capítulo 4 - Farah

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Outubro

Assim que saio do banho, pouco antes da hora do almoço Scott me manda uma mensagem me convidando para um passeio a noite, que concordo.

Então com o celular nas mãos mando mensagem para o Leon perguntando se podemos nos ver agora, ele avisa que está saindo do treino e que vai direto para casa, pra encontrar com ele lá.

Termino meu banho e sigo para a minha caminhada chegando lá relativamente rápido.

Bato na porta para não obter resposta.

Depois de uns 5 minutos a porta se abre e ele surge apenas com uma toalha enrolada na cintura e pingos de água escorrendo por todo o seu conjunto perfeito de músculos. Inferno, isso é algum tipo de provação?

- Cada vez que eu vier aqui você estará menos vestido? - pergunto enquanto entro pela porta que ele segura pra mim.

- Não me culpe, você preferia que eu tivesse ficado suado e fedido como chego do treino?

Rapidamente a imagem do seu corpo suado explode na minha mente, mas de formas nem um pouco apropriadas. Meus hormônios gritam por liberdade como os de um adolescente na puberdade.

- Fique a vontade, eu não demoro. - fala sumindo pela porta lateral.

Me sinto grata por ele não ter notado o rubor no meu rosto que aos poucos se acalma, porém não demora pois ele volta alguns minutos depois vestindo uma calça de moletom cinza e nada mais.

Ótimo, isso fica cada vez pior, ou melhor, dependendo do ponto de vista.

Começamos a rever sua prova e todas as anotações que fiz, e aparentemente ele memorizou tudo me deixando satisfeita, em um momento ele vai até a geladeira e retorna com a caixa de pizza nas mãos com o restante de ontem, me oferecendo antes de se sentar ao meu lado novamente.

A proximidade da sua pele fresca com a minha me desconcerta, e seu cheiro fresco de pós banho me causa calor.

- Então nossos olhos podem identificar cerca de 10 milhões de cores e o olfato pode registrar 50000 perfumes. - concluo.

- E ainda assim, nenhum perfume se igualaria ao seu. - ele fala encostando seu nariz no meu pescoço inspirando profundamente e um leve arrepio atravessa a minha alma.

- Ei, vamos nos concentrar na biologia?

- É exatamente o que estou fazendo, anjo, estou pondo em prática tudo que a biologia me ensina.

Seu riso aquece o ambiente o transformando num garoto leve, diferente de toda aquela hostilidade que conheci e percebo enquanto o observo o quanto estou gostando da sua companhia, mais do que gostaria de admitir.

Quando ele me responde corretamente as respostas da sua prova pela terceira vez me dou por satisfeita.

- Acho que enfim a biologia entrou na sua cabeça dura.

- Graças a você, anjo, você tem um dom de fazer tudo se tornar mais simples. Aceita um suco ou chá?

- Desde quando você tem algo além de água ou cerveja para oferecer?

- Desde que você virá todos os dias pra cá.

Ele responde indo em direção a cozinha depois que concordo e meu celular toca com o nome do Scott aparecendo na tele.

F - Alô.

S - Ei Bela, que horas posso passar por aí? É que estou aqui próximo e pensei em você.

F - Na verdade estou no apartamento do Leon agora, estamos estudando.

S - Ah... - o desapontamento da sua voz é nítido.

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