Gwyneth Berdara passara os últimos 8 meses da maneira como achava melhor: em boates e bares acompanhada de sua amiga Nestha. Ambas aproveitavam o fim do dia até que o sol surgisse novamente no horizonte ou até que uma estivesse tão bêbada que mal lembrava o próprio nome, o que viesse primeiro. No dia seguinte, acordavam com uma ressaca de outro mundo e um novo cara para enxotar para fora de suas camas e apartamentos.
Havia sido a primeira vez em toda sua vida que a ruiva realmente não se importou com as consequências de seus atos, ela apenas viveu. Viveu da maneira que acreditou ser o ideal para ela no momento e foi encorajada pela sua grande amiga que prometeu mostrá-la tudo o que a vida tinha a oferecer de melhor, todos os prazeres que ela poderia gozar.
Berdara nunca se viu tão desapegada e sossegada, não havia ninguém agindo como uma sanguessuga tentando extrair toda a sua energia. E ela viu que aquela sensação de liberdade era incrível. Tão magnífica ao ponto de ter a convicção de que não trocaria esse sentimento por nada nem por ninguém no mundo.
— Preciso de outra bebida! — A voz de Nestha chegou aos ouvidos de Gwyn, um pouco mais alta devido ao barulho dentro da boate. A ruiva apenas concordou com a cabeça e mostrou o polegar em sinal positivo.
Gwyneth continuou dançando no meio do salão. Sentia o suor descer pelas costas e entre os seios, os cabelos grudavam tanto no rosto quanto no pescoço, mas a ruiva não parou os movimentos nem por um segundo. Estar ali a fazia esquecer os problemas, as pessoas e a saudade que sentia delas. Ora, às vezes a fazia esquecer até o próprio endereço de casa.
Mas que droga. Pensou Gwyn.
Conseguia ver um cara se aproximando, ela já havia o dispensado pelo menos umas duas vezes durante aquela mesma noite, mas ele não parecia ligar para o quanto a estava incomodando. Ou ele estava bêbado demais para notar que tentou chegar nela tantas vezes ou ele realmente não queria largar o osso.
Aparentemente, alguns homens acham que podem fazer o que quiserem.
Apenas dizer "não" não era o suficiente para o imbecil e isso a irritava profundamente. Ela precisava dizer algo que realmente o mantivesse o mais longe possível. Então, quando ele chegou mais perto e tentou cantá-la, a ruiva o interrompeu:
— Estou acompanhada.
O cara ergueu a sobrancelha com uma expressão de pura desconfiança. Ótimo, agora ela precisaria provar que realmente estava acompanhada, mas o problema era: não estava nem um pouco acompanhada. Não fazia ideia de onde estava Nestha. Precisaria procurar um cara e apenas indicá-lo, quem sabe assim se livraria daquele pilantra.
Às vezes, Gwyneth odiava ser mulher. Sua vontade quase nunca era levada em consideração.
— Aquele. — a ruiva apontou para um homem sentado no bar. Ele estava de costas e Berdara não podia ver seu rosto.
O cara apenas gargalhou, apontou para o cara no bar e negou com a cabeça.
— Não acredita? — desafiou a ruiva. — Observe.
Com os punhos cerrados e os dentes trincados, Gwyneth caminhou em direção ao bar. Mais uma vez, ali estava ela tentando provar algo para alguém que não importava. Odiava que duvidassem dela e odiava mais ainda aquele cara por a ter importunado diversas vezes.
Conseguia sentir que o homem a observava e aquilo a deixou ainda mais furiosa. Ao chegar perto do cara no bar, Gwyn observou as pessoas à sua volta e cutucou de leve o ombro dele. Ele virou-se na cadeira e a ruiva o reconheceu.
Ótimo, Berdara. Tanto homens aqui hoje e você foi apontar justo para esse. Pensou.
E então o moreno de um dos piores dias da sua vida estava na sua frente de novo. Após 8 meses daquele trágico dia, aqui estava ele. Gwyneth não se lembrava de ter pensado nele, nem naqueles olhos achocolatados que haviam chamado sua atenção naquele dia de merda. Não, ela nem lembrou da existência desse homem. Até hoje.
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irreplaceable | AU GWYNRIEL
FanfictionAquele em que Gwyneth descobre que foi traída pelo seu namorado e, para superar essa dor, começa a viver de uma maneira totalmente nova e diferente com ajuda de suas amigas Nestha e Emerie. Em um dia horrível Gwyn conhece alguém, mas ela já não est...