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Pov Narradora-

Semanas depois.

— Tu podes me contar algo sobre o que tem fora daqui? — Sarah indaga para Juliette.

— Ah... Fora daqui tem coisas boas, porém ruins ao mesmo tempo.

— Me conte ambos os lados. — Pediu a loira animada.

— Certo. — Tomou fôlego e começou. — Lá fora, há pessoas felizes com esperança no que vem por aí, mas também há aquelas que desistiram do que tanto almejavam. Lá fora, eu tenho muitos amigos que ainda irei lhe apresentar, porém tenho consciência que, mesmo sem querer, tenho milhares de inimigos que eu, ao menos, conheço. Lá fora, há motivos para rir e outros para chorar. Sei que deve ser horrível ficar presa aqui Sah, mas, de todo modo, é bom viver blindada de algumas lembranças do lado ruim do mundo.

— Quais são as tuas lembranças? — A mais alta a olhou curiosa.

Juliette olhou para a mesma, e olhando nos olhos mais lindo que já viu, tomou coragem.

— Quando tinha cinco anos, o meu reino foi brutalmente atacado por soldados de uma tribo protestante. Eram contra o reinado de meu avô, por isso naquela noite, mesmo sem eu saber, a vida do mesmo teria seu ponto final. Tinham me colocado em uma sala isolada, junto de minha mãe, meu pai havia tomado a frente do batalhão para que os soldados agissem. Mas ele não previu o que viria. Enquanto ele os impedia de entrar no castelo, um soldado a parte, invadia o quarto de meu avô. — Tinha chegado a uma parte difícil da história de ser contada, vendo isso, Sarah pegou em sua mão e lhe deu um mínimo sorriso lhe passando confiança. — Eles se distraírem quanto a segurança da sala em que eu estava, saí correndo pelo castelo sem entender a dimensão do perigo. Entrei no quarto de meu avô rapidamente e o abracei, ele sabia que estavam atrás dele e me abraçou o mais forte que pode antes de me pedir para entrar em seu armário para pegar algo que agora não consigo me recordar. — Juliette pôs a mão sobre a corrente de prata que carregava em seu pescoço, a corrente de seu avô. — Quando voltei para o quarto, escutei a janela bater e olhei em direção ao meu avô. Ele tinha uma estaca, cravada em seu coração... Lágrimas tinham saído por seus olhos azuis que, agora, não tinham mais o brilho de antes. Corri para cama e sentei ao seu lado e gritei o mais alto que podia, eu não queria o perder, não podia aguentar tremenda dor! Os soldados invadiram o quarto e me viram deitada e agarrada ao meu avô, já sem vida.

— Ju-julie... Eu sinto muito! — Lágrimas involuntárias escorriam pelo rosto de Sarah.

— Está tudo bem, eu aprendi a lidar com isso... Mas toda vez que o reino entra em ataque, eu não consigo esconder o pavor de meus olhos. — A pequena fecha seus olhos de maneira forte para esquecer as lembranças de tudo.

toc, toc.

— Meninas? Vamos, lhes trouxe um lanche delicioso!

Era Lucy!
A senhorinha havia batido no primeiro andar da "salinha da torre".

As meninas estavam no andar superior, aquele depois da escada.
Lá, o teto era de vidro possibilitando a vista do imenso céu, que naquela tarde, estava mais que azul.

....

Olá! Como estão?

Nesse capítulo vim falar um pouco sobre um passado que implicará na Juli do futuro.
Pensem nesse pavor dela e como ela pode se tornar alguém protetora graças a isso.

até...🫀

Amizade Secreta - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora