Capítulo 2 - Farah

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Setembro

Depois de todos os bolos acordei decidida.

É sexta feira, assim que terminar minha última aula irei até o ringue e falarei seriamente com aquele mal agradecido.

Assim que as aulas terminam estou segura de ir até o ringue enfrentar o Sr. Todo poderoso, mas antes passo na secretaria e consigo a cópia do boletim dele, com a liberação da Sra. Willams.

Quando entro no ringue, lá está ele, se exibindo orgulhoso na pista de gelo como se fosse um rei.

Deslizando sobre os patins ele é lindo, ainda mais masculino e forte do que me lembrava, dono de um postura segura naturalmente dominante.

Ele está acompanhado pelos seus amigos acéfalos e as Marias patins do lado de fora, obviamente.

A maneira que ele age, como se fosse imune a tudo ao seu redor me deixa irritada. Eu deveria estar curtindo minha faculdade com o meu melhor amigo, como a melhor fase da minha vida, e aqui estou eu, tendo que ser babá de um babaca aspirante a estrela.

Me aproximo da parede isolante e bato minha palma com força contra a proteção, fazendo todos olharem em minha direção.

Atenções em mim, colo na divisória transparente o boletim recheado de notas vermelhas, seguido de provas e números em vermelho que fiz em folhas do meu caderno.

Talvez se eu mostrar uns números sua burrice consiga me acompanhar.

"Que merda é essa?"
"Quem é essa louca?"
"Está querendo uma atenção especial, boneca?"

Eu ignoro os engraçadinhos olhando feio diretamente para ele, que se aproxima visivelmente irritado.

- O que você acha que está fazendo? - Pergunta.

- Você não apareceu em uma única aula nossa.

- Achei que isso tinha ficado claro. - fala se afastando de volta pro centro da pista.

Bato na divisória novamente o fazendo se virar para mim com os braços estendidos e o olhar irritado.

- DOIS E MEIO! - grito.

- Dois e meio o quê sua maluca?

- Dois anos e meio é o tempo que você tem até se formar.

- E DAÍ?

- UM. - grito novamente mostrando outro papel.

Novamente ele ergue os braços questionando.

- Um é o número de chances que você tem de ser bem sucedido ao sair da universidade com essas notas, claro, isso levando em consideração que sua boa aparência não irá acabar e que você consiga conquistar uma herdeira acéfala para se casar.

Ele se vira mais uma vez e novamente eu bato o fazendo virar.

- ZERO. - Grito irritada - É a minha paciência para pessoas burras que se acham espertas, como todos vocês aí em cima desses patins se achando os deuses do gelo. Só uma dica, vocês não passam de idiotas de patins.

Com isso me viro e saio calmamente, no momento em que os brutamontes correm em minha direção.

Eu escuto o alvoroço e continuo o meu caminho sem olhar para trás, apenas rezando para que nenhum deles resolva vir atrás de mim de verdade.

Quando chego no corredor uma mão grande e firme segura meu pulso me fazendo parar.

- Você não pode entrar no nosso ringue e simplesmente nos insultar dessa forma. - Leon fala, ele está ofegante diante de mim.

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