo a ela que pegou e reparei que ela tinha enormes unhas pretas

Priscilla: Sim, ele era bem famoso-respondeu enquanto olhava a página marcada-Inteligente demais também, já tinha dado uma lida nos processos dele

Giovanna: Peguei o caso do senador Gustavo-entreguei a ela minhas anotações

Priscilla: Esse caso estourou na mídia na época

Giovanna: Se incomoda da gente fazer esse?

Priscilla: Não, claro que não-respondeu prontamente e abriu algo no celular-Eu ia fazer sobre uma mãe que matou o estuprador da filha, a defesa era óbvia e o professor provavelmente iria me dar nota baixa por não ser algo muito novo na visão dele-fiquei impressionada em como ela era segura no que falava

Perdição-Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora